segunda-feira, janeiro 08, 2007

Destruir a classe média, para ...

Reza a teoria de Karl Marx que o capitalismo, o sistema da burguesia, da livre empresa, da tecnologia e da indústria, mais um produto da luta de classes ao longo da história humana, produziria suas próprias contradições internas, gerando sua própria extinção e superação, rumo ao comunismo, à sociedade sem classes, que teria, como antecessora, sucessora do capitalismo, o socialismo, ou, ditadura do proletariado.

Karl Marx dedicou-se a vida toda a conhecer, descrever e explicar o capitalismo - nome dado por ele. Nunca ninguém conseguiu entender tão pouco o objeto que tanto estudou. Ele enxergava uma sociedade de duas classes antagônicas - burguesia e proletariado - que chegaria ao colapso, pelo fato de a classe dominante gerar cada vez mais miséria, cada vez mais proletariado.

Para Marx, a história rumaria inexoravelmente ao socialismo e ao comunismo. Mas, se fosse possível, acelerar o processo era bem vindo, com o roubo e o assassinato (latrocínio) - a revolução. Claro que ele não usava estes termos "próprios da burguesia e sua alienação de a realidade".

Mas o que Marx não enxergou - e daí parte de seu erro crasso - foi a classe média.

OK. Existe o burguês e o proletário. Mas, qual é o papel do gerente (classe média) nesta história?

A teoria não contemplava a destruição da classe média, mas, sim, da burguesia, pelo proletariado; os fatos negaram a teoria - a revolução maior ocorreu em países não industriais (Rússia, China), ao contrário do que queria Marx (na Inglaterra e Alemanha); os operários, cujo ópio seria a religião, não se encantaram com o socialismo, a revolução - a heroína dos intelectuais ... assim, a profecia fracassou onde mais se esperava que se cumprisse - as nações industrializadas.

Realizou-se mezzo o ideal de Marx. O mundo é social-democrata, outro nome do nacional-socialismo (propriedade privada mais forte intervenção estatal). Adolf Hitler, assim, é o maior artífice de Marx na história. O mais exitoso dos líderes trabalhistas. Suas idéias governam o mundo. Exceto o campo de extermínio. (?)

Bueno e o Brasil?

Nenhum documento da esquerda brasileira, aquela que "lutou" contra 1964, hoje no poder, fala em democracia, lembrou Denis Rosenfield, na obra "A democracia ameaçada" (2006). Falavam, sim, em ditadura do proletariado.

Bueno, mas, como fazer a transição para o socialismo, se há uma classe média? Ainda mais tendo em vista que Marx não a contemplou devidamente na sua teoria.

Ora, simples. Basta o Estado/governo de índole trabalhista (velha ou nova guarda) destruir, aniquiliar, pelo depauperamento, a classe média. Fazê-la proletariado. E contar com sua adesão.

É o que o neotrabalhismo está fazendo. Dados oficiais mostraram que os empregos da classe média tiveram redução de 46% no governo de Luís hoje sem PT. E a tabela do IRPF, à qual FHC já negara correção, é outro instrumento estatal de destruição da classe média.

Deveria ter correção de 46,8%. Tem de dez vezes menos (4,5%). Já que o marxismo não funciona na prática, força-se a sua existência, destruindo a classe média, fazendo de todos proletários, ou, burgueses. A seguir ...

Felizmente, onde há mais classe média no Brasil, o Sul, Lula e o PT falido moralmente foram rechaçados na base do 6 a 3.

Mas o projeto nihilista continua à toda. Quem está vivendo, está vendo.