Fogaça cobra duas vezes
O prefeito de Porto Alegre (RS) inaugurou ontem as obras de recuperação de uma praça em um bairro de classe A de Porto Alegre (Três Figueiras). Foi utilizado o que ele chamou de calçamento "ecológico", que não é originado de mineração (basalto ou gres, as pedras mais comuns no RS). Assim, preserva o meio ambiente, morros, quis o bom prefeito socialista (seu partido é o comunista disfarçado, PPS). Mas ele não enfatizou, é claro, embora seja informado, que o tal de calçamento preservativo da natureza é de origem industrial, ou seja, não há característica ecológica, ao fim do dia. Tal há, apenas, no linguajar dos ambientalistas (uma doutrina anti-humana, afinal, preservar a natureza é preservar sua essência básica, a violência como meio de vida - vide a "bela" e equilibrada vida animal, na qual a presa preferida de um felino na savanah é o mais jovem e fraco de uma manada de antílopes, por ilustração).
Se o calçamento não é fruto de mineração em morros, se ele é de origem industrial, não se está poupando a natureza coisa nenhuma, apenas transferindo o suposto ônus ambiental para outro campo. É como o carro à bateria. De que adianta ele não queimar combustível fóssil, se a origem da energia não é "limpa" (existe energia "limpa"? - pela definição da burocracia estatal brasileira não, pois até mesmo a energia eólica instalada em Osório, RS, 75 geradores-cataventos, necessitou de licença ambiental; e quase não recebeu a tal).
Mas há algo ainda pior na nova praça inaugurada, que nos ensina muito sobre a falência filosófica (moral, política) do Estado/governo no Brasil. A praça reinaugurada com o calçamento ecológico foi bancada, em parte, com recursos particulares. Ou seja, as pessoas daquela comunidade pagaram duas vezes pela mesma praça. A primeira nos impostos. A segunda, ao financiar parte das obras de "revitalização" como gostam de dizer os burocratas.
E o prefeito José Fogaça ainda elogiou o fato. Claro, tira o ônus das costas dele, que cobra e não entrega a mercadoria; e cobra de novo para os compradores a receberem.
Problemas de linguagem
Sobre a revitalização. Como é possível dar nova vida ao que já é morto? Não é. Como é possível dar nova vida ao que vida não tinha - uma praça. Aí, o problema é mais acima, no cérebro; e na língua da farsa chamada governar, do jeito que a coisa está a se desenrolar. Cada vez mais, fala-se, cada vez menos, o Português, no Brasil.
Pagar duas vezes por tudo é regra no país. Vide a Cide e os pedágios. Vide o seguro para acidentes de trabalho, pago pelas empresas, e as ações na Justiça; vide a educação e a saúde e os serviços privados ao mesmo, para quem mais sustenta o governo - classe média - e é por ele excluído do atendimento. Vide a praça reinaugurada no bairro Três Figueiras em Porto Alegre.
Cobrar e não entregar - caracterizam a governança do país. E chamam isso de parceria público-privada. Dupla cobrança, isso sim.
Se uma empresa privada cobra e não entrega, o dono pode ir preso. Já os do governo ...
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