Do direito de feder e do dever de cheirar
A tarefa de alimentar e dar abrigo a uma pessoa necessitada, é, sem dúvida, uma missão cristã, da mais elevada nobreza. Mas há aqui um problema. O povo todo de Porto Alegre, o indigente inclusive, não tem a liberdade de escolher se vai ou não pagar pelo auxílio. Está embutido, à força, nos impostos.
E o problema da Fasc fica pior, se for considerado que os indigentes têm o direito de feder nas ruas e os que pagam para eles serem amparados têm o dever de seu fedor cheirar. De por eles serem importunados. Ameaçados, até.
Segue o presidente da Fasc, dizendo que os indigentes não querem ir para os abrigos "porque lá existem regras. Eles têm de tomar banho, não podem fumar, beber. Nas ruas a dona Maria ajuda." A dona Maria, segundo ele, é aquela senhora bem intencionada que os alimenta, dá roupas e trocados. Aí, eles não procuram o albergue.
A Fasc custará em 2005, a bagatela de R$ 61 milhões, 198 mil, 894 com 48 centavos, conforme o orçamento de Porto Alegre. Somente com seu pessoal, os mais bem assistidos pela entidade, gastará 52% da verba orçada total.
Enquanto isso, o senhor e a senhora têm o dever de cheirar; os indigentes, o direito de feder. Já o ir e vir, virou o direito de ficar.
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