quarta-feira, junho 07, 2006

Varig, Varig, Varig

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Um governo que é grande o suficiente, para lhe dar tudo o que você necessita, é grande o suficiente para lhe tomar tudo. Barry Goldwater

Nesta quinta-feira (08062006), talvez ocorra o leilão da Varig, anunciaram, hoje (07062006), os diários.

Estrela fulgurante, no céu azul, iluminando, de norte a sul, Varig, Varig, Varig. É o famosíssimo canto comercial.

Viação Aérea Rio-grandense S.A. (Varig), uma vez uma grande companhia aérea regional, fundada em Porto Alegre, em 1927, por Otto Ernst Mayer, ex-oficial aviador alemão na I Grande Guerra; Varig, uma vez uma grande companhia aérea nacional e, enfim, uma grande companhia aérea internacional.

Varig, Varig, Varig. Um jingle, com duas repetições do nome internacional revela uma companhia que, primeiro, voou nas asas da liberdade; depois, na do protecionismo estatal (que lhe rendeu uma parte da ponte aérea RJ-SP; e, o grande e suculento filé das linhas internacionais originadas no Brasil) e, enfim, afundou, em parte, devido à mesma relação entre setores público e privado.

Ah, se os empresários brasileiros tivessem lido aquela frase de Barry Goldwater ...

A Varig cobra do governo federal R$ 6 bilhões e algo mais, resultado da intervenção estatal no mercado aeroviário, por conta do congelamento de tarifas. A Varig cobra mais um total de R$ 1,2 bilhão de governos estaduais que lhe tomaram em ICMS, indevidamente. A Varig tem dívida de R$ 8,2 bilhões. Quase toda causada pelo governo, vê-se.

Um governo forte o suficiente para lhe dar tudo o que necessita, é forte o suficiente para lhe tomar tudo.

O Jornal do Comércio de Porto Alegre, edição de segunda-feira, 05/06/2005 (anteontem), traz, como manchete de capa "Bottini diz que governo agravou a crise da Varig".

Um governo forte o suficiente para dar à Varig o monopólio das linhas internacionais com destinos brasileiros numa das pontas da perna, forte o suficiente para lhe dar, durante décadas, metade do melhor tráfego do Brasil, a ponte Rio-São Paulo, foi forte o suficiente para lhe tomar o que era seu, devidamente, para congelar tarifas e lhe inviabilizar o funcionamento.

O governo federal foi condenado e tem de pagar à Varig. Mas não paga. Típico e previsível, vindo de quem vem.

Pior são os apelos nacionais-socialistas para a preservação daquela companhia, dizendo que ela é importante para o país, para o povo ...

O senhor ou a senhora, se vierem a financiar a Varig, seja pelo governo pagando o que lhe deve, seja injetando-lhe dinheiro do povo para seu funcionamento, o senhor e a senhora, alguma vez, receberam algum centavo de dividendos da companhia? Esperam receber?

Não! Pois, no modelo nacional-socialista em que aqui se vive, o povo é sócio apenas no prejuízo. Quando dá lucro, ele chupa o dedo, raios.

Varig, Varig, Varig.