sexta-feira, novembro 03, 2006

Metáfora de si mesmo

A foto que vi no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, de hoje, traz, a Luís II o impugnável, a metáfora viva de si mesmo e de seu governo. Enquanto o povo perdia o tempo precioso e irrecuperável de sua vida nos aeroportos de todo o país, sua excelência de colaboradores coroados de "erros", atirava-se às areias do litoral da Bahia, deitado temporariamente em berço esplêndido, só para ele. Nada poderia ser mais revelador, a imagem é a descrição de sua inapetência, de sua omissão. Seu governo retirou verbas de todos os lados, inclusive do controle de tráfego aéreo, para comprar os votos dos famintos, cruciais para sua reeleição - fato provado até pelo diário de luxo do RS, amplamente luisista. O resultado viu-se nos últimos dias.

Um governo incapaz de fazer qualquer outra coisa além de se endividar, fazer sucata da saúde e da previdência, das estradas e portos e do controle aeroviário, teve como único mérito estimular ao ócio milhões de pobres com a esmola compra-voto estatal - quase 12 milhões de famílias.

Ah, quase ia esquecendo. Também foi eficaz na desordem legal, com 40 pessoas do núcleo do poder indiciadas por formação de quadrilha.

Sua reeleição talvez se explique pela mesma paixão pagã dos romanos pelos espetáculos no Coliseum. Quanto mais um homem era espancado, quanto mais ele era trucidado, quanto mais ele era infeliz em defender sua vida, mais o povo o aplaudia. Claro que os romanos exibiam um componente racional que falta aos 56 milhões de brasileiros reelegedores. No Coliseum, aplaudia-se ainda mais o homem que derrotou o que apanhava mais.

Enquanto o impugnável descansava nas areias da Bahia, seu avião não tendo problema para decolar e aterrissar, seus ministros tentavam contornar o caos que o seu governo criara, ao não destinar as verbas necessárias para manter o controle aeroviário em funcionamento devido. É o mundo do MST que já se desenha.

Sim, pois, para os vândalos terroristas falsos campesinos, o mundo não precisa de tecnologia, de avião, exceto para eles, claro. Mas são flagrantemente contrários à inovação tecnológica. Pois bem, se dependesse deles, e do governo a eles simpático e deles dependente, para chantagear o país com "se falarem de impeachment, convocaremos os movimentos sociais", não haveria avião. E não há mesmo, para enviar bolsa família aos acampados do MST.

Haja.

Bem, agora a classe média que votou no impugnável que se dane e se estrepe nos aeroportos. Ninguém mandou ser burro ao votar.