sábado, novembro 12, 2005

Palocci, para quê??

[conteúdo exclusivo na web do blog alimentado pelo mensário Folha do Porto]

As denúncias contra o ministro da Fazenda, ex-prefeito, duas vezes eleito, de Ribeirão Preto (SP) aumentam a cada dia. Faz coisa de dois ou três meses ele deu uma entrevista coletiva, em rede nacional de TV, em pleno domingo, início de tarde. Ficou uma hora e meia "conversando" com os jornalistas. Tentou abafar as primeiras denúncias contra ele, vindas da boca de Rogério Buratti, seu ex-fiel escudeiro na prefeitura (antes, na campanha).

A corrupção é como o assassinato. Ela é uma cadeia de envolvidos que não pára de crescer, aos olhos do público, se divulgada, assim que iniciada a investigação. Primeira regra do assassinato contratado: mate o assassino. Ou seja, faça o serviço você mesmo, mas não aquele primeiramente intencionado.

Agora, neste semana que chega ao fim (hoje é sábado), os diários noticiam a demissão de Joaquim Levy, homem da burocracia, cuja trajetória é transgovernamental, pois sua indicação é técnica. A ele se atribui a mão de ferro no ajuste fiscal e no aperto aos estados. O Brasil tem um dívida que deve ser paga. Deve ser paga. Indecente é ela ter sido feita e continuar a ser feita, como com a criação de 34 estatais desde que Silva chegou à presidência.

Palocci, para quê?? Pode ser a mulher que serve o cafezinho, a titular do Ministério da Fazenda, pois, o que importa, é manter o superavit primário (receita líquida sem descontar o serviço da dívida) e o pagamento da dívida e dos seus juros.

Palocci, para quê?? Pode ser um nome qualquer da burocracia estatal, desde que ele mantenha os compromissos em dia.

Palocci, para quê?? Pode ser qualquer um débil mental aproveitador da base aliada, desde que ele honre o devido.

Palocci, para quê??

Agora, o risco é, com a saída de Palocci (a saída de Levy seria sinal do seu enfraquecimento no cargo), assumir um nome da turma do "vamos gastar o dinheiro do povo, para beneficiá-lo", "vamos desenvolver o país" (como se isso fosse possível com canetaços estatais - afinal, quem desenvolve o país é cada um do povo, trabalhando, cuidando da sua vida), "um pouco de inflação é bom, desde que o governo traga progresso", et cetera e tal.

Dilma Roussef, que não é gaúcha, mas fez fama e fortuna política no RS, que sepultou, como titular das Minas e Energia o uso do carvão na matriz energética, já deu a dica do lado inflacionista do governo, chamando de "rudimentar" a política de superavit fiscal. Depois disse que não tinha dito. Eles sempre fazem assim ... Ou seja, ela atirou em Palocci, nas pernas, ainda não para matar, mas ...

Vem bem ao cabo de um ano eleitoral mudar a política de superavit fiscal. O governo elenca investimentos, finge que beneficia o povo, aumenta a dívida estatal, joga para frente, irresponsavelmente, o preço disto e ... mantém a turma do nacional-socialismo trabalhista (com óbvias conexões internacionais; Hitler fez o mesmo) a saquear a nação.

Quem viver, verá. Torço para que um estatista/coletivista mais leve - como Geraldo Alckmin - ganhe a próxima eleição. Ele não serve. Só há coletivistas disputando eleições. Mas é o mal menor. Eis o ponto a que chegamos.

1 Comments:

Blogger bertrand said...

Boa pergunta, TâniaJ, fazer o quê? Ao menos a liberdade de expressão (limitada que é) permite apontar, denunciar, classificar, amaldiçoar, até, por que não?
Que o povo perceba que foi enganado por uma trupe de mentirosos, sim, que perceba.
Grato pela visita ao blog.
Um abraço,
Bertrand

4:10 PM  

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