Pichação-grafite vence o duelo
Se não pode vencer, una-se, diz o conformista. Grafite é a pichação com desenho; pichação, grafite sem desenho. Há quem suje parede privada e estatal, vandalismo noturno. Há o esperto: diz que suas manchas são "arte" não reconhecida.
Aí, basta abordar empresas já atacadas pela pichafite, como Trensurb (metrô da grande Porto Alegre), ou a Brasil-Telecom. Assim que um grupo de "artistas de rua" conseguiu pintar composições de trens e cabinas telefônicas, como a da foto, na frente da CEF da rua José de Alencar. O mau gosto ganhou reconhecimento, espaço e, agora, ajuda a tornar mais feias as ruas.
Na pintura da cabina telefônica (foto) observa-se a união da pichação (letras inexpressivas) com o grafite (desenho-"arte" vazia).
Sinal dos tempos. Quem foi à Bienal de Artes do Mercosul, encerrada a 04/12, percebeu a decadência daquilo que deveria ser arte. Degradação iniciada já no início do século XX, com as estultices do dadaísmo, entre outros nihilismos. A arte como expressão da vida humana, de sua grandeza heróica, frente ao mundo, sempre a a desafiar não fazem parte, nem um pouco, desta paisagem. Fica para outra geração.
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