quinta-feira, novembro 30, 2006

Quem vai para a cadeia?

Em um distante país, um avião a jato, pequeno, colidiu com um Boeing, resultando em 154 mortes. Quem vai para a cadeia? Afinal, à luz da lei ocidental, houve 154 homicídios culposos. Naquele mesmo país, há promotores defendendo a tese absurda de indiciar por homicídio doloso (intenção de matar) quem dirige perigosamente e atropela ou mata alguém em outro veículo.

Quem vai para a cadeia?

Naquele país onde houve o acidente aéreo, tentaram, de início, incriminar os pilotos do avião menor, o que colidiu, causando o acidente. Eram estrangeiros. Pior. Eram norte-americanos. Yankees!

Quem vai para a cadeia?

Investigar acidentes aéreos, em especial um destes, exige muito cuidado. Corpos, menos um, foram resgatados. As caixas pretas, encontradas. A investigação avançou.

Dias depois do acidente, iniciou um caos no transporte aéreo daquele país, promovido pelos controladores de vôo. Eles alegavam uma operação padrão.

Assim, quando o controle aéreo vai bem, a aviação comercial vai mal. E vice versa.

Quem vai para a cadeia?

Os controladores de vôo trouxeram enormes prejuízos à vida de milhares de pessoas. Quem paga a conta? O governo controlador de vôo? Claro que não. As empresas aéreas. País nacional-socialista, fascista, não capitalista é assim.

Quem vai para a cadeia?

Depois, descobriu-se que houve falha pessoal de dois controladores de vôo, ao passar e receber o serviço; e ao conduzi-lo.

Quem vai para a cadeia?

Depois, descobriu-se que o governo central daquele país reduziu e continua reduzindo as verbas necessárias para manter decente o controle do tráfego aéreo.

Quem vai para a cadeia?

O ministro do planejamento que cortou as verbas para manter o controle de vôo? O ministro da Fazenda, responsável pelo caixa? Os congressistas (deputados e senadores) que aprovaram o corte? O presidente da república que assinou o orçamento com o corte? Os controladores de vôo? Seus superiores imediatos até o topo da hierarquia?

Quem vai para a cadeia?

Todos, claro. Mas não irão.

Em países nacionais-socialistas, os intervencionistas não são responsáveis, só quem lhes paga a conta.