sábado, novembro 04, 2006

Povo paga duas vezes

De as empresas aéreas falou-se em acionar o governo em R$ 40 milhões pelos transtornos e déficit causados com a greve branca dos controladores de vôo, funcionários federais. A idéia parece, prima facie, boa, afinal, alguém tem de pagar pelos prejuízos, alguém tem de ir para a cadeia pelo que ocorreu, o transtorno e o desperdício de tempo precioso da vida de milhares e milhares de pessoas. Mas, mesmo que condenado e que pague pelo transtorno, quem vai mesmo pagar é o povo todo (rico, pobre, classe média), afinal, "o governo", esta palavra que induz a ene erros de categoria, não tem outro dinheiro que não o que ele toma à força do povo nos tributos. Assim, acionar o governo não é só injusto, é, de fato, dupla injustiça, contra as mesmas pessoas que foram torturadas pelo sistema estatal de tráfego aéreo.

Se alguém tem de ser acionado pelos danos causados à vida das pessoas e ao funcionamento das empresas aéreas esse alguém são os controladores de vôo, seja na pessoa natural de cada um, seja na pessoa jurídica da entidade que os representa, associação, sindicato, ou seja lá o que for um tal instituto desses que pululam, graças à obrigação de um dia por ano de salário de todos "doados" (sacrificados) ao fundo sindical. Ainda assim, a sindicalização é livre. Só o pagar obrigatório. Pátria inequívoca do nacional-socialismo trabalhista. E tem quem chame o país de capitalista (reputo-lhes a ignorância para não os chamar de burros).

Quem tem de pagar pelo caos e pelos danos à vida das pessoas são aqueles que atormentaram o tráfego aéreo no país. Devem pagar também, com seus proventos, ou com seu tempo na cadeia, todas as autoridades que deixaram que o caos se instalasse no sistema de controle de tráfego aéreo. A cadeia hierárquica aponta para o topo.

Um governo que não destina verba para a manutenção de um sistema crucial para a vida do país é um governo que trai a pátria, trai o povo, não é probo administrativamente. Tudo aponta para um nome, tudo aponta para um responsável maior, aquele que chefia e foi inepto, inapto, irresponsável, incompetente para, sequer, saber, se é que não sabia ('saber', uma palavra muito ouvida, uma condição nada assumida nos últimos quase quatro anos) e nada fez.

Uma coisa, é certo, ele e os seus fizeram. Drenaram recursos de todos os lados, da saúde, das estradas, do controle de vôo, para fazer "distribuição de renda", ou seja, para comprar votos de gente faminta, que, por isso mesmo, foi duplamente humilhada pelo governo. Ao ser mantida na pobreza por uma administração (!!??) pública inviável financeiramente, por uma carga tributária escravizante, para a sustentar, e, suprema humilhação, receber esmola estatal para comer.

Pior do que isso, tal povo gostou de ser humilhado, sem sequer saber que, para o perverso óbulo, o país foi levado ao caos, em tudo o que é estatal.

Mas o mal de todos os males, a perversão suprema, está em que, no país do nacional-socialismo trabalhista, mesmo que sejam condenados os do governo, pagam se querem. O povo, dane-se. E pague, claro. Ditadura civil de eleitos e concursados. Alguém duvida ou pode apresentar argumentos ao contrário de?