Álcool e nazismo à BR
Está na página 16 do jornal porto-alegrense Zero Hora de hoje (05012006), lá, quase no final da matéria, sob o título "Governo estuda forma de conter preço do álcool". Lê-se que "Para pressionar os usineiros, o governo [federal, claro] não descarta nem o confisco dos estoques do setor privado." A afirmação, vinda de autoridade pública, em paráfrase, é complementada pela citação entre aspas "Se não houver consenso, o governo vai tomar as medidas legais possíveis para que esses quatro bilhões de litros (em estoque) cheguem ao mercado com preços razoáveis". O nome da "autoridade" estatal (do ministério da Agricultura) que faz tão corajosa e ofensiva afirmação, à propriedade e à prosperidade, ao indivíduo e à liberdade, é aqui omitido. Os nazistas não gostam e ser identificados como tais. Muitas vezes, eles nem se dão conta do que são. Se é apontado, tome-lhe processo judicial.
Mas, afinal, o que é o nazismo? - para que este humilde escriba internáutico tenha a ousadia de o afirmar. Ou melhor, como é que o nazismo (criatura alemã dos anos de 1930, que fez escola pelo século XX mundo afora) estipulava a existência do trabalho, da propriedade? - da vida, enfim, que consiste em trabalhar livremente, sem compulsões, sem privilégios, sem subsídios (para quem acredita no capitalismo laissez-faire).
Recorramos ao eminente historiador Richard Pipes (lecionou em Harvard por 46 anos) em sua ilustrativa e esclarecedora obra "Propriedade e Liberdade". Ele diz, no capítulo em que discorre sobre o fascismo e o nacional-socialismo (pp. 259-67), que
"Tanto a Itália fascista como a Alemanha nazista na verdade permitiram - ou melhor, toleraram - a propriedade privada. Entretanto, tratava-se de "propriedade" num sentido peculiar e muito restrito - não a posse privada quase desimpedida da lei romana e da Europa do século XIX, mas muito mais a posse condicional, sob a qual o Estado, o dono em última instância, reservava a si próprio o direito de interferir e mesmo confiscar bens que, em seu julgamento eram utilizados insatisfatoriamente. As políticas econômicas da Itália de Mussolini e da Alemanha de Hitler assemelhavam-se ao "socialismo estatal" que Lenin quis instituir na Rússia soviética ao chegar ao poder, sob o qual a empresaria privada trabalharia para o governo - uma idéia que Lenin foi forçado a abandonar sob a pressão dos ‘comunistas de esquerda’." (páginas 259-60)
Os empresários se submeteram a este sistema na Alemanha e na Itália e se submetem a ele nos Estados Unidos, acrescenta Pipes, [e no Brasil, acrescenta este redator], porque há perspectiva de lucro. Porém, acrescenta de novo o redator deste blog, estão fiando a corda que vai enforcá-los. Os usineiros brasileiros sempre acharam o Pró-Álcool muito bom. O governo lhes estendeu benesses para que produzissem. Benesses pagas pelo povo todo. Quando os usineiros consideraram melhor vender açúcar ao estrangeiro do que álcool à Petrobras ... foi-se o Pró-Álcool. Ao menos neste caso funcionou um pouco de liberdade, provando o equívoco do sistema compulsório que gerou o Pró-Álcool.
O sistema de uso de álcool - falsificando em 25% a gasolina na origem (pagamos produto adulterado por lei - legal; mas imoral, portanto, neste caso de intervenção abissal) - é mais uma distorção depravada da vida econômica, da ação humana, deste nazismo à brasileira, que está mais vivo e forte do que se imagina. As palavras do burocrata da Agricultura são inequívocas. Ele não descarta o confisco dos estoques privados. Ele disse. Ele ameaçou.
Se isso não é um ato no melhor estilo do nazismo, do fascismo ou do socialismo almejado por Lenin, não sei o que pode ser. E é prova cabal de que vivemos em um país nazista (nacional-socialista).
Ahh, mas e os campos de extermínio, nós não nos temos! - direis. Eles são a parte mais horrenda e conseqüência inevitável da intervenção econômica do Estado na ação humana, que deixa de ser livre e responsável.
Temos, sim, campos de concentração. São as filas de espera do SUS, nas quais o povo morre sem atendimento, pelo qual já pagou, à força, nos impostos, para o (des)governo. O campo de extermínio também é a favela, sem saneamento, produto do dinheiro roubado pelos governantes, que deixam o povo sem condições de fazer suas próprias ligações de esgoto ao lhes tomar dinheiro em tributos para lhes fazer saneamento (o nazismo à brasileira só é mais incompetente em exterminar gente, dada a tradicional incompetência da classe média burocrata estatal). Os impostos tomam do povo, para lhe dar saneamento. Não lhe dão. Não lhe dão tudo o mais que deveriam, para o qual tomam dinheiro à força.
E ninguém vai preso.
Heil, estado brasileiro!!
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