quarta-feira, dezembro 27, 2006

Yeda, síndrome da ignorância

Oredator das mal traçadas, que ora principiam e seguem, está de férias. Sina de jornalista que férias não são férias, pois o desgraçado tem de ler os jornais. Mas não é queixa. Ele ama a profissão. E, porque está de férias, somente agora, há pouco (21h00), leu os jornais de hoje, dia 27 de dezembro de 2006, A.D.

E se deparou, obviamente, com o pacotaço sacrificial de Yeda Crusius (PSDB, ex-PMDB) para impedir a total falência da administração pública do RS, em 2007 e anos vindouros. Mas ela já está falida. E há muito. E o fato finge-se não saber, partido de Yeda incluso.

Sacrificial, sim. Antes de sumir para as festas da natividade, a recém eleita, com discurso de que não iria aumentar tributos, na campanha, falou, sim, em sacrifícios, de a parte de todos.

Perdão, minha senhora. Mas eu não aceito ser sacrificado para solver um veneno do qual não participei na sua composição. Eu não ganho salário acima da realidade econômica do país/Estado sustentado à força nos tributos. Eu não criei um insano sistema de previdência do servidor/senhor de escravo público, que suga a sociedade e não encontra saciedade. "Inclua-me fora disso", disse um atrapalhado. Imbecis são aqueles que pensaram que a realidade jamais bateria à sua porta. Empurram com eleições o advento do caos. Enquanto isso, faturaram salários gordos e obesas mordomias, os ... .

Yeda pertence a um partido que já esteve no governo do Estado com Collares (91-94), Britto (95-98) - incluindo a ousadia, incoerência e contradição de ser situação e oposição - e com Rigotto (2003-06) - idem, ibidem.

Yeda não pode alegar que ignorava a realidade do orçamento estadual, quando, na campanha, prometeu, vã como todos que se candidatam (Lula fez o mesmo), que iria consertar as finanças públicas sem aumentar tributos.

Não só manteve a indecência do tarifaço Rigotto (28% de ICMS para combustíveis; e de 29% para energia e telecomunicações), como ampliou o saque nas contas de quem a sustenta. Elevou de 25% para 28% o ICMS para armas, munições, cerveja, cigarro e ... pasmem ... brinquedos.

Imaginem a repercussão disso no próximo Natal, garantido que está para os três poderes; destruído que está, para o povo que espera por saúde, educação, segurança, justiça ...

Isso sem falar que 25% de ICMS já é um tarifaço monstruoso, sacador, empobrecedor, típico do absolutismo monárquico europeu. Em países civilizados, ricos, quase capitalistas, como os EUA, o equivalente ao ICMS, para tais itens, ficam em torno de uns 8% - e a grita já é grande. E tem político de o PT, ministro da lelé, que diz que isso aqui é capitalismo. Só se for na farsa de seus discursos vazios, o mentiroso, pinóquio, cara de pau.

Há outra indecência a ser comentada. En passant. É profundamente imoral que saúde e educação sejam tarefas de estado. Deixa para lá, por ora.

O governo do PT não aumentou impostos, porque não tinha base parlamentar. Se o PT no RS fosse como o PT de Lula, tê-lo-ia feito. Mas criaram um, ao menos, monstro aniquilador de riqueza e gerador de pobreza: a Universidade Estadual/RS, que custa uns R$ 200 milhões ao ano; um quarto do déficit que vai restar, ao fim de 2007, após a dureza das medidas. Isso sem falar na riqueza destruída nas mãos do MST.

Yeda não pode alegar ignorância, pois, deputada federal, eleita e reeleita, professora de economia, ex-ministra do Planejamento, sabia muito bem do quadro ao qual estava ambicionando. Se não sabia, não tinha o direito de não saber.

Ela, como Lula, assina sob a ignorância do que deveria conhecer. Assina, assim, com a ofensa a quem a elegeu, que acreditou em uma nova fórmula, modo, estilo, seja lá o que for, de governar.

E, por falar em ofensa, os colunistas dos diários de Porto Alegre passaram ao largo de o fato de o partido dela ter sido governo em três ocasiões, das seis, desde a redemocratização, "vermelha" diga-se de passagem. Ofenderam-se como jornalistas e ofenderam a memória de quem lhes sustenta o salário, comprando os jornais nos quais escrevem. Pior. Desacreditaram-se, como jornalistas, pois fizeram, do dia, o fundamento da história.

Yeda prometeu o que sabia que não poderia cumprir. Ela não pode alegar ignorância, como alegou ontem (26/12) ao anunciar o pacote sacrificial, dizendo que, após eleita, veio a saber da real gravidade. Peca contra ela ter se candidatado sem saber o que ocorria. Este redator idiota sabia, ele lê a peça orçamentária todos os anos. E não é economista, muito menos professor da matéria.

Yeda não é ingênua. Os colunistas de política também não. Mas ambos posaram como tais, ofendendo a inteligência de leitores e de eleitores.

Mas não pense, aí, o senhor ou a senhora, que este redator pensa que a alternativa PT teria sido diferente. Teria sido ainda pior. Pois, além de aumentar o sacrifício, beneficiaria os facínoras do MST. E ampliaria os gastos-gatos que empobreceriam ainda mais o Estado, com o fim de ... acabar com a pobreza, os tolinhos. Arre.

Ah, a propósito, o pacote de Yeda inclui, claro, privilégios, pois, afinal, ninguém consegue ganhar eleições sem destruir a prosperidade de uns, em nome de outros. E inclui, também, saque na conta das empresas. Debandada virá por aí. Por que investir no RS? - se sua classe política trata, há décadas, o caos financeiro como se fosse conta na quitanda.

O estado, enfim, é aquela ficção jurídica, através de a qual alguns vivem às custas de outros, disse Fréderic de Bastiat, francês que viveu na primeira metade do século XIX.

Cobrar 25% de ICMS sobre energia, combustíveis e telecomunicações, como era antes de Rigotto, já é uma indecência e a prova cabal e acabada que nada mudou neste país desde a colônia. Continuamos escravos de uma classe arrogante, ociosa, política e irresponsável - o setor público, que vive de prometer e não cumprir a sua tarefa, mas que obriga quem lhe sustenta de cumprir com suas obrigações frente ao fisco.

Chega! Basta! É nojento, abjeto, repulsivo, imoral e corrupto!

Desgraçado seja o governo de Yeda, que fugiu, como seus maiores oponentes, ao tema crucial das finanças, durante os debates e programas de campanha, ocultando-se no embuste, na pantomima e na crença de que quem a elege é, além de escravo, otário.

Danem-se.

A alíquota majorada da cerveja satisfará os nazistas anti-etílicos que habitam os mais diversos gabinetes da ditadura civil da classe política (eleitos e concursados).

A única nota de novidade, neste governo, é que Yeda tem, como vice, um empresário, do PFL, partido que, no RS, apesar de ele, não honra o adjetivo ‘liberal’.

Logo depois do pleito, o deputado federal, reeleito, Onyx Lorenzoni, falou em triplicar o salário do governador e dos secretários. Insanidade.

Se uma empresa vai mal, já que não pode reduzir salários, demite. O Estado não pode reduzir salários, nem demitir.

E os julgadores ainda querem passar de R$ 13 mil para R$ 17 mil o inicial, custando mais R$ 200 milhões ao ano aos seus escravos.

Isso ainda vai dar em ....

Enfim, um governo que acabou, antes mesmo de ter começado. Um dia isso iria acontecer. Fosse Yeda a economista, Rigotto, o coração, ou o PT e a justiça social, a fratura seria exposta.

E vós, trouxas, que vades a sustentar isso ... danar-se-ão ainda mais.

Boas festas de ano novo, otários.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Acabou antes de começar

Porto Alegre, RS, 21/12/2006, 10h00

Escrevo a partir de a leitura dos diários desta semana prévia à Véspera de Natal. O que leio escrito pelos repórteres e pelos colunistas é que a governadora eleita Yeda Crusius (PSDB) vai manter o altíssimo ICMS sobre aqueles itens supérfluos do dia-a-dia: combustíveis, comunicações, energia elétrica. Yeda Crusius falou e falou em campanha, prometeu um jeito diferente, mas esqueceu que a diferença pressupõe a identidade; deveria ter proposto um jeito diverso de governar.

Mas o fato, aqui, é um só. Se se confirmar a manutenção das altíssimas alíquotas sobre as já altas alíquotas (25%) anteriores, o governo recém eleito, que assumirá a primeiro de janeiro próximo, termina antes mesmo de ter começado.

O jeito diferente pressupunha a identidade e não a diversidade. Yeda como Rigotto, como Dutra, como Britto só sabem aumentar o quanto custam para o povo.

Enquanto o RS afunda na inviabilidade financeira da relação ativos/inativos (tema não debatido devidamente na campanha), setores dos servidores supõe a população como seu servo, seu escravo e querem gastar, consigo, mais R$ 200 milhões ao ano, em um contexto em que o déficit nas contas, pela equipe de Yeda, chega a R$ 9 bilhões. Além do déficit anual de R$ 1,9 bilhão, há os precatórios de R$ 2,9 bilhões; as dívidas com os fornecedores, etc e tal.

Acabou antes de começar. Ainda hoje, o RS vai saber.

Como consolo, metade do governo, representado pelo vice liberal-capitalista Paulo Feijó, é contra.

Se Feijó marcar ponto contra o tarifaço Britto-Dutra-Rigotto-Yeda e bater nesta tecla por quatro anos, elege-se governador em 2010.

sábado, dezembro 09, 2006

E a Veja não veio

Aqueles que conhecem a novela "Quem é John Galt?" (Atlas Shrugged), da russo-americana Ayn Rand, já estão, há bastante tempo, sentindo, se dependem do transporte aéreo, os resultados da intervenção estatal, da nacionalização, da democracia popular, em suas vidas.

E a Veja não veio.

Na novela citada, datada de 1957, a brilhante escritora, defensora da economia livre, relata o que ocorre, aos poucos, com a grande nação livre e produtiva, os EUA, a partir de o momento em que o governo passa a determinar, cada vez mais a cada dia, o comportamento dos agentes econômicos. Coisas como a velocidade máxima com que os trens devem trafegar. Quanto aço um industrial pode vender. Que a nova liga metálica, que ele criou, não lhe pertence, mas deve ser revelada a todos. Que produtos devem ser plantados, em que lugar, por quem. Como e quando devem ser transportados e assim por diante, no exuberante - e fracassado - nazismo (nacional-socialismo, doutrina política, que prega a intervenção do Estado na economia, na qual a propriedade privada e seu uso são concessões benevolentes da burocracia estatal - a classe ociosa, política e saqueadora).

E a Veja não veio.

Eu compro a Veja em uma banca de jornais na rua Botafogo, esquina com Getúlio Vargas, todos os sábados, lá pelas 17h30min, nos quais estou em Porto Alegre (e eu cá estou em quase todos eles, uns 48 dos 52 por ano - afinal, alguém tem de trabalhar e pagar impostos para a classe ociosa, não?)

Hoje, sábado, 09/12 do ano do senhor de 2007, fui à banca - lá sempre bato um papo com o Nilton, que herdou o negócio do pai, Nelson, vivo e bem, por sua vez filho de japoneses, pessoas muitíssimo educadas e atenciosas. Fui no horário costumeiro, entre a redação de um texto e outro (a banca fica a cem metros de minha base escriba).

E a Veja não veio.

"Deve ser por causa do apagão aéreo", me disse o Nilton. "Afinal, as revistas semanais que deveriam ter chegado ontem [sexta-feira] vieram só hoje."

E a Veja não veio.

O senhor e a senhora, vós sabeis o que é viver em um país em que o governo federal, por cortar verbas de um setor essencial, transferindo-as para outros (como comprar votos de famintos, dando-lhes comida), impede uma revista semanal de chegar na hora rotineira?

Se não sabem, leiam "Quem é John Galt?". Se não sabem, tentem comprar a Veja.

E a Veja não veio, e o avião não vôou são apenas o prelúdio de uma era macabra, na qual o partido compra votos com o dinheiro das estradas, do tráfego aéreo, da saúde, dos portos, da segurança, dos presídios, ...

E a Veja não veio.

Lula, o PT e seus apoiadores, o PMDB gaúcho, infelizmente, incluso, devem estar felizes. Afinal, c’os diabos, esta revista só fala mal "ni mim".

Bertrand Kolecza, redator do mensário Folha do Porto
bkolesza@terra.com.br

P.S.: recém li no Terra (sábado, 09122006, 20h20).
Lula: crise nos aeroportos está sob controle
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que a crise nos aeroportos brasileiros está sob controle. "O problema está controlado", disse Lula antes de deixar a cidade de Cochabamba, na Bolívia, onde participou da reunião de Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

A culpa é das vítimas

Ontem à noite, 07/12, participei de uma reunião do Conselho Comunitário de Segurança do bairro Menino Deus, bairro de classe média, com cerca de 31 mil habitantes em Porto Alegre (RS). Os conselhos são cria de uma lei municipal e servem como um espaço para os moradores e empresários trazerem seus problemas e dificuldades. O conselho oficia órgãos públicos solicitando a presença para as devidas explicações. Ao final, buscam-se os encaminhamentos.

Uma frase dita na reunião de ontem por um representante da BM é a repetição de uma expressão sistematicamente enganadora (para usar o jargão do filósofo Gilbert Ryle) usada há, vá lá que seja, duas décadas neste país.

É a expressão "problema social". Os flanelinhas o são; os vigias irregulares nas ruas o são; o tráfico de drogas idem e tudo o mais que o senhor e senhora quiserem imaginar de mal que o afronta. O guri que rouba celular de uma menina ou a bolsa de uma senhora também são um "problema social". Bem como o mendigo que fede na porta de prédios e lojas e não quer ir para um albergue estatal, porque lá tem de se cumprir horário. "Problema social."

Bem, se a expressão é verdadeira, então a sociedade é quem produz tais disfunções. É a tese de quem defende a existência de "problema social".

Mas quem é a sociedade?

Ninguém mais, ninguém menos do que todas aquelas pessoas que não fedem, que tomam banho, asseiam-se, vestem-se dignamente, trabalham, cumprem horário, regras, leis, pagam impostos (escorchantes e empobrecedores, aliás), trabalham oito, dez, doze horas, se não mais, ao dia, para sustentar a máquina estatal. Que não as defende.

Assim, sendo, todos aqueles que referem um "problema social", mesmo que bem intencionados na sua assertiva, nada mais fazem do que culpar as vítimas do crime pelo crime que sofrem.

É inconcebível que os diligentes sejam culpados pela ação dos negligentes, a ralé vagabunda criminosa. Mas a legislação deste país o consagra, pois ela é generosa com o criminoso e rigorosa com quem produz. Tanto que a diretoria da Schincariol foi detida sem provas por dez dias. Já um batedor de carteira não fica mais do que 24 horas no presídio central, como relatam autoridades da BM e da Civil. Se for menor criminoso, então, bah. Chegam rindo na delegacia de polícia, quando detidos por efetivos da BM.

De onde vem esta depravação consagrada pela classe política na lei? Eu tenho uma hipótese.

A maioria esmagadora da classe política é coletivista, do comunismo à social-democracia. Até mesmo os supostamente liberais e conservadores acabam compreendendo a realidade com os conceitos e os termos do coletivismo.

Os coletivistas são depositários de uma idéia equivocada e depravada lá do século XVIII de Jean Jacques Rousseau: o homem nasce bom e o meio o corrompe. Marx é fiel depositários desta idéia.

Concepção totalmente equivocada, pois, e qualquer pai de criança pode constatar, o homem nasce uma força bruta que quer o mundo só para si. É a vida em sociedade que lhe mostra que o mundo nada lhe deve; que ele tem de esperar; que ele vai se frustrar e terá de o tolerar. Ou seja, o homem nasce mau (insociável, viciado) e o meio o torna virtuoso.

Pode ser o caso de ter péssimos pais. Claro. Mas não venham me dizer que a sociedade, que os diligentes, cumpridores de horário, asseados e polidos são a causa do "problema social". Ah, não.

Mais fácil é um diligente se tornar negligente por ver a infâmia, o crime e o vício imperarem.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Quem pode, pode

A notícia a seguir foi copiada-colada do Terra na web. Ela é a prova, cabal e acabada, que não há lei nem ordem. Que todos têm medo do nacional-socialismo trabalhista tropical moreno. Os supremos da corte estão com a faca e o queijo na mão para decidir se o país é legal ou ilegal, se o Estado vive da violência ou da legitimidade. As próximas horas dirão. Eu já sei o que vai acontecer, pois não acredito que uma .... de .... seja punida pelos seus adoradores.

Você acha que vão impugnar, mesmo se ilícita, uma candidatura que tem ao seu lado o braço armado do MST - que todos temem, não sei o porquê? Você acha que vão impugnar um safo falastrão, que passou a vida a defender os excessos do setor estatal, que não é servidor, mas faz de servo o povo todo que paga a conta?

Você acha mesmo, cara pálida, que a probidade, a lei, a ordem, a decência irão vigorar?

E você ainda acha ruim ter de conviver com a ralé furtante e roubante? Eles não são nada, perto dos legitimados.

Um dia, ah, um dia, a classe média irá fazer como a ralé - que rouba fio de luz, semáforo de trânsito e o mais que seja aqui em Porto Alegre (e queria o que, se até a polícia nega a responsabilidade individual, apelando ao "problema social"?). O que será não sei. Mas algo vai ocorrer. Está na frente de todos os guardiões, supostos da lei e da ordem. Da anomia e da desordem, é o que o povo, sem saber palavras bonitas, sente.

O excerto da notícia sobre a malícia de campanha é como segue:

Os técnicos apontam falta de informações sobre uma parte das doações de campanha, num total de R$ 9,87 milhões. Também indicam que uma parte dos gastos, num total de R$ 10 milhões, está registrada em notas fiscais do comitê de campanha, mas não consta da prestação de contas. Na prestação de contas ao TSE, a coligação afirmou ter gasto R$ 104 milhões na campanha de Lula, deixando ainda uma dívida de R$ 9,8 milhões.
O terceiro problema considerado "grave" pelo parecer é a presença, entre os doadores, de uma empresa concessionária de serviços públicos. Segundo a Secretaria de Controle Interno do TSE, a empresa Carioca Christiani Nielsen Engenharia consta na lista da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) como concessionária de exploração da rodovia Rio-Teresópolis. A construtora doou R$ 1 milhão à campanha de Lula.
O ministro do TSE, Gerardo Grossi, recebeu o relatório na manhã de segunda-feira, segundo a assessoria do Tribunal, e deu prazo de 72 horas para que o candidato reeleito apresente sua defesa. Depois disso, o relatório e a defesa serão encaminhados para o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza.
Agência Brasil

Lógica dos Desvios

Em um jornal diário desta semana, iniciada a 03/12, impresso e editado em Porto Alegre, leio que, segundo um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), por sinal, a propósito, um gaúcho, ele diz, o governo federal arrecadou - tomou à força, leia-se - R$ 7 bilhões com a Cide (contribuição sobre a intervenção no direito econômico - o nome não poderia ser mais nacional-socialista) e só reinvestiu R$ 1,2 bilhão, no fim a que se destina - construir e recuperar as condições de trafegabilidade de as estradas de rodagem (estradas, para o povo; asfalto, para o gaúcho).

Cada vez que o senhor e a senhora, vós, abasteceis seu carro em um posto, com a gasolina adulterada na origem com álcool (25%), pagais a quantia de R$ 0,28 pela intervenção no direito econômico.

E, se vós pegardes uma estrada do RS, para o litoral ou para a zona de a produção, terão de pagar de novo - a terceira vez - na forma de o pedágio, para trafegar.

Terceira vez, sim, pois vós já pagais IRPF e outros tributos sobre o consumo, para haver estrada.

Aí, este modesto e imbecil redator, filiado ao pensamento individualista (cada um paga pelo que é seu e pelo de outrem do qual se utiliza), lê um outro diário, este do centro do país, com notícias do comércio e da indústria.

Ali, ele descobre que a CPMF, criada para a saúde, por um diligente cardiologista, no governo de um sábio sociólogo socialista (que o PT chamava de direita), inclui um percentual muito significativo para o hiper deficitário órgão previdenciário (vai a uns R4 41 bilhões em 2006 a conta negativa, que todos pagam; poucos usufruem, a maioria absoluta, pecuniariamente no setor estatal).

Assim, de a CPMF, o governo deveria ter destinado R$ 8,5 bilhões para o INSS. Ora, bolas e carambolas! Raios e trovões! Por Júpiter, Zeus e Odin! Contaram que a CPMF era para a saúde. Votaram e ocultaram que boa parte, uns 20%, eram para o sempre falido INSS.

Não era a CPMF um imposto insonegável, porque no cheque, a financiar a saúde? Tinha dinheiro para o INSS também? Isso não foi dito. Nem ao povo imbecil. Nem ao povo inteligente. Nem ao povo informado. Nem ao povo desinformado.

Toda a imprensa, supõe-se, ocultou ou ignorava - este percentual significativo - ao falido INSS. Que é, também, o maior sugador do trabalho do povo neste país.

Isso não é uma república. Isso não é uma democracial Isso é uma ditadura civil da classe política (eleitos e concursados).

Haja povo. Haja trabalho.