sexta-feira, janeiro 06, 2006

Nazismo arrependido?

Anotícia dos jornais de hoje mostra e prova que o Brasil continua sendo um país nazista - isto é - de propriedade privada condicionada. Após ter sido anunciado, por um funcionário do ministério da Agricultura, o "confisco" dos estoques de álcool, para forçar uma baixa de preço, os jornais de hoje informam que o governo voltou atrás. O arrependimento é do ministro de Minas e Energia, do primeiro escalão. O anúncio do confisco era de um obscuro burocrata de segundo escalão.

Veja-se o ponto a que chegamos. Como já disse o Diogo Mainardi: o petismo no Brasil tem 70 anos. Eu quero destruir o petismo. [Acrescente-se que ele começou com o ditador Getúlio Vargas.]

O que é isso então? Ora, é o intervencionismo, o estatismo, a prerrogativa de o governo roubar o que pertence a quem trabalha, para praticar "preços razoáveis", como gostam de estipular os burocratas estatais, integrantes da ditadura civil sob a qual vivemos, composta que é por eleitos e concursados. Futuro próspero só para eles. Para o país, não há.

Na Zero Hora de hoje (06/01/2006), o confisco ainda não mereceu o destaque que deveria ter, desde a edição de ontem, dada a gravidade do anúncio e o abuso ditatorial no qual a medida implica. O Correio do Povo de hoje informa que o governo recuou do confisco: "Confisco do álcool é descartado" está na capa, mas não estava ontem, na mesma capa, onde foi dada como manchete maior o controle de preços dos combustíveis. Ou seja, o CP publicou a continuação sem apresentar o primeiro capítulo do abuso. O confisco foi ignorado pelo jornal. Passou em branco, talvez, porque os jornalistas brasileiros já não sentem mais nada quando um obscuro burocrata ameaça tão acintosamente a propriedade privada. Ou porque esses mesmo jornalistas no fundo também são simpáticos ao nazismo e repelem a idéia da propriedade privada não condicionada.

Quem sabe condiciona-se a deles, para verem como é bom.

Já o Jornal do Comércio de hoje (06 01 2006) estampou na capa, porém com destaque menor: "Governo recua e descarta idéia de confiscar álcool". Mas a capa do JC de ontem também ignorava o confisco. Ou os jornalistas já estão calejados com os abusos de poder neste país, ou concordam com a idéia de confisco, subconscientemente, repete-se, face à repetição.

Mas o fato de o governo cogitar, por um funcionariozinho de ministério não afeito aos combustíveis (Agricultura), confiscar a propriedade privada e, ohhhh, magnânimo, um dia depois, refugar a idéia, apenas prova o quê ele pode fazer - confiscar a propriedade privada - e que o país é nazista, sim, e que não há propriedade privada, senão, condicionada, o que é o mesmo que não haver...

Há muito o que se fazer para nós fazermos deste país uma terra próspera. Começaria por tirar do governo o poder de intervir na economia, em todas as suas relações, exceto para zelar pelos contratos livremente assinados, quando uma das partes o ferisse.

Mas isso tiraria o poder de parlamentares voluntarioros, candidatos mentirosos à presidência et caterva.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Álcool e nazismo à BR

O Brasil é um país nazista? Não! - será a resposta imediata da maioria das pessoas, até mesmo daquelas supostamente cultas (as que passaram por uma universidade); ‘Não’ também será a resposta da maioria dos ditos políticos. Mas o fato é que o Brasil possui traços muito fortes de nazismo (nacional-socialismo) na sua legislação, ou seja, nas prerrogativas, nos poderes, estatais sobre os indivíduos, enfim, sobre a propriedade privada, em especial, a dos meios de produção - de riqueza e renda.

Está na página 16 do jornal porto-alegrense Zero Hora de hoje (05012006), lá, quase no final da matéria, sob o título "Governo estuda forma de conter preço do álcool". Lê-se que "Para pressionar os usineiros, o governo [federal, claro] não descarta nem o confisco dos estoques do setor privado." A afirmação, vinda de autoridade pública, em paráfrase, é complementada pela citação entre aspas "Se não houver consenso, o governo vai tomar as medidas legais possíveis para que esses quatro bilhões de litros (em estoque) cheguem ao mercado com preços razoáveis". O nome da "autoridade" estatal (do ministério da Agricultura) que faz tão corajosa e ofensiva afirmação, à propriedade e à prosperidade, ao indivíduo e à liberdade, é aqui omitido. Os nazistas não gostam e ser identificados como tais. Muitas vezes, eles nem se dão conta do que são. Se é apontado, tome-lhe processo judicial.

Mas, afinal, o que é o nazismo? - para que este humilde escriba internáutico tenha a ousadia de o afirmar. Ou melhor, como é que o nazismo (criatura alemã dos anos de 1930, que fez escola pelo século XX mundo afora) estipulava a existência do trabalho, da propriedade? - da vida, enfim, que consiste em trabalhar livremente, sem compulsões, sem privilégios, sem subsídios (para quem acredita no capitalismo laissez-faire).

Recorramos ao eminente historiador Richard Pipes (lecionou em Harvard por 46 anos) em sua ilustrativa e esclarecedora obra "Propriedade e Liberdade". Ele diz, no capítulo em que discorre sobre o fascismo e o nacional-socialismo (pp. 259-67), que

"Tanto a Itália fascista como a Alemanha nazista na verdade permitiram - ou melhor, toleraram - a propriedade privada. Entretanto, tratava-se de "propriedade" num sentido peculiar e muito restrito - não a posse privada quase desimpedida da lei romana e da Europa do século XIX, mas muito mais a posse condicional, sob a qual o Estado, o dono em última instância, reservava a si próprio o direito de interferir e mesmo confiscar bens que, em seu julgamento eram utilizados insatisfatoriamente. As políticas econômicas da Itália de Mussolini e da Alemanha de Hitler assemelhavam-se ao "socialismo estatal" que Lenin quis instituir na Rússia soviética ao chegar ao poder, sob o qual a empresaria privada trabalharia para o governo - uma idéia que Lenin foi forçado a abandonar sob a pressão dos ‘comunistas de esquerda’." (páginas 259-60)

Os empresários se submeteram a este sistema na Alemanha e na Itália e se submetem a ele nos Estados Unidos, acrescenta Pipes, [e no Brasil, acrescenta este redator], porque há perspectiva de lucro. Porém, acrescenta de novo o redator deste blog, estão fiando a corda que vai enforcá-los. Os usineiros brasileiros sempre acharam o Pró-Álcool muito bom. O governo lhes estendeu benesses para que produzissem. Benesses pagas pelo povo todo. Quando os usineiros consideraram melhor vender açúcar ao estrangeiro do que álcool à Petrobras ... foi-se o Pró-Álcool. Ao menos neste caso funcionou um pouco de liberdade, provando o equívoco do sistema compulsório que gerou o Pró-Álcool.

O sistema de uso de álcool - falsificando em 25% a gasolina na origem (pagamos produto adulterado por lei - legal; mas imoral, portanto, neste caso de intervenção abissal) - é mais uma distorção depravada da vida econômica, da ação humana, deste nazismo à brasileira, que está mais vivo e forte do que se imagina. As palavras do burocrata da Agricultura são inequívocas. Ele não descarta o confisco dos estoques privados. Ele disse. Ele ameaçou.

Se isso não é um ato no melhor estilo do nazismo, do fascismo ou do socialismo almejado por Lenin, não sei o que pode ser. E é prova cabal de que vivemos em um país nazista (nacional-socialista).

Ahh, mas e os campos de extermínio, nós não nos temos! - direis. Eles são a parte mais horrenda e conseqüência inevitável da intervenção econômica do Estado na ação humana, que deixa de ser livre e responsável.

Temos, sim, campos de concentração. São as filas de espera do SUS, nas quais o povo morre sem atendimento, pelo qual já pagou, à força, nos impostos, para o (des)governo. O campo de extermínio também é a favela, sem saneamento, produto do dinheiro roubado pelos governantes, que deixam o povo sem condições de fazer suas próprias ligações de esgoto ao lhes tomar dinheiro em tributos para lhes fazer saneamento (o nazismo à brasileira só é mais incompetente em exterminar gente, dada a tradicional incompetência da classe média burocrata estatal). Os impostos tomam do povo, para lhe dar saneamento. Não lhe dão. Não lhe dão tudo o mais que deveriam, para o qual tomam dinheiro à força.

E ninguém vai preso.

Heil, estado brasileiro!!