Veneno na Câmara - Maio de 2006
Os vereadores e vereadoras decidem o que podem e o que não podem sobre a vida das pessoas. Em especial, sobre a de quem trabalha e os sustenta o salário e as facilidades. Presuma-se que representam o povo nas decisões votadas em plenário. Sobre o "o que não podem" vide o parcelamento do ITBI em doze vezes, que passou pela peneira grossa da "comissão de constituição e justiça" e pelo plenário, embora a matéria seja de origem exclusiva ao poder Executivo. Democracia é???
Pois muito bem. Se eles acham que podem mandar em quem os sustenta, dizendo se podem admitir pessoas bebendo em postos de gasolina, ou quanto vão ser ....ados no imposto sobre a propriedade, ou que artistas contratar em uma apresentação internacional, vai, aqui, uma su-gestão. Que os vereadores tenham, na mesa da pessoa que atende ao telefone, em seus gabinetes, um resumo do orçamento do município. Embora a peça seja longa, o principal pode ser resumido em uma folha de ofício - fato do qual políticos e seus burocratas duvidam.
Para saber do zelo dos senhores e senhoras vereadoras pelo dinheiro do povo, que é escravizado nos tributos, o redator vestiu-se de lobo em pele de cordeiro. Ligou para todos os 34 gabinetes, apresentando-se como eleitor de o vereador ou de a vereadora. E perguntou se alguém do gabinete poderia informar o valor do orçamento anual do município.
Votá-lo e zelar por ele deveriam ser as principais atribuições desses parlamentares. Mas, infelizmente, não é o que ocorre, ouviu-se a 23/05.
Quantos não sabiam
De os 34 gabinetes que ouviram a pergunta "quem é que pode informar o valor do orçamento municipal para este ano?", 26 não tinham quem respondesse, facilmente, o valor que o povo paga para a prefeitura, vereadores incluídos, funcionarem em 2006.
Chute
De o gabinete de um vereador do PT veio o primeiro Sim e o primeiro chute: 2,5 bilhões. Chega a quase isso o valor. É menor.
Precisão
Responderam com precisão e pouca espera ao telefone, funcionários de João Antônio Dib, do PP; de João Carlos Nedel, idem; de Manuela D’Ávila (socialista do PCdoB); de Mônica Leal (PP), embora errassem o valor final, detalharam algo do orçamento.
Quase lá
Acertaram perto de o gol, os gabinetes de Clênia Maranhão, do socialista PPS, de onde se ouviu o valor de R$ 2,2 bilhões; e de Luiz Braz (PSDB), sendo que o próprio forneceu a informação (foi o único a o fazer), dizendo que o valor vai a "R$ 2 bilhões e 200 milhões, com o SUS, que chega a mais ou menos uns R$ 300 milhões".
E o valor do orçamento é de ...
Conforme ouvido de os precisos, é de R$ 2 bilhões, 157 milhões, 162 mil e 292, sendo o SUS (repassado pela União) de R$ 312 milhões, 431 mil e 654.
Proíbe mas não pune
O projeto de Clênia Maranhão (PPS), proibindo o consumo de alcoólicos em postos de gasolina, aprovado, não estabelece punição. Fica ao Executivo o determinar. Em contato com a Smic e a Procuradoria, não sabiam dizer o tipo de punição impor. Por que a vereadora não foi a tanto??
Mais servidão proposta
Uma vereadora do social-democrata PMDB quer qualificar e incentivar profissionalmente os catadores de lixo. Cheia de boas intenções, quer obrigá-los a se filiarem a uma cooperativa ou entidade civil. Não passar de os submeter, ainda mais, à pobreza. Vão sustentar vagais - a diretoria das "entidades" - que serão, também, mais um curral eleitoral.
Foi-se o nepotismo
Na sessão de 24/05, a lei antinepotismo por um voto não atingiu votação suficiente. Foi ao lixo. Era uma discussão inútil. O problema não é empregar parentes; a questão é se eles, se de confiança, trabalham ou vadiam.
Licença estranha
Vereador do PMDB "matou" sete dias para tratar de assuntos partidários em Brasília. Podem tudo.
Uma velha encenação
Edil promete sinaleira para ruas Silveiro e Barão do Cerro Largo. Depende de estudos técnicos da EPTC e não de vereadores. E tem gente que ainda acredita.
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