terça-feira, dezembro 05, 2006

Lógica dos Desvios

Em um jornal diário desta semana, iniciada a 03/12, impresso e editado em Porto Alegre, leio que, segundo um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), por sinal, a propósito, um gaúcho, ele diz, o governo federal arrecadou - tomou à força, leia-se - R$ 7 bilhões com a Cide (contribuição sobre a intervenção no direito econômico - o nome não poderia ser mais nacional-socialista) e só reinvestiu R$ 1,2 bilhão, no fim a que se destina - construir e recuperar as condições de trafegabilidade de as estradas de rodagem (estradas, para o povo; asfalto, para o gaúcho).

Cada vez que o senhor e a senhora, vós, abasteceis seu carro em um posto, com a gasolina adulterada na origem com álcool (25%), pagais a quantia de R$ 0,28 pela intervenção no direito econômico.

E, se vós pegardes uma estrada do RS, para o litoral ou para a zona de a produção, terão de pagar de novo - a terceira vez - na forma de o pedágio, para trafegar.

Terceira vez, sim, pois vós já pagais IRPF e outros tributos sobre o consumo, para haver estrada.

Aí, este modesto e imbecil redator, filiado ao pensamento individualista (cada um paga pelo que é seu e pelo de outrem do qual se utiliza), lê um outro diário, este do centro do país, com notícias do comércio e da indústria.

Ali, ele descobre que a CPMF, criada para a saúde, por um diligente cardiologista, no governo de um sábio sociólogo socialista (que o PT chamava de direita), inclui um percentual muito significativo para o hiper deficitário órgão previdenciário (vai a uns R4 41 bilhões em 2006 a conta negativa, que todos pagam; poucos usufruem, a maioria absoluta, pecuniariamente no setor estatal).

Assim, de a CPMF, o governo deveria ter destinado R$ 8,5 bilhões para o INSS. Ora, bolas e carambolas! Raios e trovões! Por Júpiter, Zeus e Odin! Contaram que a CPMF era para a saúde. Votaram e ocultaram que boa parte, uns 20%, eram para o sempre falido INSS.

Não era a CPMF um imposto insonegável, porque no cheque, a financiar a saúde? Tinha dinheiro para o INSS também? Isso não foi dito. Nem ao povo imbecil. Nem ao povo inteligente. Nem ao povo informado. Nem ao povo desinformado.

Toda a imprensa, supõe-se, ocultou ou ignorava - este percentual significativo - ao falido INSS. Que é, também, o maior sugador do trabalho do povo neste país.

Isso não é uma república. Isso não é uma democracial Isso é uma ditadura civil da classe política (eleitos e concursados).

Haja povo. Haja trabalho.