quarta-feira, maio 17, 2006

Ignorância Econômica

Recém ouvi (08h45min de hoje, 17/05/2006), o governador do RS, Germano Rigotto (do coletivista PMDB), conceder entrevista ao programa de Rogério Mendelski, na Rádio Pampa, de Porto Alegre. O governador alia-se aos ramos de atividades, que enfrentam dificuldades para trabalhar devido ao maior valor do Real. Ele está na busca do voto, claro. E, também, zela pela sua biografia. Fair enough.

Rigotto, como os agricultores e industriais, querem que o governo mexa no câmbio, que flutua, como deve flutuar o preço de qualquer mercadoria. O dinheiro é uma mercadoria. Exceto o ouro, ele é, sem dúvida, a arquimercadoria.

Poucos gostam, ao menos publicamente, de intervenção estatal na economia. Ao menos, publicamente. Mas, quando aperta, a situação fica crítica, apelam de imediato ao socorro do povo, via governo. Só o povo (seja lá o que significa este termo) não é socorrido. Todos reclamam do Custo Brasil (o valor final gerado pelo governo, via tributos e leis trabalhistas). Mas, quando não conseguem trabalhar, apelam ao maldito (o governo).

Ocorre, aqui, um caso claro de ignorância econômica; ou malandragem. Não há terceira hipótese, tudo indica.

O Brasil almeja, há vários governos, a meta dos 100 bilhões de dólares em exportações. Quase alcançou este número aos tempos de FHC. O número veio a ser atingido durante o governo do príncipe dos trabalhadores. E, aí mesmo, esta o furo da bala, para entender porque o Real está valorizado e poder afirmar a ignorância econômica - ou a malandragem.

É simples. Quanto mais um país exporta, mais a moeda deste país se valoriza e, conseqüentemente, mais difícil se torna exportar, pela valorização, no preço final, da mercadoria produzida. Vale para o soja, para o calçado, para o automóvel, para a carne, para ...

Qual a solução? Simples, também. Aumentar a produtividade, reduzir o custo, na estrutura de produção, quanto mais for exportado. Ou seja, quanto mais se vende, mais barato ir-se-á vender, em especial no caso do comércio internacional, onde agem diferentes mercadorias-dinheiro.

Chorar ao pai de todos, o governo, para que ele injete recursos em setores produtivos, para que ele mexa no câmbio é alimentar o monstro que suga toda a sociedade: a sanguessuga classe política, enroladora e inepta para gerar riquezas, só extorquí-las e extinguí-las no altar do altruismo coletivista estatizante.