XVIII Fórum da Liberdade - Maio 2005
Em sua palestra, o empresário Oded Grajew, um dos criadores do Fórum Social Mundial, ex-assessor de Luís Inácio no Planalto, falou sobre o Instituto Ethos, que ele fundou, com adesão hoje de “33% do PIB”. O Ethos propõe a responsabilidade social empresarial.
Mas Grajew falou mais de outros temas do que do futuro do trabalho, como da preservação do ambiente, pregando redução do consumo e atacou as doações “criminosas” dos empresários às campanhas eleitorais dos políticos. [Foi a palestra do comunista doido, parafraseando nome de famoso samba. Do futuro do trabalho, pouco ilustrou.]
Mas, ao Grajew atacar as doações ilegais, fez uma pausa, certamente para perceber a reação da platéia de 3 mil pessoas. Foi quando o filósofo e jornalista Olavo de Carvalho, na pausa de Grajew, disparou “o senhor também fez contribuições deste tipo?”. A pergunta de Olavo decorria de uma obviedade. Se um sujeito que trabalhou com presidente da república, ele mesmo empresário, fala de doações ilegais, é porque tem conhecimento delas, ou seja, ela as fez ou sabem quem as fez.
O empresário retrucou que a resposta é “óbvia”, pois sempre viveu “pelo correto”. Grajew saiu antes do debate, alegando já ter um compromisso, e a programação do Fórum ter recebido uma alteração.
Carvalho, na sua vez, decifrou para o público o perfil de Grajew, lamentando que ele não estaria lá, mas que isso não faria diferença, porque ele é “impenetrável”, sugerindo que se esquivaria no debate. Carvalho ganhou tempo extra concedido pela platéia, explicando a grande articulação mundial contra as sociedades pautadas pela liberdade individual.
Liberdade carece de quem a defenda
O filósofo e jornalista Olavo de Carvalho, provocado por uma pergunta da platéia, após atacar a responsabilidade social dos empresários, lembrou que Jorge Gerdau Johannpeter, uma meia dúzia de empresários gaúchos “e nós aqui” somos os únicos que defendem a liberdade, “that’s all”, disse (“isto é tudo”). E versou sobre o imenso financiamento que os socialistas obtêm no mundo, inclusive de fundações de grandes empresas, que já não são mais capitalistas, mas, sim, “metacapitalistas”, querem segurança no mercado, através dos governos e de sua intervenção, daí financiarem os coletivistas.
Embaixador prega flexibilização
John Danilovich, embaixador dos EUA no Brasil, em participação-relâmpago, pregou a flexibili-zação do mercado de trabalho, exemplificando com a situação dos EUA, onde, no ano passado, fo-ram perdidos 15 milhões de postos de trabalho, ao mesmo tempo em que foram criados 17 milhões. “Uma fenomenal capacidade para a criação e a destruição. Bom ou mal isto é o futuro”, avaliou.
Ele apontou que, reduzindo as regulamentações, torna-se mais fácil de contratar e de demitir, o que ajuda na criação de postos de trabalho. Danilovich lembrou que o futuro do trabalho está no co-mércio e que a liberação do comércio é boa para os trabalhadores, pois amplia o mercado. No mundo globalizado, todos competem com todos, lembrou. Ele citou a frase de Milton Friedman, “O mundo é chato”, sobre a globalização, na qual “recai inevitavelmente o futuro do trabalho”. Ele também apontou a importância da educação para melhorar os ganhos do trabalhador.
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