Veneno na Câmara - Setembro de 2005

O laissez faire e o sossego alheio

O laissez faire é a ordem política na qual se é livre para trabalhar, sem intervenção estatal. É o capitalismo por definição. Mas, para que o laissez faire seja possível, as pessoas precisam dormir à noite, para retomar suas atividades, a cada novo dia em que o sol se levanta. Moradores, em áreas onde há concentração de bares, como Cidade Baixa, não estão mais conseguindo dormir, pois as mesas nas calçadas são ocupadas até a madrugada. Há um projeto do vereador Brasinha (PTB) para ampliar o horário de tolerância. O que está ruim, ficará pior, é óbvio.
Fica fácil abrir um bar e usar, como isolamento acústico, as residências vizinhas, sacrificando a vida de outrem, para trabalhar. Isso não é capitalismo, pois, nele, não há sacrifício, há comércio. Um bar deve poder ficar aberto 24 horas. Mas não ao custo da vida alheia. No capitalismo, resolve-se assim: Se o bar funciona sacrificando vida alheia, é caso de polícia. Fecha-se o bar. Que botem isolamento acústico.
Há pouca esperança de a democracia, os vereadores, resolver. Há pressão do sindicato de bares. Há a demagogia junto ao público jovem. E paga-se a conta da intervenção com o sossego dos que a sustentam.


Modelo falido e sanguessuga
O governo toma dinheiro de todos e ergue casas para alguns. É o tal de Demhab, uma injustiça. João Antonio Dib (PP) agradeceu a resposta da Prefeitura ao Pedido de Informações sobre a situação dos mutuários do Jardim Leopoldina. Disse que desde 1993 denuncia a compra pelo dobro do preço e apresentou os dados do Executivo, que indicam mais de R$ 31 milhões em valores atrasados e 92,8% dos mutuários em atraso, a maioria atingindo 57 prestações.
Às custas dos outros
"O estado é aquela grande ficção jurídica, através da qual uns tentam viver às custas dos outros", disse o francês Frédéric Bastiat, no século XIX. A vereadora Maria Celeste (PT) é psicopedagoga e participou de reunião, com estudantes e professores de psicopedagogia. Eles querem concursos públicos e estágios para os estudantes em órgãos municipais.
Vai faltar verba no orçamento municipal, desse jeito, se todos quiserem de volta a sua fatia dos tributos, via cargos públicos.
INSS vai ficar pior
Dados NSS Vai ficar piorda Associação Nacional dos Servidores da Previdência Social apontam que o INSS arrecadará R$ 100 bilhões em 2005 e pagará benefícios de R$ 130 bilhões. O déficit crônico o povo paga no juro alto e na carga tributária elevada. Enquanto isso, a vereadora Maristela Maffei (PT) apóia pensão de um mínimo, para donas de casa sem renda, a partir dos 65 anos. É uma emenda constitucional, já aprovada no Congresso. Políticos dão presentes, com o dinheiro dos outros. O povo pobre não enxerga que paga, e muito, por tal indecência nacional-socialista (nazista) e comunista.
Mito da gratuidade
Água quente para o mate será servida "de graça" - aprovado projeto de Odacir Oliboni (PT). Empresas darão a água em troca de espaço publicitário. O projeto estabele água a 92°C (erro). Reduzida para 72°C. Até nisso intervêm!!
As contas de Tarso Genro
Carlos Todeschini (PT) acusou Sebastião Melo (PMDB) e Luiz Braz (PSDB) de proferirem afirmações mentirosas ao insinuarem que o ex-prefeito Tarso Genro teria sido condenado em questão da coleta de lixo. Todeschini leu certidão do Cartório Eleitoral da 158ª Zona Eleitoral, de 08/09/05, atestando como "boas" as prestações de contas de campanha de Tarso.
Recordar é viver
ÔPA!! O juiz do TRE Aldo Temperani Pereira rejeitou as contas de Genro, que recorreu. Recurso recusado pelo juiz. O motivo? Os R$ 150 mil recebidos da empresa que então coletava lixo e ganhou nove meses de contrato emergen-cial, em 2001. O juiz mandou para o MP iniciar processo criminal, mas uma promotora arquivou, ao mesmo tempo em que reconhecia o ilícito. Isso não é democracia.
Honestidade?
João Dib (PP) lembrou que, quando fundado, há 25 anos, o PT proclamou-se como partido formado só por gente honesta, passando a tachar os de fora de desonestos. "Não eram humanos", disse. Dib lembrou casos mal explicados envolvendo o PT municipal, como a compra de um incinerador de lixo, uma balança de lixo quebrada e a compra do Jardim Leopoldina pelo dobro do preço, que de acordo com Dib, deve ter favorecido alguém na prefeitura e na Caixa Federal, além da compra de um edifício na rua dos Andradas.
E a oposição?
Nos 16 anos de estrela no poder, o que fez a tal de oposição? Falar é fácil. Mas de investigar e chegar a fatos e a imputações, que é o necessário, nada viu-se.