Mitos esquerdistas
O dia de ontem, com repercussão nos jornais de hoje, foi a declaração de Alckmin de que, reeleito Lula, o governo "acaba antes de começar". A ele respondeu Tarso Genro, um dos petistas com maior bancada na imprensa diária porto-alegrense, que Alckmin se comporta com "estilo Pinochet", referência a um dos mais temidos anti-comunistas do subcontinente.
Mas o que os colunistas de política, em geral intelectuais que odeiam o livre mercado, não apontaram, porque é contra suas convicções, claro, é que ambas declarações são de homens de esquerda. Conservadores ou capitalistas (liberais) não estão representandos em nenhuma das duas frases. O episódio mostra, também, que o candidato preferido do coletivismo, ele próprio das libações, já foi dito, tem um glorioso "go-between", como dizem os ingleses (mensageiro).
Por que as afirmações são ambas de esquerdistas, mesmo que uma delas seja representação dos fatos? [A de Alckmin].
Porque atacar um governo, dizendo que ele acaba antes de começar é típico de políticos à esquerda, sestros, que não se convencem com a sua derrota. Afinal, a social-democracia tucana e o trabalhismo petista não são a direita versus a esquerda. A tentativa de manter este mito ficou clara em trazer o inútil tema das privatizações de volta.
Basta lembrar que, quando FHC derrotou Lula pela primeira vez, o PT anunciou a criação de um "governo paralelo", com seus notáveis, reproduzindo a estrutura do governo, para acompanhar seus atos e fatos, apontando suas falhas e o erro do povo em eleger o príncipe dos sociólogos. Os jornalistas a la gauche esqueceram desta vã promessa, que rendeu dois ou três dias de manchetes, bem ao gosto desta intelectuália subserviente ao coletivismo assassino (se não sabem, é porque não querem). O PT reagiu como derrotado, dizendo que iria governar em paralelo. E os colunistas, em vez de fazerem troça do ridículo, investiram nele. Mas, talvez, nem se lembrem disso. "Não me lembro", é a resposta típica de quem quer ocultar o fiasco de si mesmo.
De volta ao passado
O PSDB privatizou? Sim. Mas isso não faz dele, necessariamente, um partido de direita (afinal, no Brasil, a direita - os militares - criaram o maior governo estatista da história do país; logo eles que deram o contra-golpe na esquerda, em 1964).
Tanto não faz, que Palocci [aquele que violou o sigilo do caseiro, amigo de décadas de Lula; relelegeu-se parece, acreditam?], reclamou, ao assusmir, que FHC dobrara de R$ 40 bilhões para R$ 80 bilhões a despesa com o funcionalismo federal. Ora, "bolas e carambolas", como diria Roberto Campos (lembram dele?), partido que "incha" o Estado é tudo, menos direita, menos liberal, menos capitalista. Partido como o PSDB, que elevou em 50% a carga tributária - trilha seguida pelo sucessor - não é partido de direita, não!
Partido como o PSDB, que inventou o-tira-dos-diligentes-dá-para-os-negligentes, acreditando, ainda por cima, que é o governo que vai desenvolver o país - é tudo, menos de direita, como quer sugerir o go-between, que, em geral, fala e fala, não diz quase nada.
Assim, para quem tem o mínimo de discernimento, assiste-se à disputa entre a direita e a esquerda, da mesma. Tudo bem de acordo com o figurino leninista de tomar o poder, partidarizar o Estado, enganar o povo, fazendo-o crer que há um debate.
Se o há, é o do concorrente que iria ser abatido com um golpe baixo, com dinheiro sujo, que resulta, sim, na impugnação do situacionista.
O que Alckmin disse pode ser tudo, menos "estilo pinochet", como o fala-vazia-genro-mandou-recado quis que parecesse ser.
Isso mostra que, como Lula no debate da Band TV, a esquerda radical [chique], nesta campanha, ressucita os anos de 1970, pois, afinal, de 1917 nunca saíram.
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