E a Veja não veio
E a Veja não veio.
Na novela citada, datada de 1957, a brilhante escritora, defensora da economia livre, relata o que ocorre, aos poucos, com a grande nação livre e produtiva, os EUA, a partir de o momento em que o governo passa a determinar, cada vez mais a cada dia, o comportamento dos agentes econômicos. Coisas como a velocidade máxima com que os trens devem trafegar. Quanto aço um industrial pode vender. Que a nova liga metálica, que ele criou, não lhe pertence, mas deve ser revelada a todos. Que produtos devem ser plantados, em que lugar, por quem. Como e quando devem ser transportados e assim por diante, no exuberante - e fracassado - nazismo (nacional-socialismo, doutrina política, que prega a intervenção do Estado na economia, na qual a propriedade privada e seu uso são concessões benevolentes da burocracia estatal - a classe ociosa, política e saqueadora).
E a Veja não veio.
Eu compro a Veja em uma banca de jornais na rua Botafogo, esquina com Getúlio Vargas, todos os sábados, lá pelas 17h30min, nos quais estou em Porto Alegre (e eu cá estou em quase todos eles, uns 48 dos 52 por ano - afinal, alguém tem de trabalhar e pagar impostos para a classe ociosa, não?)
Hoje, sábado, 09/12 do ano do senhor de 2007, fui à banca - lá sempre bato um papo com o Nilton, que herdou o negócio do pai, Nelson, vivo e bem, por sua vez filho de japoneses, pessoas muitíssimo educadas e atenciosas. Fui no horário costumeiro, entre a redação de um texto e outro (a banca fica a cem metros de minha base escriba).
E a Veja não veio.
"Deve ser por causa do apagão aéreo", me disse o Nilton. "Afinal, as revistas semanais que deveriam ter chegado ontem [sexta-feira] vieram só hoje."
E a Veja não veio.
O senhor e a senhora, vós sabeis o que é viver em um país em que o governo federal, por cortar verbas de um setor essencial, transferindo-as para outros (como comprar votos de famintos, dando-lhes comida), impede uma revista semanal de chegar na hora rotineira?
Se não sabem, leiam "Quem é John Galt?". Se não sabem, tentem comprar a Veja.
E a Veja não veio, e o avião não vôou são apenas o prelúdio de uma era macabra, na qual o partido compra votos com o dinheiro das estradas, do tráfego aéreo, da saúde, dos portos, da segurança, dos presídios, ...
E a Veja não veio.
Lula, o PT e seus apoiadores, o PMDB gaúcho, infelizmente, incluso, devem estar felizes. Afinal, c’os diabos, esta revista só fala mal "ni mim".
Bertrand Kolecza, redator do mensário Folha do Porto
bkolesza@terra.com.br
P.S.: recém li no Terra (sábado, 09122006, 20h20).
Lula: crise nos aeroportos está sob controle
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que a crise nos aeroportos brasileiros está sob controle. "O problema está controlado", disse Lula antes de deixar a cidade de Cochabamba, na Bolívia, onde participou da reunião de Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações.
2 Comments:
Excelente, Bertrand!
Grato. Às vezes, acerta-se.
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