quinta-feira, novembro 02, 2006

O suicídio de um liberal

O deputado federal Onyx Lorenzoni (PFL/RS), reeleito com 111 mil e tantos votos, suicidou. Todo o discurso da frugalidade estatal, quando concorreu e se elegeu, duas vezes, deputado estadual, em 1994 e 98, foi por água abaixo. Ele não é menos estatista do que qualquer outro parlamentar do esquerdismo brasileiro.

Na edição de hoje, 02/11, do diário de luxo do RS, ele defende que seja triplicado o salário do governador do Estado. Lorenzoni sabe do que fala. É a primeira vez que seu partido chega ao Executivo gaúcho, na pessoa do vice de Yeda Crusius (PSDB). PFL aliado a PSDB só poderia dar nisso: adeus ao discurso da prudência e da frugalidade estatal e a defesa sem peias da luxúria paga pelo povo empobrecido pelo Estado. Lorenzoni poderia, desde já, filiar-se ao PSDB. Sua permanência no PFL se tornou esdrúxula.

Ele lembrou que o salário de governador é de R$ 7.140,00 e que é "demagogia" não defender a equiparação ao de desembargador, de R$ 22 mil e uns quebrados.

O liberal suicidou com o cianureto do estatismo. Já são poucos e os que há ainda se matam.

Politicamente falando, é claro.

Mais um mandato ou dois e ele estará pronto para se filiar à turma? Ou será que ainda há tempo para ressucitá-lo nas hostes do liberalismo?

Ele já tinha mostrado pouca afeição ao ideário que supostamente defende, quando foram revelados os seus gastos com publicidade e com gasolina.

Agora, entornou o caldo.

Menos um.