quinta-feira, novembro 30, 2006

O ardil da saúde estatal

Se você não pode ser atendido pelo SUS, por um critério político (o que, aliás, é crime), você terá de pagar. Se você pagar, não terá como provar que foi recusado seu atendimento pelo SUS. Se você quer ser atendido pelo SUS, tem de recorrer a uma central de regulação. Mas e se for uma emergência? Não há como esperar pela central. Logo, você vai ter de pagar, se puder, porque, lá no hospital da cidade ‘I’, você não pode ser atendido pelo SUS, porque você é da cidade ‘A’. Isso aconteceu nesta semana, iniciada a 27/11, em um hospital, de irmãs, beneficente, que atende pelo SUS, em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. Já, se não puder pagar, vá sofrer como Cristo na cruz.

Negar atendimento a alguém, porque esta pessoa não é da cidade, como lhe foi dito e narrado a este colunista, é a manifestação cabal e acabada do nacional-socialismo, com um agravente cumular. No nacional-socialismo clássico, você é refugado por ser de outro país. No do SUS, você é lixo humano porque é de outra cidade. E tem gente que ainda defende o sistema estatal.

Neste caso macabro de violação da dignidade humana, sem falar no bolso de quem sustenta o sistema com impostos, somam-se a administração política da ditadura civil (eleitos e concursados) e a pecuniariomania de irmãs religiosas, sedentas de "fiorin", para enviar à sede da igreja na Europa.

Enquanto isso, morre o povo na fila do SUS.

O país é nacional-socialista, pois sua Carta consagra o nacionalismo e o coletivismo (socialismo). Vide a função social da propriedade. Vide os impedimentos ao capital de estrangeiros para investir no país. Podem investir se for para o governo sustentar o déficit que gera miséria.

Mais nacional-socialismo.

Mas o ‘naso’ é visto, caricaturalmente, como um imenso campo de extermínio. Este é o cúmulo da estatização da vida.

Se o país é naso, onde está o campo de extermínio?

Ora, está ali, na fila do SUS, na qual pessoas esperam meses por uma consulta com oncologista, para citar um caso de extermínio. Enquanto seu câncer avança.

Não admira que, em Porto Alegre, um dos mais trabalhistas dos governos (o naso é um governo trabalhista), gastava tubos e rios de dinheiro com publicidade e deixava o povo morrer ou ficar deformado na fila do SUS, o campo de extermínio dos Joseph locais.

A história
A mulher, jovem, agricultora, esposa de um também agricultor, sente forte dor de garganta. Vai ao hospital de sua cidade, péssimo. Diagnosticam errado e receituam o medicamento errado. Ela passa a urinar com traços de sangue. Decide ir ao hospital da cidade vizinha, que possui melhores médicos e equipamentos.

Chegando lá, ela, que paga altíssimos impostos à União, em tudo o que adquire, junto com o marido, ouve que não pode ser internada pelo SUS, porque não é da cidade. Atenção. Isso é crime.

O que podem fazer, se ela tem dor e sintomas graves, que exigem tratamento de urgência, se não pagarem? Se pagarem particular, ficarão em condição de não poder denunciar o ato naso do hospital beneficente, que atende pelo SUS, instituição de caridosas irmãs religiosas.

O colunista entrou em contato com a secretaria estadual da Saúde, que monitora o SUS. Se a paciente ficou em quarto particular, não há como restituir-lhe o valor ou, sequer, monitorar seu atendimento. Muito menos o crime naso cometido.

Crime? Parece ser a lei. Não?

É o ardil da saúde estatal, que saqueia o povo, via instituições privadas, beneficentes e caridosas. À manutenção dos afrescos e das colunas de ébano do grande templo.

Isso me enche de ódio, de raiva. Não foi por isso que Jesus, filho de José, deu-se ao sacrifício.

A propósito. A internação forçada para o serviço pago custou cerca de mil reais, entre leito, medicamentos, médicos e exames.

O naso à brasileira agradece.

Acabem com a farsa da filantropia e do direito à saúde. Só há dever de pagar.

O CPMF é desviado há três governos e ninguém vai preso. Agora, se um empresário não pagar ao INSS, vai preso.

Se isso não é uma ditadura, ajudem-me com o nome. É a vitória do naso, mesmo com seu grande líder derrotado em 1945.

Viva o trabalhismo. Viva a morte.