quinta-feira, dezembro 29, 2005

Ecologia anti-humana

O filósofo Karl Popper, já falecido, lá na sua juventude, envolveu-se em uma polêmica, em um jornal de Viena, Áustria. Seu pai, advogado, não gostou. Para o velho, jornais não eram o veículo apropriado para o debate de idéias. Talvez tivesse razão. Mas, ao contrário do que ele talvez pensasse, debates publicos, com representantes de diferentes e diversas entidades, sejam estatais, sejam privadas, também não. Ao menos, em Porto Alegre.

Em outubro próximo passado, a associação de moradores do bairro Menino Deus (Assamed) de Porto Alegre, promoveu uma tarde de "debates" centrados no tema ecologia. Mas, ao contrário do que se poderia supor, não se tratava de um debate. Isso já se via pela nome: II Jornada pela Sustentabilidade. Entre tantas depravações semânticas hodiernas, está a do termo ‘sustentabilidade’, que, partindo do óbvio (toda atividade tem de ser sustentável), afirma o anti-humano.

Óbvio, porque toda atividade humana tem um arcabouço econômico (os recursos não são infinitos). Anti-humana, porque, em vez de acreditar na capacidade e no intelecto humanos para o aperfeiçoamento, logo, para a sustentabilidade, prega que se negue a tecnologia, cuja principal característica está em trazer prosperidade e evitar mortes. Sustenvavelmente E os 200 anos de industrialismo são uma prova disso.

Assim, naquela tarde de outubro, para uma platéia de estudantes de primeiro grau (Ensino Fundamental), de uma escola estatal, situada no bairro Menino Deus, entre vários palestrantes, um deles disse, ao encerrar, que, o que por ‘ecologia’, pode-se compreender, atém-se a uma letra do alfabeto: R.
De tal forma, a mentes despreparadas e incautas, disse que ecologia é" reduzir, reutilizar e reciclar.

Primeiro erro, fundamental e inadmissível, para alguém que se apresentou de uma ONG que defende o meio ambiente. Por ‘ecologia’ entende-se o estudo do ambiente em que vive uma ou mais, ou todas as espécies. O sujeito, de fato, falava em ‘práticas conservacionistas’ e não em ecologia. Conseqüentemente, os infantes da platéia foram currados mentalmente e, pior, o dano será longo e de difícil reversão.

Em conversa com este redator, após sua equivocada palestra, o sujeito que fez aquela afirmação, presssionado para falar sobre como o mundo deveria viver em vista de o ideais dele, e de outros tantos, com o fim preservacionista, lascou: "O ideal seria voltarmos ao mundo do artesanato, o mundo de antes da revolução industrial". Nunca antes, este redator conseguir obter, tão facilmente, de um "ecologista", a confissão de sua insanidade.

Questonei-lhe: tens automóvel? Celular? Computador? Voas de avião? Tens refrigerador, fogão, microondas etc e tal? Respondeu afirmativamente a todas estas perguntas, negando, na sua vida, o que ensina para outrem e, pior, o que pensa sobre o mundo - para os outros, claro.
Ele é mais um desses ditadores, voluntariosos, que têm a fórmula para salvar a humanidade de si mesma. Como ele é, supostamente, um iluminado, que sabe o que é melhor para o mundo, é ele, assim, de uma elite, que não precisa, claro, como todas as elites (desde Platão) sujeitar-se às regras que estipula para os demais.

Imoralidade, canalhice.

Daí que o nome dele não será aqui declinado. Este pessoal gosta de exercitar o seu sadismo anti-humano sobre todos. Mas não gosta de ver sua perversão revelada.

Naturalmente.

De volta ao jornalismo
Na edição de 29/12/2005, quinta-feira, no caderno Ambiente, o jornal Zero Hora, de Porto Alegre, publicou, como assunto principal (capa e duas páginas internas inteiras) um suposto "alerta" sobre a tal, famosamente, suposta degradação do meio ambiente. O título, de um apelo alarmista, não deixa dúvidas: "Como viverão os netos dele", com a foto de uma criança caminhando sobre um mapa mundi. Ao lado do título, as idéias que lhe seguem: "... se continuarmos a desperdiçar água ... se mantivermos o uso indiscriminado de automóvel e ar-condicionado .. se devastarmos as florestas". Após, a indicação das práticas, supostamente, profiláticas: "Saiba como reagir", chamando para as páginas internas. O texto é, assim, um misto de ingenuidade científica, pelos perigos listados, somados às "atitudes" dos habitantes da sociedade industrial.

Pane no debate
Mas a real pane no debate - é que não há debate (certo, certo) - está no fato de a reportagem alarmista e prescritivista, salvacionista, não levar em conta um dado básico quanto à presença do homem no planeta hoje e suas perspectivas para o futuro.

O dado poderia ter sido obtido junto a um dos órgãos da maior instituição burocrática a promover a eugenia no mundo: a ONU - que mascarou de multiculturalismo o ideal nacional-socialista hitleresco de aperfeiçoar o homem, através da intervenção de a burocracia estatal. Devidamente apoiada pelo suposto conhecimento científico.

O dado básico, omitido da reportagem (que usou como fontes entidades suspeitas, tais como Greenpeace e World Wildlife Fundo e, também, a ONU, mas não no que importava) está em um recente estudo desta, que aponta que o crescimento demográfico no mundo mais desenvolvido (justamente o maior acusado de degradar o planeta) não repõe a presença humana no planeta. A taxa de reposição é de 21 filhos para cada 10 mulheres (nove dão à luz dois filhos e, uma, três). Todos os países desenvolvidos, exceto os EUA (devido à imigração, não à sua população "nacional"), têm taxas abaixo de 2 filhos por mulher. O Japão tem taxa 1,35 e, a Espanha, 1,15 - para citar dois exemplos. O Brasil, deitado eternamente em berço esplêndido, sic semper pátria do futuro, já está abaixo de 2 também.

Ou seja, a tendência é a humanidade utilizar cada vez menos recursos do planeta, pois ela é uma espécie em decadência populacional. Haverá cada vez menos gente no mundo. Haverá cada vez menos uso de água. Haverá cada vez menos necessidade de se produzir alimentos. Haverá cada vez menos uso do automóvel e do ar-condicionado. Haverá cada vez menos lixo.

Etc, etc, etc.

E, nisso, Zero Hora, fazendo coro ao alarmismo ambientalista, uma variação do anti-humanismo, apesar de, supostamente, falar em nome dele, mascara o debate, omite dados imprescindíveis, para se chegar a alguma conclusão e, pior, aplica, a seus leitores, uma censura moral, caso eles leiam as recomendações preservacionistas e as comparem com seu modo de vida.

"O futuro do planeta", expressão cartola das páginas internas do caderno, esquece de elencar os dados demográficos, sem os quais quaisquer ponderações no tema tornam-se ociosas, parciais e, pior, anti-industrialistas. Talvez o editor de ZH queira voltar ao mundo em que as pragas dizimavam as colheitas, ou as pessoas, em que havia ainda mais fome no mundo - esta, onde há, existe porque o capitalismo não é empregado, mas, sim, uma visão socialista (estatista) de intervenção, na qual só vive bem a burocracia estatal e seus clientes - supostos empresáarios - todos mamando no alimento que tiram da boca do povo.

Assim, então, você perguntará a este redator: por que ler Zero Hora? Ora, porque é o perfeito exemplo.

E alguns de seus jornalistas ainda falam em imparcialidade, neutralidade, ética na comunicação. Só se for a ética do coletivismo e seus embustes anti-humanos.

Se é para ser parcial, faça como o redator de Folha do Porto. Defenda o homem, defenda o trabalho, defenda a vida, defenda a criação, defenda a produção. Defenda a racionalidade.

Bom ano novo a todos e, cuidado, o coletivismo está por todo lado. Mas, para que faça água, basta um disparo, abaixo da linha d'água (of course).

Bertrand Kolecza - redator

terça-feira, dezembro 27, 2005

O embuste reiterado

Desde que assumiu o governo, o senhor Silva está em campanha para sua reeleição. Sucederam-se as frases de efeito, em discursos proferidos nos mais variados quadrantes do país, inaugurando obras, lançando pedras fundamentais, anunciando programas de esmolas para populações vitimadas pelos governos/máquinas estatais que o desastrado torneiro mecânico tanto admira. Mas, além dos discursos quase diários, das promessas vazias, como a de liberar a soja transgência plantada no RS, lá pelos idos de 2004 (a frase signo era "presidente é para decidir", disse ao governador Germano Rigotto; só faltou decidir), o eleito com 52 milhões de votos praticou, acima de tudo, o embuste, a pantomima, o diversionismo e, como não poderia deixar de ser, vindo de um iletrado que aproveitou as oportunidades da política, a inconseqüencia, a contradição, o paradoxo.

Em mais um caso estrondoso de sua figuração ilusionista, tolerada e aos quatro ventos divulgada pela imprensa diária (em cujas redações pululam simpatizantes seus), veio o senhor Silva a dizer, ontem (26/12),

"acho que o papel do presidente não é fazer com que a disputa política tome conta do dia-a-dia administrativo do país, tome conta do desenvolvimento do país".

Ora bolas e carambolas, como diria Roberto Campos, a frase é, na sua primeira parte, a negação do que Silva faz desde que assumiu o cargo máximo. Ele, o tempo todo, alimenta a disputa política, em especial com frases inverídicas, que sugerem que a história do Brasil começou com seu (des)governo, sinalizada na expressão "nunca antes na história do Brasil", preferida dele, proferida por ele, em tantas considerações sobre suas realizações, que não passam de imitação grosseira do governo que lhe antecedeu, o qual foi atingido por crises financeiras internacionais, o que Silva não enfrenta, pois colhe os louros de governar (governar?) em um momento ímpar da história econômica mundial.

Já quanto à segunda parte da frase citada, ele apenas confirma o que já se sabe de políticos da índole coletivista como a dele. Revela megalomania, ao supor que um homem pode tomar conta do desenvolvimento de um país. Ora, o melhor que pode fazer é não atrapalhar a vida das pessoas, o que, aliás, fez, ao elevar a carga tributária; ao perdoar dívidas de países, sem autorização, ferindo a probidade, gastando dinheiro que não é seu - para ficar em dois exemplos.

E o que dizem os jornalistas de ZH dos desatinos lógico-lingüísticos do presidente?

Silenciam, como silenciam os intelectuais que apoiaram o PT e, logo, o descalabro da maior corrupção da história deste país. A colunista de política de ZH nada disse sobre a debilidade lógica da fala presidencial. Centrou fogo em uma pesquisa sobre o desempenho do governador do RS.

Sic transit gloria mundis.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

A praga do coletivismo

por
Rodrigo Constantino (economista)

"The smallest minority on earth is the individual. Those who deny individual rights, cannot claim to be defenders of minorities." (Ayn Rand)

Se me fosse questionado qual a maior praga da Humanidade, não hesitaria muito em responder que é o coletivismo. Entendo o coletivismo aqui como a supressão do indivíduo como um ser e uma finalidade em si mesmo. Como exemplo de diferentes vertentes do coletivismo, temos várias ideologias que deixaram um rastro enorme de sangue na História. O nazismo partia de uma visão coletivista de raças, enquanto o marxismo aderia ao prisma coletivista das classes. O nacionalismo colocava a nação como um fim em si, transformando seus indivíduos em simples meios para algo maior. Há ainda um coletivismo mais complexo, das culturas, que vê o indivíduo como nada mais que um produto delas. Entre estes tipos de coletivismo, pode haver intercâmbio, evidentemente. Mas o verdadeiro denominador comum deles é o inimigo, que claramente é o indivíduo.

Na ótica coletivista, os indivíduos são apenas representantes de suas classes, raças, credos, nações ou culturas. Não são seres ativos, moldando o próprio destino, ainda que sob influência de todas essas características. São autômatos, como marionetes sem qualquer autonomia, sem responsabilidade, ou seja, habilidade de resposta. Os valores, o futuro, os interesses, tudo foi determinado pelo coletivo. Neste tipo de mentalidade, há um verdadeiro assassinato do individualismo. Cada ideologia coletivista dá prioridade a uma única característica, entre infinitas que formam cada indivíduo. Para o nacionalista, o simples local de nascimento no mapa vale mais que qualquer outro valor. Para o marxista, um burguês sempre terá mais afinidade com outro burguês, partindo de um determinismo de classes. Para o fanático religioso, apenas o credo importa, e um pérfido pode ser mais querido que um sujeito honesto, caso a religião deste seja alguma outra qualquer. Nenhuma dessas ideologias considera de forma mais equilibrada as inúmeras características individuais, assumindo ainda que cada indivíduo é um fim em si mesmo. Assim, nazistas podem exterminar judeus em nome da "raça pura", marxistas podem meter uma bala na cabeça dos burgueses em nome da "ditadura do proletariado", nacionalistas podem sacrificar alguns indivíduos em nome da "prosperidade da nação", religiosos podem lançar bombas em outros em nome da "fé redentora", e por aí vai. É o coletivismo suprimindo o indivíduo.

Essa praga coletivista vem de longa data. Platão, no livro A República, traça o que seria o Estado ideal, ainda que não exeqüível na prática. Há um claro viés coletivista, colocando os indivíduos como nada mais que instrumentos para a felicidade da "república", como se esta não fosse mais que o somatório dos indivíduos que a compõem. Caberia aos sábios, claro, determinar as regras todas, aniquilando as escolhas individuais. Normalmente, o coletivista parte do pressuposto que ele estará sempre do lado legislador, criando as regras e decidindo o rumo da felicidade alheia. O coletivista é prepotente, enquanto os individualistas respeitam as preferências individuais, com maior humildade. Voltando a Platão, temos passagens bastante autoritárias no livro, proferidas supostamente por Sócrates, como: "Deixaremos ao cuidado dos magistrados regular o número dos casamentos, de forma que o número dos cidadãos seja sempre, mais ou menos, o mesmo, suprindo os claros abertos pelas guerras, enfermidades e vários acidentes, a fim de que a república nunca se torne nem demasiado grande nem demasiado pequena". Ou ainda: "Os filhos bem nascidos serão levados ao berço comum e confiados a amas de leite que terão habitações à parte em um bairro da cidade. Quanto às crianças enfermiças e às que sofrerem qualquer deformidade, serão levadas, como convém, a paradeiro desconhecido e secreto". O avanço dos "iluminados" sobre a liberdade individual não acaba por aí: "As mulheres gerarão filhos desde os vinte até os quarenta anos; os homens logo depois de passado o primeiro fogo de juventude, até os cinqüenta e cinco".

Platão foi muito além, defendendo o fim das propriedades dos guerreiros, e deixando todas as decisões importantes para os poucos sábios. Essa outra passagem deixa claro que a república estaria muito acima, em grau de importância, dos indivíduos: "Assim, em nossa república, quando ocorrer algo de bom ou de mau a um cidadão, todos dirão a um tempo meus negócios vão bem ou meus negócios vão mal". Todos participarão das mesmas alegrias e das mesmas dores, segundo suas próprias palavras. Homens, desta forma, não são mais homens, mas cupins! A república platônica conquistou sempre uma legião de seguidores românticos. O fim da propriedade individual, tudo comum a todos. Nada mais coletivista. Nada mais absurdo!
Thomas More iria resgatar esse sonho coletivista com força em seu Utopia, bastante influenciado por Platão. A utopia de More muito se assemelha ao comunismo, tanto que este mereceu uma estátua na União Soviética. Infelizmente, o resultado prático é bem diferente do imaginado, e Utopus acabou em um gulag da Sibéria. Nessa passagem notamos a semelhança: "Esse grande sábio (Platão) já havia percebido que um único caminho conduz à salvação pública, a saber, a igual repartição dos recursos". Para isso, seria suprimida a propriedade privada. Os marxistas foram em linha semelhante, com a máxima "de cada um de acordo com a capacidade, para cada um de acordo com a necessidade". Ora, quem decide quais as necessidades individuais? E quem decide sobre as capacidades individuais? Claro, os "sábios". Os defensores dessas atrocidades sempre se colocam como parte integrante dos "iluminados" que irão moldar a sociedade, controlar os demais indivíduos, meios para o "bem maior". Com o tempo, ninguém mais pode nada, e todos precisam de tudo. Não há como o resultado ser diferente do terror soviético.

Tommaso Campanella surgiu apenas requentando o mesmo prato azedo, em sua Cidade do Sol. A mesma linha coletivista, tratando homens como abelhas, que trabalham para a felicidade da "colméia". Campanella sugere roupas iguais, tudo igual, e os filhos também serão propriedade "comum". Todos iguais, mas sempre uns mais iguais que os outros. Os tais "sábios" sempre entram em cena, para comandar o show. Os indivíduos são apenas ratos de laboratórios, ferramentas "científicas".

Os nacionalistas representam também um enorme câncer coletivista. Friedrich List, no século XIX, já dizia que somente onde o interesse dos indivíduos estivesse subordinado ao da nação, haveria desenvolvimento decente. Como se nação tivesse interesse! List foi totalmente contrário ao individualismo de Adam Smith, e colocava a nação como um ente vivo, com desejos e interesses, que justificavam inclusive o sacrifício de uns "simples" indivíduos. Quem saberia dizer quais os interesses da tal nação? Com certeza, os sábios, List incluído. Assim, a glória futura da nação valeria mais que tudo. Hitler não foi lá muito inovador...

Existem outros infinitos exemplos dos males que a mentalidade coletivista gera, mas creio ter deixado claro o ponto. Somente quando os indivíduos forem tratados como um fim em si, como agentes ativos de suas próprias vidas, ainda que influenciados pelas diversas características mencionadas, mas com responsabilidades individuais, o mundo será mais justo. Cada um deve tentar ser feliz à sua maneira, respeitando a liberdade alheia. Devemos ter cuidado com os "sábios iluminados", que conhecem o caminho "certo". Os valores e as atitudes individuais são o que importam. Onde nasceu, qual religião pratica, a qual classe pertence, tudo isso me parece completamente secundário, ou pelo menos nenhuma dessas características merece o monopólio da relevância. Fora isso, jamais os fins justificam os meios. Eis o que defende o Liberalismo, na contramão das ideologias coletivistas, quase sempre genocidas. A melhor arma contra a praga do coletivismo é, sem dúvida, a defesa da ampla liberdade individual.

Para alguns, com o dinheiro de todos


O Estado é aquela grande ficção jurídica, através da qual uns tentam viver às custas dos outros. Frédéric Bastiat (1801-1850)

Mais uma página dupla (foto), colorida, em edição nacional de Veja, paga pelo povo gaúcho, através de Germano Rigotto. O Piratini não revela o valor. Na tabela é de R$ 311 mil. Nesta (foto), de 07/12, páginas 90 e 91, ele promove os arrozeiros gaúchos, com o dinheiro tomado de todos, via tributos. Não é revelado o valor, porque Veja negociou com o Piratini um desconto, foi informado.

Um ramo da sociedade não pode receber um privilégio, à custa dos demais, como neste caso. É uma atitude estatista, socialista. Reprovável e condenável. Deveria ser proibido, assim se gastar o suado dinheiro do povo.

A campanha pró-orizicultores não se resumiu ao anúncio na revista Veja. Inclui filmes para televisão.

A 13/12, Rigotto anunciou um pacote tributário, beneficiando alguns setores produtivos. Mais privilégios.

Pichação-grafite vence o duelo



Se não pode vencer, una-se, diz o conformista. Grafite é a pichação com desenho; pichação, grafite sem desenho. Há quem suje parede privada e estatal, vandalismo noturno. Há o esperto: diz que suas manchas são "arte" não reconhecida.

Aí, basta abordar empresas já atacadas pela pichafite, como Trensurb (metrô da grande Porto Alegre), ou a Brasil-Telecom. Assim que um grupo de "artistas de rua" conseguiu pintar composições de trens e cabinas telefônicas, como a da foto, na frente da CEF da rua José de Alencar. O mau gosto ganhou reconhecimento, espaço e, agora, ajuda a tornar mais feias as ruas.

Na pintura da cabina telefônica (foto) observa-se a união da pichação (letras inexpressivas) com o grafite (desenho-"arte" vazia).

Sinal dos tempos. Quem foi à Bienal de Artes do Mercosul, encerrada a 04/12, percebeu a decadência daquilo que deveria ser arte. Degradação iniciada já no início do século XX, com as estultices do dadaísmo, entre outros nihilismos. A arte como expressão da vida humana, de sua grandeza heróica, frente ao mundo, sempre a a desafiar não fazem parte, nem um pouco, desta paisagem. Fica para outra geração.

'Obra de arte' polui a paisagem



A cada bienal de artes mercosulinas em Porto Alegre, incensada pela mídia, a cidade herda alguns monstrengos, a lhe enfeiar a paisagem. Não tem combate à tal poluição visual, pois o governo é cúmplice do barato. Já se herdou aquela rídicula e feia super-cuia, lá na rótula da Edvaldo com a Aureliano. O horrível terrível.

A última peça a entristecer e a enfeiar a paisagem foi uma plataforma de ferro, às margens do Guaíba (foto), cassando a imagem, para quem caminha. Antes, podia-se ver uma parte do delta. Agora, o monstro oblitera o olhar de quem passeia. Pior. A plataforma foi feita para se contemplar o horizonte. Mas só podem subir 30 pessoas (ou 2.100 kg) no monstrengo. Na tarde de sábado, 10/12, quase 50 se aboletavam na estrutura. A BM teve de aparecer e os retirar, devido ao risco de se machucarem na "obra de arte". A prefeitura vai manter guardas ali? Para isso, há dinheiro. Para a saúde, morre-se na fila do pagamento obrigatório/atendimento facultativo.

Metralhadora Giratória - Dezembro 2005

Primeiro, fumantes; depois, gordos! Quem mais?
Notícia divulgada no abrir de dezembro informa que a Organização Mundial de Saúde, órgão da ONU, não contratará mais fumantes. Se a pessoa fuma, deve parar. Se não, rua! A ONU não é empresa privada. É sustentada pela privação de pobres no mundo todo, via tributos.

O fascismo anti-tabagista cresce. Se a empresa é privada e o dono não quer fumante é discutível, mas a empresa é dele. Agora, um órgão público, como a ONU-OMS não pode fazer discriminação. É a eugenia (aperfeiçoar a raça) via burocracia, o que se pratica nas Nações Unidas, que têm violadores de direitos humanos, como Cuba, entre os seus integrantes. Aí, pode.
Cuidem-se, gordos! Vocês são as próximas vítimas da eugenia.

Se com CPI fere, com CPI será ferido
José Dirceu de Oliveira e Silva foi cassado, quando o relógio virou a meia-noite de 30/11 para 01/12. Até que enfim, já era hora. Ele foi o homem que com CPIs feriu e liquidou adversários políticos, como Collor de Mello e Ibsen Pinheiro, contra os quais nada se provou. Dirceu sempre teve as denúncias supostas bem acolhidas pela, em geral, petista imprensa; imprensa, uma prostituta da moralidade (paradoxal, não??).

Fora, fora FMI!!
Realizou seu brado de 20 anos, mandando o FMI embora do país. Prometeu, até final de dezembro, pagar a dívida de 15,5 bilhões de dólares com aquele órgão da ONU.

E os judeus, héin?
Os filhos de Israel são, sem dúvida alguma, o povo mais perseguido do mundo, ao Oriente e ao Ocidente. Para eles nunca houve política de reparação. Nem eles nunca a pediram. Superaram e superam, o tempo todo, com suor e trabalho, qualquer preconceito que possa existir, secular ou religioso.

A nova escravidão
Os parlamentos surgiram para impedir que governantes confiscassem à vontade o $ do povo, através de tributos. A União terá de devolver R$ 28 bi arrecadados "ilegalmente", via PIS e Cofins majorados.

Mercosul-escravidão
O escravagismo de eleitos e concursados não tem fim. Vem aí o parlamento do Mercosul, a tirar mais comida da mesa de todos nós.

Decisão democrática
Simon, Paim e Zambiasi votaram no Desarmamento. Votaram contra um direito elementar. Que o frágil voto os retire da vida pública.

Lei fará do Brasil um país racista
O prejuízo racial existe, existiu e existirá. Isso é uma coisa. Outra, é a lei julgar pela "raça", falsa noção, pois não há "raças humanas". Os congressistas brasileiros o ignoram e aprovam uma lei que estabelece o racismo, incluindo cotas raciais a empregos. O apartheid acabou na África do Sul e renasce no Brasil, um dos países de maior miscigenação do mundo. O Estatuto da Igualdade Racial, em aprovação, promove o "racismo" e a desigualdade "racial". Chega a supor que há doenças próprias de raças, o que, também, não é científico. É o caso da anemia falciforme, que não atinge somente africanos, enquanto os há, que não na têm. O estatuto é abertamente revanchista e contra os supostos raça branca. Os caucasianos são mais suscetíveis de câncer de pele e, para eles, ... nada.

A eugenia à ONU manda no país
Congresso aprovou o Desarmamento (Paim, Zambiasi e Simon votaram nele), aprovou a extinção da lavoura do fumo (e da indústria, por conseqüência) - a tal Convenção Quadro. Outras bobagens perniciosas estão a caminho. Como pode? - você se pergunta. Pode, porque a ditadura civil da burocracia (eleitos e concursados) vota conforme a agenda da ONU e não conforme seus representados. A agenda da ONU é perigosa, pois é eugênica (aperfeiçoar a espécie humana), via intervenção da burocracia. "Boas intenções" assim já conduziram ao nacional-socialismo.

Em defesa do indefensável
Investindo na confusão mental permanente, a lula lelé disse que o governo federal é um grande transferidor de renda para estados e municípios. É triste ter que, ainda, ouvir bravatas. Será que o sujeito pensa que o povo é imbecil? O governo central drena recursos de todo o país, o tempo todo, e devolve, a conta-gotas, como esmola. O RS é o quinto arrecadado pela União e o 25° em retorno. Logo, 1835 não acabou!!!

Impeachment que a oposição não quis
Ele confessou crime eleitoral. Ele perdoou dívidas de outros países com a bolsa da viúva, quase um bilhão de reais, sem autorização. É ilícito, oras. Enquanto isso, SUS mata o povo na fila. Justificam gastos com notas frias, nos tais cartões de crédito governamentais. Ele abriu o cofre, para eleger o presidente da Câmara. O publicitário confessou receber pagamento da campanha no exterior. Resulta na extinção do seu partido. Mas a oposição é pusilânime. E a imprensa o protege. Haja!!

Miasmas chavistas acusam golpismo
Após conversar com o coronel Chavez, o presidente acusou a oposição de golpismo. Golpista foi ele, que derrubou Collor sem provas. A oposição? Ela protege o seu homem forte, o da Fazenda, très enredado nas denúncias sobre a "república de Ribeirão Preto". Haja, haja paciência!

Frase do Mês - "O Brasil não reencontrará o caminho da democracia enquanto as classes dirigentes deste país não se conscientizarem de que uma vida de lutas em prol do comunismo não é nada melhor do que um passado de militância nazista." Olavo de Carvalho (filósofo, jornalista)

Raios & Trovões - Dezembro 2005

Quem sustenta é que é o suspeito
Raios e trovões! Um grupo de deputados estaduais gaúchos queria investigar as extensões do PTduto no RS. Outro, queria investigar as concessões de pedágio à PMDB-PT. Sobrou para os donos de postos de combustíveis. Não saiu a CPI do duto nem a dos pedágios (houve vergonhosa e fiasquenta "desassinatura" de requerimentos, que depõe contra a ombridade de quem pede voto e vive com gordo salário).

Já o deputado estadual Kanan Bus, que é do PMDB, partido do governador, preside a CPI dos Combustíveis. Ele disse à imprensa, que "Até abril queremos dar ao povo gaúcho gasolina mais barata." Voluntarioso, não disse como. Deveria, talvez, ter votado contra o aumento de 20% no ICMS dos combustíveis, causa maior do alto preço de hoje. E, depois, a culpa é dos donos de postos, que trabalham com margem ditada pela justiça (14%). A CPI vai investigar a adulteração oficial da gasolina com 25% de álcool? Não? Perde tempo e dinheiro. Raios!

Ditadura civil
O governo/RS deve R$ 2,7 bilhões em precatórios (indenizações determinadas pela Justiça). Mas não paga. E danem-se os injustiçados. Já um empresário, vai preso, se não recolhe ICMS. Vive-se em uma ditadura civil da classe política; não há isonomia.
Vide o caso da previdência
O instituto estadual é matriz de escândalo. Ninguém é indiciado criminalmente, imagine condenado, pelo desvio sistemático, há vários governos, de recursos da saúde para a previdência. Já, um empresário, se não paga ao INSS, pode ser preso. É a ditadura civil. Raios!
Mercosul chavista
A Venezuela do socialista Chavez entra no Mercosul. Ele quer mais socialismo na América Latina. Ou seja, quer pobreza maior e campos de concentração. Quer humilhação e tortura dos que discordam - típicos do socialismo.
Noel e os tributos
Em mês de presentear, cabe lembrar o quanto o "sócio" vai levar. Carga tributária em alguns itens: DVD, 51%; som, 54%; TV, 41%; sapatos, 36%; brinquedos, 41%; microondas, 57%; disco de CD, 46%; cerveja/lata, 56%. Raios!!
Socorro, Robin Hood! Help!
Socorro, Robin Hood!! Venha nos salvar. Venha tomar do governo e devolver à população!! Era o que ele fazia, após passar o coletor de impostos. Hood tirava do rico Estado e devolvia aos pobres (a população sob confisco).
Um janeiro em paz?
Pela primeira vez, em seis anos, os escravos da burocracia não viverão o inferno do Fórum Social Mundial, cujo modelo de nação é a Coréia do Norte. Nem no HPSP tem louco assim, mil raios!!!
Previdência que mata
Raios e trovões! A carga tributária/2005 está prevista em R$ 476 bilhões; e 40% (R$ 188 bilhões) é para o INSS. Os do setor privado recebem em média R$ 593,00/mês e são 29 milhões de pessoas. Os do setor público são 880 mil e recebem em média R$ 3.660,00 ao mês. Entre 1995 e 2004 o déficit dos regimes estatal e privado do INSS cresceu 89%. É inviável, raios!!
Mais escravidão
Outra prova da escravidão é a previdência/RS. Para cada 100 na folha, 51 são inativos. Não há como, menos da metade, manter a integralidade dos demais parados. Resulta no ICMS escravizador.
Triste resumo da opereta
Mil raios! O governo está a destruir a riqueza e a inviabilizar a prosperidade. Está tudo errado.
Direitos adquiridos
Certo, certo. As pessoas contribuiram a vida toda e têm o "direito", claro. Elas não são responsá-veis pelo modelo de previdência adotado, inviável, totalmente.
Álcool e direção
Enquanto o nazismo anti-etílico prospera, a lógica é implacável. Dados oficiais mostram que 27% dos acidentes de automóvel envolvem pessoas que beberam álcool além do aceito. Significa que 73% dos acidentes são causados por pessoas sóbrias. Vais beber??
Eugenia à ONU no Brasil
Números da OMS: bebe-se 70% a mais em 35 anos. Como a população dobrou, bebe-se menos. Brasil é o 81° no consumo mundial.
Esta é para o deputado Buz
O presidente da CPI dos Combustíveis foi agraciado com um aumento de 12% no álcool, que se reflete no preço da gasolina. Vão investigar o quê? A estatal??

Veneno na Câmara - Dezembro 2005

Ruim sem vereador? Pior com eles!
Quando em campanha, José Fogaça disse que não aumentaria tributos. Todos os que se candidatam dizem o mesmo. No poder, mudam. Fogaça, como senador, aprovou a cobrança de contribuição à iluminação pública. Também viola o idioma, pois "contribuição" pressupõe espontaneidade. Será obrigatória. Foi aprovada a 15/12. Em 2003, o PT aprovou a taxa da luz, mas uma ação na Justiça impediu a cobrança. É solução de república das bananas, pois, em vez de a administração ser praticada administrativamente, opta-se por aumentar o saque, via tributos, ao bolso de quem deveria ser servido pelo Estado/governo, que, no entanto, é quem se serve da população. Permanece a dívida de R$ 58 milhões da prefeitura com a CEEE. Cada residência terá de pagar R$ 2,80 ao mês de compulsória bitributação (tiram pão e leite da mesa do povo) e as empresas, as mais esfoladas, sempre, pagarão R$ 8,90 ao mês da nova "hedionda".

Contra o povo
Os excessos dos bares na Cidade Baixa - que privatizam as calçadas até altas horas da noite - levaram seus moradores aos vereadores, representantes, supostos, da população. Resultado? Foi aprovada, na Comissão de Constituição (primeiro filtro de uma lei), a ampliação do horário dos bares. Ou seja, o abuso, que estava ruim, ficará pior, muito pior.
Excesso autorizado
Se os bares já se excediam, desobedecendo o horário limite, agora podem exceder-se com um horário mais generoso. Os que buscaram os vereadores levaram uma bola nas costas. Democracia??
Conflito intestino
Maristela Maffei (PSB, ex-PT) relatou o Orçamento/2006. Seu parecer foi recusado pelos pares. A comissão de Finanças votou, dias depois, com exceção dela, pelo relatório do vice da comissão. Foi a plenário, depois ao prefeito, para sanção ou vetos de artigos.
Constituição é detalhe
Um vereador petista, que foi diretor da mais rica estatal municipal, protocolou projeto, criando "áreas de segurança pública", nas tais 16 regiões do OP, gerindo sobre as forças policiais. Ele não pode, como vereador, gerir sobre órgãos do Estado. É vício de origem legislativa, barrado pela ordenação constitucional dos poderes estatais. Mas a Constituição é só um mero detalhe. Dane-se a lei.
Viola-se a sestro e a destro
O Congresso votou pelo Desarmamento; inconstitucional. A Câmara aprovou projeto de vereador, parcelando o ITBI, um vício de origem, logo inconstitucional. Quem deve obedecer a lei é quem sustenta a classe ociosa. Ela, bem, ela faz, com a lei, o que bem entende. O povo paga e obedece. Viva!
Intervenção inútil
Parlamentar quer lei, proibindo consumo de bebida alcoólica em posto de gasolina. Ela quer evitar que jovens saiam bêbados a dirigir. Inútil medida, só vai mudar o local onde eles bebem. A intervenção é, também, eugênica. Não vai impedir bebedeira e, ainda, vai atrapalhar o negócio de quem sustenta vereador. Basta!!
Falta de serviço
Cabeça vazia, oficina do diabo. Será que não têm mais nada para fazer, do que se intrometerem na vida de quem os sustenta?
Incompetência custa caro
Os governantes criam inflação e o povo paga. Alega a prefeitura que recebe em IPCA e paga em IPGM. Desequilíbrio. Em vez de cortar custos - há muitos - prefere achacar quem lhes sustenta à força, sem escolha, e morre na fila esperando uma consulta médica.
Intervenção, ou, socialismo
A socialista Maristela Maffei desarquivou projeto de um ex-vereador, obrigando à contratação de empacotadores, por supermercados com mais de 3 mil m² de área construída. Multa e interdição para quem não no cumpre. Os parlamentos deveriam ser proibidos de sequer discutirem medidas tais.
Lição esquecida
O mundo livre venceu a II Guerra, derrotando o socialismo, a causa daquele conflito. Mas a lição, pelo visto, foi bem esquecida.
Agora, é bom
Margarete Moraes (PT) quer publicação dos CCs da Câmara (nome, cargo, seção). Quando ela a presidiu, isso ela não exigiu.
Elas pagam imposto também
A mesma MM quer proibir fotos de mulheres em propagandas de "casas do ramo". Ora, bolas, deixe as meninas trabalharem.
De volta à Idade Média
Um vereador adventista obteve proibição de concursos públicos aos sábados (assim manda a Bíblia, diz). Viola o direito de quem não segue religião. Viola a igualdade perante a lei. Precisa de todo dia de sábado, para louvar Deus?? Provavelmente é inconstitucional, pois a fé não pode interferir nos negócios públicos - o estado é leigo. Viola a Carta - um detalhe.
A ditadura do gosto existe!
Edil comunista propôs e o plenário intervencionista aprovou lei esdrúxula, obrigando à colocação de obra de arte - de artista cadastrado na SMC - em novas construções, que tenham área superior a 2 mil m². Ditadura do gosto, impõe consumo de arte e, ainda, onera custo à força. Proposta de comunista, para artistas autoritários.
Por uma outra democracia
Os parlamentos deveriam se reunir somente para apreciar o orçamento e eventuais pedidos de aumento de tributos (para os rechaçar). Mas, trabalhando o ano todo, desvirtuam a vida em sociedade, oneram quem lhes sustenta, depravam a cidadania e tornam a vida mais cara; para eles é bom.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Camiseta suja

[exclusivo na web]

Para quem pensava que já tinha chegado ao fundo do poço, o PT deu mais uma prova de que são infinitas (indefinidas) as revelações que podem surgir sobre a estranha e não legítima maneira como a sigla chegou ao poder, no pleito de 2002.

Apareceu, agora, está nos jornais de hoje (05/12/2005), que o partido pagou R$ 1 milhão para a Coteminas, indústria têxtil do vice-presidente da República. O valor não aparece na contabilidade do partido e se constitui, assim, em uma irregularidade.

Bueno, não surpreende, pois o próprio presidente da República confessou o caixa 2, que, não esqueçamos, é crime. E, em Porto Alegre, a Polícia Federal indiciou, por crime eleitoral, três dirigentes do PT (diretório estadual). Um deles, o ex-presidente regional, é professor de ética.

Éptica?

Então não precisa dizer o que vocês já estão pensando. O partido que fez fama e fortuna eleitoral, supostamente combatendo e acusando a corrupção nas instâncias estatais, foi o primeiro a ter intergrantes seus indiciados criminalmente por crime eleitoral. Legal, não?? Ironia do destino? Não. Fato da história.

Se este fosse um país mesmo e não um amontoado de escravos da burocracia estatal, o presidente teria confessado o crime eleitoral, como o fez, e, ato contínuo, teria renunciado, pedindo, envergonhado, desculpas ao país.

Mas a vergonha e a honestidade, tudo indica, nunca foi prerrogativa deles.

Mito Dirceu 2 - A volta

[exclusivo na web]

Ojornal diário Zero Hora, de Porto Alegre, voltou a publicar, na capa (edição de sexta-feira, 02/12), a suposta informação de que José Dirceu foi um guerrilheiro. Na chamada da manchete "Foi como se eu perdesse minha própria vida" (feita a partir da coletiva dada por Dirceu no dia seguinte ao de sua cassação), lê-se "Ex-guerrilheiro, forjado na luta contra a ditadura, Dirceu explicitou ...". O fato apresentado é falso. José Dirceu de Oliveira e Silva não foi guerrilheiro, muito menos lutou contra a ditadura. O mais perto que ele chegou de ser guerrilheiro foi o treinamento, que ele disse que recebeu, na ditadura cubana de Fidel Castro. Mas jamais pegou em armas no Brasil.

Dirceu foi preso em setembro de 1968, quando da realização do congresso da UNE em Ibiúna, interior de SP. Em outubro do ano seguinte, foi trocado pelo embaixador norte-americano Charles Elbrick, seqüestrado por militantes socialistas-comunistas. Retornou ao Brasil em 1975 e se estabeleceu em Cruzeiro do Oeste, interior do Paraná, casando-se com a dona de uma butique. Adotou falsa identidade. Quando veio a anistia, em 1979 (o fim do governo militar de 1964), assumiu sua verdadeira identidade e ingressou no PT, que auxiliou a fundar.

É interessante notar que, no interior do jornal Zero Hora, daquela edição de 02/12/2005, há uma biografia sucinta de Dirceu (como havia na do dia anterior, que noticiou a cassação de Dirceu - vide abaixo). A biografia publicada em página interna, a de número seis, nega o que o(a) editor(a) da capa escreveu.

Fica a pergunta. Por que o(a) capista de ZH insiste em mitificar a biografia de José Dirceu, apresentando-o com um fato que não ocorreu?

Quem com manchetes mitifica, com mitos mancheteará.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Mortos de 35 omitidos

Na edição de 23/11, próximo passado, em uma das colunas mais lidas do diário Zero Hora, de Porto Alegre, o redator da seção Almanaque Gaúcho, página 54, a penúltima, fora a contracapa, lembrou os 70 anos da Intentona Comunista de 1935. Sob o título "Um soviete de 80 horas", não fez nenhuma menção aos soldados mortos, covardemente, pelos seguidores de Luiz Carlos Prestes, que atacaram unidades militares. O redator daquela coluna também escreveu que "Os rebeldes, sem apoios, foram sufocados. As tentativas de levante em Recife e no Rio de Janeiro também não prosperaram."

Para o leitor que não conhece a história - e a maioria da população a ignora - o texto, generoso com os sangüinários comunistas, leva o incauto a inferir que os "rebeldes" eram heróis, bem intencionados, que sua ação foi benéfica - tanto que lembra do fato de os revolucionários comunistas decretarem "a gratuidade do transporte" em Natal.

O fato de o redator do Almanaque focar somente nos assassinos e esquecer dos homens legalistas mortos, covardemente repita-se, é mais do que um indício da preferência dele, ao narrar o fato. Já a foto, que ilustra a lembrança, mostra "Membros do governo revolucionário de Natal: Lauro Lago, João Batista Galvão e José Macedo" (legenda da foto).

O jornal Zero Hora apresenta-se ao leitor como sendo praticante do equilíbrio, ouvinte dos dois lados de uma história ou fato/situação. Mas a coluna do Almanaque aqui enfocada é a negação disso. Parece-se, mais, com uma nota de um diário de partido comunista e não com a de um jornal que, supostamente, segue os princípios da livre iniciativa, propriedade privada, igualdade perante a lei e democracia representativa.

O redator da coluna, o veterano Olyr Zavaschi foi questionado, por e-mail, ontem, sobre sua opção editorial, omissa quanto aos que tombaram, covardemente assassinados pelo levante comunista. Foi lhe dito que não usasse a usual alegação de redatores, a de que não havia espaço, muito menos a possível parcialidade da fonte consultada (Nosso Século, 1930-45, da Editora Abril), pois a internet fornece uma plêiade de fontes alternativas.
Até há poucos minutos (13h45min de 02/12/2005), ele não respondera.

O texto dele na íntegra:

"A democracia estava fora de moda naquele início dos anos 30 do século 20. Na Europa, o furacão nazi-fascista, de um lado, e o avanço comunista, de outro, apontavam para solução que excluía a democracia representativa. O mundo dividiu-se entre as duas opções, que chegaram ao Brasil na forma direitista do integralismo e na forma comunista liderada por Luís Carlos Prestes. Em janeiro de 1935 formou-se a Aliança Nacional Libertadora e em novembro os partidários de Prestes passaram à ação.Foi assim que no sábado 23 de novembro, em Natal, ocorreu o primeiro ato do que seria conhecido como a Intentona Comunista. Cabos, sargentos e soldados, apoiados por funcionários públicos e operários, apossaram-se dos quartéis e dominaram a cidade. O jornal oficial do Movimento, A Liberdade, foi lançado imediatamente. O novo "governo", chamado de "popular e revolucionário" decretou a gratuidade do transporte. O soviete de Natal durou de sábado a quarta-feira, cerca de 80 horas. Os rebeldes, sem apoios, foram sufocados. As tentativas de levante em Recife e no Rio de Janeiro também não prosperaram. Os comandantes rebeldes foram presos na ação ou nas semanas seguintes. O próprio Luiz Carlos Prestes que, na condição de ex-comandante da Coluna e com seu imenso prestígio no Exército liderava a insurreição, acabou preso com sua mulher Olga Benário pelos agentes de Filinto Müller."

Vê-se que o redator do Almanaque não percebe que tanto o nazi-fascismo como o comunismo são fenômenos análogos, do conceito de coletivismo. E que as noções de direita e esquerda confundem, muito, a compreensão da realidade política.

Vê-se, também, que os maiores liberticidas da história, os coletivistas, não têm a menor vergonha de usar a palavra liberdade. Vide o nome de o jornal que lançaram.

Vê-se, também, que, ao decretarem a gratuidade no transporte, provam a sua ignorância quanto aos fatos mais comezinhos da realidade (quem trabalha deve receber). E, de quebra, instituem a escravidão. Fatos ignorados pelo redator do almanaque.

Os rebeldes foram sufocados, sim; mas o massacre por eles cometidos, repete-se, é omitido.

E, em Porto Alegre, ainda tem comunista que diz que não lê Zero Hora. Deveria mudar de opinião. E de jornal.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Jornal fabrica mito Dirceu

[conteúdo somente na web]


Enfim, então, José Dirceu de Oliveira e Silva foi cassado. O homem, que com CPIs feriu, com CPI foi ferido. Em tempo: ele e seu especial assessor Waldomiro Diniz lá estavam, fornecendo à imprensa informações para depor Collor de Mello e, depois, o presidente da Câmara, Ibsen Pinheiro, nos distantes anos de 1992 e 1993. A imprensa sempre acolheu bem suas denúncias, como agora, contra ele. A imprensa é esta prostituta da moralidade (paradoxal, não?).

Mas, nas notícias divulgadas aqui em Porto Alegre, no maior jornal local, o Zero Hora, vê-se que a imprensa, preponderantemente esquerdóide e coletivista, tentou salvar o mito, mesmo que expulso por oito anos da vida política (ainda bem - embora ele, agora, possa se tornar eminência parda e exercer influência oculta, o que não é bom para a sempre jovem democracia).

Bueno, o mito então. Na capa de Zero Hora, cuja manchete é "Dirceu cassado’, lê-se, no texto-chamada que "O ex-guerrilheiro afirmou, em seu discurso derradeiro, que não existiam provas contra ele.", etc. E, nas páginas internas, após a notícia da cassação, uma breve biografia do justiçado, na página 09, sob o título "O guerrilheiro que chegou ao Planalto". Não há dúvida alguma que os jornalistas de ZH, da sensível e importante editoria de política (junto à de economia a mais nobre do periódico), definem, montam, forjam, enaltecem, fabricam, constróem o mito do guerrilheiro, contra o governo de 1964. Homem-mito que, após 34 anos, dá a volta por cima na história política, chegando ao poder, em 2002.

Mas, o que salta aos olhos, de quem lê com atenção o resumo biográfico de Dirceu, sob o título acima, é que ele não foi guerrilheiro coisa nenhuma. Ele não pegou em uma única arma.

O texto não deixa dúvidas sobre isso. Depois de preso, em um congresso de estudantes em Ibiúna, em outubro de 1968, Dirceu foi trocado pelo seqüestrado embaixador norte-americano Charles Elbrick e foi para Cuba, em setembro de 1969. [O seqüestro, aliás, um crime introduzido no Brasil pela esquerda política; junto ao de assalto a bancos.] Consta que Dirceu treinou táticas de guerrilha em Cuba. Mas o fato é que, no Brasil, nunca lutou, nunca foi guerrilheiro. Isso está claro na biografia de Dirceu apresentada por Zero Hora. Treinar táticas de guerrilha é uma coisa, atuar nela, outra. Da mesma forma como um sujeito pode se formar em Direito e não advogar.

Assim, a notícia confunde, pois o corpo da matéria nega o texto. Afirmar e negar, confundindo o leitor bem intencionado é uma estratégia típica da comunicação comunista, pois a assimilação de informações contraditórias leva ao caos mental. Nesse quesito, Luís Inácio é bamba, chegando a explicitá-lo, certa vez, definindo-se como "metamorfose ambulante" ("vou dizer agora o oposto do que eu disse antes" - na canção de Raul "maluco beleza" Seixas).

Premeditadamente, ou não, os editores de política de ZH investiram, como muito investem em outras edições e investirão, na confusão mental do leitor, deixando-o na dúvida se o jornal é pró PT (coletivismo) ou contra. Tanto que há adesivos em Porto Alegre, em carros, com os dizeres "ZH mente. Não leio ZH". São carros em que também há adesivos do PT, em épocas de eleição. Talvez sejam de uma outra facção petista, aquela que não apóia Dirceu.

Para salvar, um pouco, a prática jornalística, a colunista de política, Rosane de Oliveira (sabidamente simpatizante, ao menos, do PT), lembrou, muito bem, que, ao ser julgado Collor de Mello, Dirceu argumentou que as provas são irrelevantes, quando indícios de culpa existem, contrapondo ao que Dirceu dissera em sua defesa, que não há provas contra ele.
Mas havia indícios. E muitos.

De qualquer forma, Dirceu é cassado, mas ZH preserva-lhe o mito, parecendo um jornal de partido comunista.

Quem com manchetes mitifica, com mitos mancheteará.