quinta-feira, agosto 04, 2005

Acordo para o país não explodir



O economista carioca Rodrigo Constantino falou no Tá na Mesa, da Federasul, dia 06/07, sobre O exaurido modelo estatal. Uma das suas análises mais interessantes foi sobre o momento político, recém adentrado o mês de julho. Para ele há elementos para um impeachment. Mas a decisão de iniciar o processo é política, como foi no de Collor de Mello. "A [noticiada] volta de Delfim Neto [que foi do governo militar] é um acordo entre oposição e situação para levar Lula até o fim do mandato sem explodir o país". Nas semanas seguintes, o cheiro de impeachment aumentou, na fritadeira da oposição.
Quanto ao tema da palestra, apontou que a única maneira de haver prosperidade está na redução do tamanho do Estado. O juro alto não segura a inflação, ela só cai com produtividade, que é possível se houver poupança, que existirá se as pessoas tiverem mais dinheiro, o que só é possível se elas pagarem menos impostos. "O juro alto só baixa se o Estado diminuir de tamanho", afirmou Constantino.
Sobre as instituições, avaliou que a "Constituição de 1988 foi uma vingança contra um capitalismo que nunca existiu no Brasil". A sociedade necessita do império da lei, lei que deve ser isonômica, igual para todos (sem privilégios, sem juros especiais para certos setores da economia), lei impessoal, geral, versando sobre o básico.
O pressuposto essencial para a prosperidade, segundo Constantino, é adotar uma regra geral, a de que o Estado não exercerá atividades econômicas. "É imoral o Estado ser empresário, usar o dinheiro de todos para entregar cartas", ilustrou, com o caso da ECT.
Vê, estarrecido, um paradoxo. A segurança e a justiça, tarefas básicas do Estado, foram privatizadas, através das cortes de arbitragem e com os policiais fazendo bico.