terça-feira, outubro 04, 2005

A maldita intervenção

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Para um liberal laissez faire como o signatário deste blog, uma das notícias de hoje (04/10/2005) é desalentadora. BC intervém e reforça alta do dólar. A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a 1,35% mais do que no dia anterior. Foi o segundo dia útil seguido, no segundo dia útil da semana, que o Banco Central foi ao mercado para enxugar a sua liquidez. De manhã, o BC adquiriu a moeda a R$ 2,24. Mas como a captação média está alta (40% a mais) e o fluxo de entrada de dólares é alto, devido às exportações, o BC ainda vai ter muito o que intervir, para enxugar a praça e valorizar o dólar.

Para um liberal laissez faire como o redator deste blog, sequer deveria existir monopólio estatal da emissão de moeda (no século XIX no Brasil não havia, interessante, não?). É tal monopólio a causa maior do que mais pode ser censurado no livre (mesmo) mercado: o desemprego. A tese, bem deveis saber, é de Hayek, Friedrich (Denationalization of Money).

Ora, bolas. Quanto mais se exportar, mais o dólar vai baixar, pois mais dólar vai entrar. Os setores que vivem da exportação devem, para ter sucesso constante, permanentemente renovarem-se, pois seu produto ficará cada vez mais caro a quem vendem.

O mercado deve se regular sozinho, ou seja, não possuir agente regulador. O equilíbrio é instável, ou seja, a balança está sempre em movimento. Quando o governo intervém é porque ele está criando privilégios, que não devem, nunca, jamais, existir.

Mas, no Brasil, o dinheiro não nos pertence, ele é propriedade de o governo (vide os hediondos depósitos compulsórios; vide a obrigação de os bancos investirem em determinados setores, como o da construção civil). Se não fosse propriedade do governo não seria crime uma pessoa possuir ... seu dinheiro, seja qual for a moeda pela qual ele opte.

Por essas e por outras o Brasil é um país no rumo contrário da prosperidade. Porque há excesso de governo e escassez de mercado livre é que estamos, cotidianamente, produzindo e reproduzindo a pobreza.

Chega de governo, chega de intervenção, chega de BC.