A capitalista que divide os liberais
Uma das novelas de maior sucesso de Ayn Rand chama-se "A Nascente", de 1943, que narra a história de um jovem arquiteto, fiel aos seus princípios, incorruptível, honesto e trabalhador incansável, que suporta a calúnia e o boicote, mas, que, no final, vence. Eletrizante.
A Nascente, certa vez disse Ayn Rand, é a abertura para sua obra-prima, "Atlas Shrugged", de 1957, traduzida, no Brasil, como "Quem é John Galt?", uma história emocionante, com muitas reviravoltas e devidamente recheada de filosofia capitalista.
Divisão entre liberais
Mas, por que Ayn Rand é uma defensora do capitalismo, que divide os liberais? - o termo, aqui, no sentido clássico e não no dos EUA, que significa, exatamente, o contrário (em vez de individualismo, coletivismo). Rand divide até mesmo os defensores do laissez-faire, porque ela quer libertar o homem da opressão religiosa, que propõe o sacrifício como virtude. Mais. Ayn Rand funda a moralidade no homem; e não em Deus. E eis, aqui, a chave da rejeição que há a seu nome, em alguns círculos liberais. Não que ela não acreditasse em Deus ou fosse contra a religião, apenas que, para ela, a moralidade não depende, nem de Deus, nem da coletividade, ou seja, o homem não deve se submeter aos ditames do sobrenatural, muito menos aos de outros homens, através do Estado e da lei (coletivismo).
Ela não aceitava o pecado original. Sabia que o homem comete o mal, mas não podia se considerar devedora de um pecado que outros cometeram. E não ela.
Em um país de forte tradição opressora como o Brasil, tradição agudizada desde Getúlio Vargas, reforçada pela Constituição de 1988, a leitura das obras de Ayn Rand é um sopro de ar gelado, em um ambiente abafado e contaminado pelos miasmas do coletivismo.
Ayn Rand faleceu nos EUA em 1982. Suas obras podem ser adquiridas no Instituto Liberdade.
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