Mortos de 35 omitidos
Para o leitor que não conhece a história - e a maioria da população a ignora - o texto, generoso com os sangüinários comunistas, leva o incauto a inferir que os "rebeldes" eram heróis, bem intencionados, que sua ação foi benéfica - tanto que lembra do fato de os revolucionários comunistas decretarem "a gratuidade do transporte" em Natal.
O fato de o redator do Almanaque focar somente nos assassinos e esquecer dos homens legalistas mortos, covardemente repita-se, é mais do que um indício da preferência dele, ao narrar o fato. Já a foto, que ilustra a lembrança, mostra "Membros do governo revolucionário de Natal: Lauro Lago, João Batista Galvão e José Macedo" (legenda da foto).
O jornal Zero Hora apresenta-se ao leitor como sendo praticante do equilíbrio, ouvinte dos dois lados de uma história ou fato/situação. Mas a coluna do Almanaque aqui enfocada é a negação disso. Parece-se, mais, com uma nota de um diário de partido comunista e não com a de um jornal que, supostamente, segue os princípios da livre iniciativa, propriedade privada, igualdade perante a lei e democracia representativa.
O redator da coluna, o veterano Olyr Zavaschi foi questionado, por e-mail, ontem, sobre sua opção editorial, omissa quanto aos que tombaram, covardemente assassinados pelo levante comunista. Foi lhe dito que não usasse a usual alegação de redatores, a de que não havia espaço, muito menos a possível parcialidade da fonte consultada (Nosso Século, 1930-45, da Editora Abril), pois a internet fornece uma plêiade de fontes alternativas.
Até há poucos minutos (13h45min de 02/12/2005), ele não respondera.
O texto dele na íntegra:
"A democracia estava fora de moda naquele início dos anos 30 do século 20. Na Europa, o furacão nazi-fascista, de um lado, e o avanço comunista, de outro, apontavam para solução que excluía a democracia representativa. O mundo dividiu-se entre as duas opções, que chegaram ao Brasil na forma direitista do integralismo e na forma comunista liderada por Luís Carlos Prestes. Em janeiro de 1935 formou-se a Aliança Nacional Libertadora e em novembro os partidários de Prestes passaram à ação.Foi assim que no sábado 23 de novembro, em Natal, ocorreu o primeiro ato do que seria conhecido como a Intentona Comunista. Cabos, sargentos e soldados, apoiados por funcionários públicos e operários, apossaram-se dos quartéis e dominaram a cidade. O jornal oficial do Movimento, A Liberdade, foi lançado imediatamente. O novo "governo", chamado de "popular e revolucionário" decretou a gratuidade do transporte. O soviete de Natal durou de sábado a quarta-feira, cerca de 80 horas. Os rebeldes, sem apoios, foram sufocados. As tentativas de levante em Recife e no Rio de Janeiro também não prosperaram. Os comandantes rebeldes foram presos na ação ou nas semanas seguintes. O próprio Luiz Carlos Prestes que, na condição de ex-comandante da Coluna e com seu imenso prestígio no Exército liderava a insurreição, acabou preso com sua mulher Olga Benário pelos agentes de Filinto Müller."
Vê-se que o redator do Almanaque não percebe que tanto o nazi-fascismo como o comunismo são fenômenos análogos, do conceito de coletivismo. E que as noções de direita e esquerda confundem, muito, a compreensão da realidade política.
Vê-se, também, que os maiores liberticidas da história, os coletivistas, não têm a menor vergonha de usar a palavra liberdade. Vide o nome de o jornal que lançaram.
Vê-se, também, que, ao decretarem a gratuidade no transporte, provam a sua ignorância quanto aos fatos mais comezinhos da realidade (quem trabalha deve receber). E, de quebra, instituem a escravidão. Fatos ignorados pelo redator do almanaque.
Os rebeldes foram sufocados, sim; mas o massacre por eles cometidos, repete-se, é omitido.
E, em Porto Alegre, ainda tem comunista que diz que não lê Zero Hora. Deveria mudar de opinião. E de jornal.
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