sexta-feira, maio 27, 2005

Políticos abrem os debates no Fórum

O painel de abertura do XVIII Fórum da Liberdade contou com três políticos, versando sobre o futuro do trabalho. O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, provavél nome do PFL para concorrer à presidência da República; o deputado federal, ex-senador, Roberto Freire, do partido de José Fogaça, PPS (antigo Partido Comunista Brasileiro) e o argentino Ricardo López Murphy, que foi ministro da Defesa e da Fazenda. Murphy foi o único que se ateve, bem, ao tema.
Maia apontou, em 15 teses, a precariedade do trabalho no Brasil, cujas causas estão, segundo ele, em três inseguranças: política (“natureza autoritária do governo federal”), jurídica (“o governo não obedece sentenças judiciais”), econômica (“altíssima carga tributária e legislação trabalhista rígida, para uma realidade altamente flexível, que é a do mercado de trabalho”).
Mas Maia, uma vez comunista, não perdeu o cacoete intervencio-nista. Ao final, propôs que o governo deve agir para “corrigir os desvios de mercado”. Ele ignora, ou finge ignorar, extensa literatura mundial, provando que a intervenção estatal na economia gera ainda mais desvios no mercado.
Roberto Freire atacou o “neo-liberalismo”, que ele pensa ter existido nos últimos 20 anos na América Latina. O velho comunista não percebeu que o Estado inchou, o que é o contrário da receita que ele pensa existir na realidade. E foi veementemente contrário à flexibilização do mercado. Para ele, “é conto” pensar que ampliará o número de postos de trabalho. Talvez não enxergue, de seu luxuoso gabinete, que o trabalho informal alcança o formal.
Ricardo Murphy afirmou que, para aumentar o emprego, é preciso “o investimento de capital físico em capital humano”. Defendeu, também, o aumento da poupança nacional, com clima institucional apropriado e educação de qualidade. “Déficit fiscal é bônus e com bônus não se cresce; cresce-se com máquinas”, apontou o argentino. A chave, insistiu, é o investimento. A China investe 50% do PIB, criando empregos de forma extraordinária. Já o Brasil, só investe 20%.