segunda-feira, março 27, 2006

Palocci, para quê?

Meses atrás aqui se escreveu, questionando, "Palocci, para quê?". A pergunta vale para qualquer ocupante do cargo de ministro da Fazenda, desde que ele conduza com regras estáveis a tal de economia (no Brasil, o juro alto, para sustentar o déficit da União; e o superávit primário, para bancar o pagamento dos juros - ou uma parte deles). Meses atrás aqui se escreveu que qualquer um poderia ocupar a cadeira da Fazenda, até mesmo a mulher do cafezinho (com todo o respeito a ela), pois bastariam as regras da estabilidade heterodoxa (tudo pelo Estado deficitário) serem mantidas.

Quem estuda no curso de Economia, Contábeis ou Administração aprende, na primeira semana, que "ninguém é insubstituível". Esta regra, que vale, primordialmente, para a iniciativa privada, estranhamente não vale para cargos políticos. Por que será? Por que até mesmo a oposição assinava sob o nome de Palocci, mesmo que muitas fossem as suspeitas sobre o dinheiro de contratos públicos à época dele na prefeitura? As suspeitas, já muito divulgadas na imprensa diária e semanal, dão conta de dinheiro PF para a campanha presidencial.

Rolo do grosso. Coisa feia. A se comprovar ....

Mas por que a oposição também endossava Palocci, ao contrário do que diz a regra maior da administração?

Ora, simples de responder. Por que políticos são movidos por vaidade, personalismo excessivo, doentio e descontrolado. Eles fazem de conta que eles são importantes. Aí, parece que é importante o nome deste ou de aquele ministro, quando, o que importa, é a regra que a tal de administração pública (púbica, pelo que se vê, pois obcena) segue.

Enfim, depois do vareio de Veja, que chegou às bancas no sábado, em especial, o artigo de Diogo Mainardi, denunciando o assessor de imprensa de Palocci, pela devassa no sigilo do caseiro corajoso (óia o nordestino, um forte, aí, gente). Mainardi também acusou os jornalistas de não denunciarem o assessor de Palocci, embora todos soubessem que ele foi quem passou a informação para a imprensa. Tem razão Mainardi, quando diz que os jornalistas são corporativistas. Como todas as profissões no país fascista abençoado por Deus.

Enfim, depois de o governo atirar no próprio pé, a partir do ministério do 'homem para quê, mesmo héin?', ao quebrar o sigilo do caseiro. Enfim, depois de dez dias de presença revelada na casa de negociatas e orgias; enfim, depois de enlamear o banco do povo, destruindo 150 anos quase de história; enfim, depois de sustentar-se no insustentável; enfim, depois de se esconder do povo e da mídia; enfim, depois de se tornar inútil, pela tentativa torpe de massacrar um humilde; enfim, depois de mostrar como o trotskismo faz, quando no poder, para lidar com adversários na democracia, enfim, enfim, enfim,...

Palocci apresentou sua demissão.
Tarda, mas não falha.
Ele é substituível.

Foi confirmado Guido Mantega. Ele já disse que vai manter as diretrizes.

Viu só.

Ufa.

P.S.: No Jornal Nacional, há poucos instantes, apareceu o Mantega dizendo que nada vai mudar, que a política econômica não é deste ou daquele ministro, mas, sim, do presidente Lula, deste governo, a política econômica mais exitosa dos últimos dez ou quinze anos.


qua qua qua

Temos de rir, para não chorar. É muita cara de pau. A política econômica não é deste governo, nem de Lula, nem dos ministros, é do comitê do Banco Central, que mantém o juro alto, para financiar o déficit público, que políticos estatistas, como Sarney, FHC, Lula praticaram e praticam.

Até as pedras da rua da Praia em Porto Alegre sabem que a política econômica NÃO é do presidente Lula. A política econômica deste é a pensão vitalícia por ficar 30 dias presos, após uma greve ilegal, em 1979.

Haja paciência.

Boa semana a todos.


Segue abaixo a nota distribuída pelo Terra, cerca de 1745min. A primeira nota era mais lacônica e trazia apenas a frase entre aspas do texto abaixo, copiado e colado.

Palocci pede afastamento do Ministério da Fazenda
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, divulgou na tarde de hoje uma nota oficial pedindo afastamento do cargo. "O ministro Antonio Palocci decidiu solicitar ao presidente da República o seu afastamento do cargo", diz o comunicado.

A nota diz ainda que Palocci está encaminhando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma carta explicando suas razões. A carta, segundo a asessoria, será divulgada depois de entregue ao presidente. O ministério ainda não esclareceu se o pedido de afastamento é definitivo.
O afastamento de Palocci é conseqüência do envolvimento do nome do ministro no mais recente escândalo do governo Lula. Ele foi desmentido pelo caseiro Francenildo dos Santos Costa, que afirmou que Palocci freqüentava uma mansão de luxo em Brasília onde seria distribuída propina arrecadada em Ribeirão Preto, cidade onde ele foi prefeito.
Francenildo teve o seu sigilo bancário violado pouco depois de dar estas informações à CPI dos Bingos. A investigação da Polícia Federal mostra que as ordens para a violação dos dados do caseiro partiram da gerência da instituição.

terça-feira, março 21, 2006

Sobre o Judiciário

"The Judiciary... has no influence over either the sword or the purse; no direction either of the strength or of the wealth of the society, and can take no active resolution whatever. It may truly be said to have neither force nor will."— Alexander Hamilton (Federalist No. 78, 1788)

[O Judiciário ... não tem influência seja sobre a espada ou a bolsa; nenhuma direção seja à força ou à riqueza da sociedade, e não pode tomar qualquer resolução ativa que seja. Pode verdadeiramente ser dito que não deve ter nem força, nem desejo.]

Em face das recentes decisões, nos últimos meses, da corte mais alta do país, frente às investigações do Congresso, que tentam apurar a corrupção no poder Executivo;

em face da manchete dos diários de hoje, dando conta que o presidente daquela casa judiciária impede o testemunho do caseiro que viu o ministro "de la plata de todos" freqüentando uma casa de negociatas e orgias na capital federal; logo, impedindo a apuração de supostos crimes e o possível indiciamento dos delinqüentes; ministro aquele que foi prefeito de uma cidade, entre tantas, do neo trabalhismo, que criou um duto de dinheiro, com concessionários e permissionários de serviços públicos - para financiar uma certa campanha à presidência (campanha mentirosa, viu-se, pela comparação da promessa com a realização);

em face de o modelo institucional do grande país do hemisfério sul ser uma cópia, no mais das vezes, do grande país do hemisfério norte ...

poderíamos ...

exigir que a regra acima, de um dos fundadores dos EUA, servisse de baliza ao destemperado, descontrolado, politizado, partidarizado, desavergonhado, diminuído e auto-inutilizado poder.

Muito de ruim já se viu. Muito do pior ainda ver-se-á.

Lamentavelmente. Lamentavelmente.

Boa terça a sexta a todos.

domingo, março 19, 2006

Mitos preciosos de FHC

Na Veja desta semana, 22/03/2006, FHC como tema de capa, explicando ele mesmo e o Brasil, anuncia a prestigiada revista semanal dos Civita, que, às vezes, flerta com o laissez-faire. Na reportagem, após apresentado o livro que ele está lançando, contando bastidores de seu governo, e de um pouco antes, FHC diz "Me considero de esquerda".

Não há dúvida que é. Nunca houve. A entrevista comprova-o mais uma vez.

O príncipe dos sociólogos, em seus oito anos de governo, para não falar de seus anos de senador, aplicou típicas medidas socialistas. Flertou com um disfarce de capitalismo, ao privatizar algumas estatais. Fê-lo porque precisava de dinheiro, não porque estava de acordo com suas convicções políticas. E ele o confessa ao dizer que é socialista, mas não é "anacrônico". Isto é, aceita o mercado, mas quer o Estado tomando a propriedade. Tanto que aumentou em 50% a carga tributária.

O que chama a atenção de um defensor do capitalismo, como o redator deste blog, está em duas frases da entrevista.

"Como o mercado não é um ente racional, perfeito, o Estado, dependendo de como ele seja organizado, pode introduzir um ingrediente adicional de correção da desigualdade. É nesse sentido que, no meu livro, reajo contra o capitalismo. Porque não acredito que o mercado, por si só seja a consubstanciação da racionalidade." (página101)

Os defensores do mercado nunca disseram que ele é perfeito. Este adjetivo é tradicionalmente aposto ao substantivo ‘mercado’, por homens de esquerda como o ex-presidente, para, depois, fazer a crítica, típica, que tanto gostam de fazer do capitalismo, que eles aceitam, porque não sabem como produzir, somente como tomar, através dos impostos.

Os defensores do mercado afirmam que ele é o meio mais justo de os homens cooperarem, agirem, socialmente, para a realização de seus fins pessoais, sendo, o primeiro e maior deles, a sobrevivência, pois o homem nasce pobre e a pobreza é o seu destino, se ele abandonar o trabalho. Se ele é pobre trabalhando, ao abandonar o trabalho tornar-se-á um miserável.

É o mercado o meio mais justo porque, nele, ninguém é obrigado a comprar o que não precisa, muito menos a vender o que não quer. Porque, nele, está sempre aberto o espaço para novos atores, em especial com novas tecnologias, que barateiam os custos e melhoram a vida de todos. A história da revolução industrial, mesmo com os capitalistas sempre achacados pelos muitos estados/governos, é a prova disso.

Qual o ingrediente adicional que FHC quer introduzir no mercado para corrigir a desigualdade?

Bem, se formos considerar o que ele fez como presidente da República, manteve uma coisa chamada BNDES, um banco cujos ativos são formados por dinheiro tomado do trabalhador, via FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador - uma criação de seu governo, se não há engano aqui; se o há, uma manutenção de seu governo, de qualquer modo - o nome é de um sarcasmo sádico).

Ou seja, para corrigir as desigualdades do mercado, que não é perfeito, FHC e os de sua estirpe ideológica (socialistas, sociais-democratas, "esquerda") propõem empobrecer o trabalhador, tomando seus proventos na forma de tributos para, ato contínuo, oferecer este dinheiro aos grandes empreendedores (mesmo que fosse aos pequenos, a injustiça permaneceria), a juros baixos, abaixo daqueles que o governo oferece, para financiar seu déficit crônico, que FHC nada fez para sanear.

Assim, o trabalhador que vai comprar um televisor na maior rede de varejo do Brasil, paga duas vezes e meia pelo bem, no caro crédito, produto que é do governo federal endividado. O mesmo trabalhador que financia juros de 8% ao ano para os grandes empreendedores, paga 150% em dois anos. Aliás, 8% é a taxa mensal do crédito pessoal nos bancos. Ao mês.

É este tipo de desigualdade atroz e escravizante que FHC produz, ou mantém, ao crer na intervenção do Estado, como ao manter um banco de investimentos, a cujas módicas taxas de juros o trabalhador, que financia o banco, não tem acesso. E, depois, ele vem acusar o mercado de ser irracional e imperfeito. Haja paciência.

Antes da afirmação acima citada, FHC disse que "eu reajo contra o capitalismo. Porque o capitalismo tem um problema que me irrita: a desigualdade. É da sua essência. No Brasil, vive-se pedindo um rápido crescimento econômico acompanhado de maior igualdade. Ora, quando um país cresce depressa, aumenta a desigualdade, não a igualdade. O país tem que acumular riqueza primeiro. Isso é da natureza do capitalismo."

OHH, puxa vida, ele descobriu a roda. É óbvio que no capitalismo as pessoas obtêm resultados desiguais. Elas são desiguais. Elas, mesmo tendo os mesmos talentos, no mesmo grau, ainda assim não estarão atuando estritamente nas mesmas relações com outros agentes do mercado. Logo, a desigualdade é primeira, essencial e inevitável. As pessoas têm ambições diferentes, diligências diferentes, competências diferentes, sagacidades diferentes. A igualdade deveria ser a do igual tratamento perante a lei. Mas nem isso há no Brasil, pois o setor público é melhor tratado do que a sociedade civil, que o sustenta, como no caso de suas deficitárias e sugadoras aposentadorias.

O que o governo deveria fazer, seria zelar pela manutenção dos contratos e não pela realização da igualdade. Até porque, FHC, ao não liquidar de vez um BNDES obrou para o aumento da desigualdade, tirando dinheiro do pobre e vendendo-o a preço mais barato para o rico, enquanto do pobre cobrava o juro alto que ele criou, por não enxugar o Estado.

Assim, quando o governo age para diminuir a suposta irracionalidade do mercado, obtém ainda maior irracionalidade e, o que é pior, à força, via impostos e ao monopólio daquela, ostentado pelo Estado.

Ao assumir em 2003, Palocci reclamou que FHC dobrara o custo da folha de pessoal do governo federal. Isso sim é ser um homem de esquerda. Aumentar a escravidão do trabalhador ao deus-estado, que ele tanto ama e que só faz intensificar a irracionalidade.

FHC poderia ter usado o dinheiro da telefonia privatizada - em parte com o dinheiro do BNDES, aliás - para reduzir o estoque da dívida. Preferiu queimá-lo.

Ele também poderia ter mandado o MST às favas. Mas, em vez de isso, entregou duas dezenas de bilhões de reais para assentamentos que não produzem. Dinheiro do qual os facínoras cobram pedágio, aos assentados, para sustentar invasões. FHC criou uma CPMF para custear a saúde, qúe já deveria ser custeada pelos tributos antes existentes. A CPMF não foi para a saúde, bem como a CIDE (Contribuição sobre a Intervenção do Direito Econômico - o nome é elucidativo, não?) não foi para as estradas. É isso o que ele chama de corrigir as imperfeições do mercado? É. Mas seria tão bom se nada disso tivesse feito. O mercado seria ainda menos imperfeito e a insuportável, para FHC, desigualdade, muito, mas muito menor.

FHC queria corrigir as imperfeições do mercado, mas não extinguiu o Incra, órgão violador da propriedade, que exige índice de produtividade no campo, mas não no exige dos assentados cuja lista o MST comanda.

FHC financiou o invasionismo. Inchou a máquina pública, tirou dinheiro do trabalhador para vender barato a ricos.

Sim, sem dúvida ele é de esquerda.

Só esqueceu de dizer na entrevista, se bem lida pelo signatário, que o Brasil não é capitalista.

Ele segue a sanha dos esquerdistas. Esperar que alguém produza, para, depois, tomar o que é desta pessoa e entregar a outrem. Seja do trabalhador para o empresário. Seja do empresário para o trabalhador.

Sim, sem dúvida, ele é de esquerda. Pior, o seu partido quer voltar ao poder. Ruim com o PSDB, pior com o antagonista.

Haja gente para trabalhar e sustentar isso. Haja.

Boa semana a todos.

segunda-feira, março 06, 2006

Estranho sistema de abastecimento



Na foto, o Riacho, como era conhecido antigamente, vulgo Dilúvio, o maior arroio de Porto Alegre, coração de sua principal bacia, formada por dezenas de arroios e sangas, que recebe, desde 1940 e poucos, quando canalizado, urina e fezes, uma providência do sistema estatal de águas e esgotos. Algumas centenas de metros abaixo da foz do Riacho, está a captação de água, no lago Guaíba, de uma das principais estações de tratamento de água (leia-se, esgoto), que abastece, com o líquido potável, os lares de centenas de milhares de moradores da capital do Rio Grande do Sul. A estação de tratamento, carinhosamente conhecida como hidráulica é a do Menino Deus, cujo nome, Loureiro da Silva, homenageia o prefeito que, nomeado pelo ditador Getúlio Vargas, estava à frente da administração municipal, quando da canalização do Riacho Dilúvio.

Analogicamente falando, trata-se de jogar urina e fezes em uma caixa de água, tratá-la com decantação, filtragem e cloro e, depois, sorvê-la em generosos goles.

Estranho, muito estranho.

Nas décadas de 1970-90, em Porto Alegre, muitos defensores do meio-ambiente levantaram a voz contra a fábrica de celulose do outro lado do Guaíba. Como usa cloro para o branqueamento, este indo para a água, acusavam-na de poluição, com substância cancerígena. O cloro reage com a água, gerando dioxinas.

Mas os defensores da vida nunca se lembraram do sistema químico de tratamento de água empregado em Porto Alegre, que usa cloro, trazendo risco de câncer, ao se beber a água da rica autarquia, que administra a água potável e o esgoto sanitário.

Trata-se de uma escolha. Ou casos esparsos de câncer; ou as doenças infecciosas, que matam mais rápido e mais certeiramente.

Ainda assim, fica a estranheza de os responsáveis (politicos e concursados) criarem e gerirem um sistema que descarrega urina e fezes no Guaíba, para, depois, da mesma água, com cloro infectada, abastecerem a cidade. E ainda cobram por isso. Sem falar no carvão ativado, para trocar o gosto das algas pelo de terra. Enquanto isso, água pura espera uso no subsolo da cidade.

A estranha paz da banda irlandesa

AIrlanda é um país dominado pela lutra fratricida, na qual o componente religioso (cristão contra cristão - sorriam muçulmanos) misturou-se ao político e, assim, ao econômico. Os conflitos religiosos, os atentados terroristas, os massacres, as residências invadidas no meio da noite, com pais de família sendo levados a morrer por suas convicções estão na raiz da banda irlandesa U-2. Tanto que uma das suas mais tocadas canções é a Sunday, Bloody Sunday sobre um massacre inter-cristãos.

O vocalista do U-2 se tornou, à medida em que sua conta bancária permitiu, um ativista político. Tanto que, no último título da banda (o CD How to dismantle an Atomic Bomb), matriz da atual turnê (tocaram no Morumbi, SP, nos dias 20 e 21 passados), lê-se, no livreto, ao final, os nomes da Anistia, na Irlanda e na Inglaterra, do Greenpeace, da libertação de Burma e contra a fome na África. Mas, se o U-2 é assim tão bonzinho, porque ele não doa parte do resultado financeiro de sua milionária turnê? Por que eles não cobram mais barato, deixando com as pessoas mais dinheiro, para que façam o bem aos semelhantes?

Ora, porque o U-2, ou, ao menos, o politiquista bom de voz, prefere dar presentes com o chapéu alheio, ato típico da classe político-burocrática estatal. Até aí, vai-se boa parte da visão equivocada da humanidade, de como se fazer justiça, através de medidas injustíssimas.

Chama a atenção, no último título de estúdio da banda, a quarta canção Love and peace or else, na qual o tema da paz, caro ao Voz, ele o explicita. Instrumentalmente falando, a canção é a mais interessante do CD. A letra, porém, trai uma visão parcial, pois pede-se paz a um lado somente de uma velha contenda (dos filhos de Sem e dos filhos de Cam, hodiernamente conhecidos como judeus e palestinos).

A canção pede paz no refrão Lay down your guns/All your daughters of Zion/All your Abraham sons (Baixem suas armas/Todas suas filhas do Sião/Todos seus filhos de Abraão). Por que Bono não pede paz aos filhos de Cam, somente aos de Sem? Por que ele silencia sobre o governo autoritário e terrorista da autoridade dos palestinos?

Oh, quão estranha é a paz U-2!

Na apresentação ao vivo, a canção serve ao manifesto político do grupo. Quem lá estava leu a letra? Entendeu-a? Conhece as palavras ou um pouco de história?

Significativa foi a vaia que Silva recebeu, quando o U-2 mostrou a imagem dele no telão da banda.

Metralhadora Giratória - Fevereiro de 2006


A foto que leva bala nesta edição é ...
Após os 12 anos, ciclista deve andar na via, respeitando as regras. Mas, não!
Ahhh, o abuso privado no espaço público, complemento ideal do abuso público (estatal) na vida privada. E, assim, nós nos tornamos brasileiros. Além de motociclistas em calçadas e na contra-mão, ciclistas marmanjos, em calçadas e na contra-mão. Um risco para todos. Uau!!

O simples tributo que não é mais o Simples
O Simples foi uma criação tributária da sempre operante burocracia arrecadadora (para bancar a si própria, aliás), com o fim de viabilizar a formalização da maioria esmagadora das empresas, cujo faturamento não permite bancar os serviços contábeis esdrúxulos, exigidos pela classe ditadora dos concursados; nem os impostos a que as submete. Assim, o Simples era de 3%. Lelé o majorou em 50%, indo para 4,5%. E, hoje, o Simples tem seis faixas de tributação, ou seja, não é mais simples. E esperava o quê? - de uma classe que não produz, exceto regras para sacar, de quem trabalha, o fruto de seu trabalho. Paga-se por proteção, mas a força é ágil, quando não se paga a proteção. Isso tem um nome.

US$ 45 milhões para nada
E terminou a convocação extraordinária do parlamento. Terminou em nulidade ordinária. Sequer o orçamento conseguiram votar. Isso que deveria estar concluído seu processo no ano passado, no período da inutilidade ordinária. Os parlamentos se unem aos executivos, fazendo de imbecil o povo que os escolhe, para administrarem o dinheiro tomado à força nos impostos. E ainda criam leis para o povo vir a observar. Ahhhh

Bom, porque ruim
Economista disse que o lucro recorde da estatal do petróleo deve-se ao fato de o país ter crescido pouco: importou menos cru e derivados. Perversão sem limites.

Só ônus, sem bônus
Nos anos 90, calculava-se em 40 bilhões de dólares o custo da estatal petrolífera. O povo pagou. Divulgado o lucro de 2005. Recorde de R$ 23,7 bilhões. Deveria pagar a cada um dos brasileiros que trabalha (79 milhões e 250 mil pessoas) o valor de R$ 299,00. Sócio bom fica com o bônus. Os demais, o ônus.

Perversão estatal
O governo toma do povo nos tributos que encarecem a comida. Aí, pega o dinheiro e dá esmola para o povo comer. São 40 milhões. Alimentar o pobre assim dá voto e faz da democracia um crime eleitoral.

Em quem não votar
Recebeu o caixa com R$ 1,4 bi e deixou dívida de R$ 1,4 bi (torrou R$ 2,8 bi). Mandou empresas embora. Nele votareis em 2006?

Cu$to Carnaval
O governo federal distribuiu 25 milhões de preservativos. Os virtuosos pagaram a orgia dos viciados. É a tal de democracia. Haja.

TV digital, prova da incompetência
O Brasil, leia-se, a burocracia (des)governante, não consegue decidir qual padrão de TV digital adotar (europeu, japonês, norte-americano?). Em meados de fevereiro, transferiu para dali a mais 30 dias a decisão. O impasse resulta do que é oferecido a mais pelos donos das tecnologias.

Pipas feitas do mesmo carvalho
Chefe da casa civil do presidente propôs o PMDB aliado ao PT, como vice de Silva. Mais do que conveniente, prova que as duas siglas são pipas do mesmo carvalho, com vinho do mesmo parreiral, com raízes no trabalhismo (O PMDB, do velho PTB, trabalhista; o PT, do novo).

Ahh, as delícias do 'intervencinismo'
No ar, mais uma cria coletivista: agência estal (cabide) para regular (intervir em) o setor aeroviário. Seu presidente já saiu dizendo que vai "lotar" os vôos. Não falou no monopólio estatal do querosene de aviação ou nas altas taxas de embarque (superiores às d'aquel país pobre, os EUA).

A tirar a gordura da Constituição
Certo político, afeito ao judiciário, afirmou que a Carta precisa ser emagrecida. Poder-se-ia iniciar pelos três artigos que ele, anos depois, confessou ter incluído, após o texto ser votado em plenário. Aí, pode.

A ameaça e os omissos bem pagos
O novo presidente do Iran disse exatamente o que fará: atacar e destruir a única democracia do Oriente-Médio, Israel. Fala em genocídio abertamente, como falava o trabalhista Adolf Hitler, que disse e fez. Enquanto isso, os bem remunerados da liga de Júpiter repetem, nesta década, os seus antecessores, da de 1930. Omitem-se à espera do genocídio.

Não só eles. O eleito pela democracia palestina (?) falou que não reconhece a existência de Israel. Outro a anunciar o genocídio. E o pessoal da Liga, de braços cruzados, esperando assistir à matança??!!

Proíba-se "e dá outras providências"
MP sobre imposto de renda trouxe determinação de se pagar em dinheiro o vale-transporte, pela indústria. Ambigüidade normativa. Os termos 'e dá outras providências', que a permitem, devem ser defesos ao ato legislativo de qualquer um dos três poderes da "subrepública".

Vai começar um ano letivo sem aulas?
É chegado o momento de começar mais um ano letivo, na rede pública estatal. É chegado, mais uma vez, o momento de pais e alunos serem assombrados pelo fantasma de uma greve. Pela educação, paga-se à força nos impostos. Mas se a recebe, se uma minoria assim decidir. Basta!!!

Frase do Mês - "O socialismo, qualquer que seja sua expressão política, consiste na conjugação do poder econômico com o poder político, um poder imenso, enfeixado nas mesmas mãos. Uma tal conjugação invariavelmente corrompe!" J. O. de Meira Penna, em "A ideologia do século XX", excelente ensaio no qual discorre sobre o nacional-socialismo e suas nefastas conseqüências no gigante deitado eternamente.

Raios & Trovões - Fevereiro de 2006

A prática estatal do racismo
Raios e trovões! Racismo, crime inafiançável, é um exagero. O racismo ser crime é uma atitude não científica, pois não existem raças, há, sim genomas. Como definir a raça em uma população mestiça?

Pois é, racismo como crime inafiançável, mas e se outra coisa não faz aquele governo que estabelece cotas raciais para vagas em universidades? Este é um dos perigos da democracia. Para agradar grupos que se autodenominam, os políticos, com o dinheiro de todos, tomado à força, concedem benesses a alguns, mesmo quem em maioria. Pior ainda.

As cotas raciais e de oriundos do ensino estatal, para vagas universitárias, encerram uma lição maior. Educação não deve ser atividade tocada pelo Estado/governos. Algo assim tão importante, para o presente e o futuro de uma sociedade não pode passar pela mão da política.

Se racismo é crime, outra coisa não faz um governo que identifica, racialmente, uma população. Em breve, o campo de concentração.

Raios e trovões, um milhão de raios e trovões!!

Carnaval oculta fiasco do PIB
Lelé falou meses atrás em PIB de 5%. Ele fala demais. Foi de 2,3% o crescimento em 2005, obra estatal. O número veio ao público durante o Carnaval. Espertinhos.

Pega, não faz e some
O governo toma o dinheiro do trabalhador, para saneamento e casa própria. Mas se o povo quer financiar imóvel com o seu dinheiro, que o governo pegou, não é aceito. E ninguém vai preso.

O antônimo pode falar
Um ministro disse que o presidente estava abstêmio há 40 dias. É o mesmo que dizer, que ele bebeu todo o tempo, antes disso. O presidente não fez menção de seu ministro expulsar do país.

Triste realidade
O povo paga a drenagem na conta da água. A manutenção não é feita. Aí, fica-se abaixo d'água. Enquanto isso, o "diretor" curte as férias. É a ditadura civil dos eleitos e concursados. Raios!!

Disputa pelo de outrem
A disputa ruidosa, nos bastidores, entre Agricultura e Segurança, pelo novo local da 2ª DP, mostrou que há setores do funcionalismo, que tratam do patrimônio público, como se, seu fosse. A Segurança venceu a contenda.

Guerra civil não vem
Existe um conflito tributário, que tira a comida da mesa das famílias. É o Estado versus o Povo (ricos, pobres, classe média). A guerra civil entre a Sociedade e o Estado só não acontece, porque, em quase todas as famílias, há um, ao menos, servidor público.

Não poderia dar outra
Quanto mais produz a petrolífera estatal, mais caros os combustíveis, negação do capitalismo. Só no nacional-socialismo, raios!!

Destino trágico
Os governos passam, o Estado fica e o abuso aumenta. Triste é quem sustenta a máquina pública, de autoridades omissas, permitindo o império do crime e da anomia.

Rigotto presidente??
Pode ser legal, mas é triste, ver quem pediu voto, para governar quatro anos, andar, por aí, concorrendo à presidência da república.

Nova regras, já
O eleito deve ser proibido de se candidatar a outro cargo.

Fora de controle
O sujeito promete, para se eleger. Elege-se. Se não cumpre, nada lhe acontece. Deveria ser preso.

Gaúchos lemingues
Desde 17/12/05, início da Operação Golfinho, nas áreas com salva-vidas, foram 1.873 salvamentos (até 22/02). Quatro pessoas morreram no mar. Prova que os gaúchos atiram-se ao suicídio, na estrada e na água, chegado o Verão.

Empobrecedores tributos
Todos os anos, bancos estatais e privados oferecem crédito, para honrar IPTU e IPVA. Prova cabal e acabada: a violação da propriedade não pode mais ser paga.

A direita da esquerda
O PSDB, direita da esquerda, já entregou para o PT - esquerda da mesma. FH, Jereissati e Serra abandonaram Alckmin e foram armar em outro lugar. Vão perder?

O marxismo vive, e bem
A faixas de IRPF estão de acordo com a proposta de Karl Marx no Manifesto do Partido Comunista, cuja leitura é esclarecedora.

O trabalhador é imbecil??
Silva propôs pagar em dinheiro o vale-transporte. Sindicalistas disseram: o trabalhador não conseguiria ter para o ônibus. Supõem-no imbecil?? Foi revogado.

Veneno na Câmara - Fevereiro de 2006

CPI investigará licenças médicas
A notícia não teve muita atenção da imprensa diária. Mas o fato veio a público. É enorme a concessão de licenças médicas no Município. Li-deram a lista os professores da rede municipal. Houve até a alegação de desgaste emocional. Quem não suporta o calor, saia da cozinha.
Foi instalada, a 21/02, a Comissão Parlamentar de Inquérito que irá investigar a generosa concessão de licenças médicas na burocracia estatal municipal. A prática começou com a turma dos 16 anos no poder.

A CPI foi solicitada por Neuza Canabarro (PDT). Tem a presidência de João Dib (PP) e, na vice, Adeli Sell (PT). A ver se vão desvendar.

Não paga, outros pagam
A comissão de Defesa do Consumidor debate (até quando?) a cobrança, pelo Dmae, da dívida de 110 residências no Jardim São Pedro, Restinga. O causo é que há 202 beneficiados pelo serviço de água e esgoto, mas somente 110 pagam a conta. A fórmula mágica foi elaborada na administração anterior, lembrou o atual diretor do Dmae. Não existe água grátis. Seja estatal ou privado o serviço.

Estadual ou municipal
De tanto os vereadores aprovarem leis que ferem a lei das leis (a Constituição), invadindo, muitas vezes, outras competências legislativas, acostumam-se. Trataram da apresentação de listas de material, por escolas estaduais. O caso é para deputados estaduais e não para os vereadores, ora bolas.

Prática da intervenção
Vereador petista tramita projeto, exigindo bóias de sinalização nas redes de pesca produzidas, comercializadas e utilizadas em Porto Alegre. Se não, multa, claro. São as delícias da intervenção.

A idéia é boa, mas
Cláudio Sebenelo (PSDB) propôs proibir desconto em folha para partidos políticos, em órgãos e entidades da administração pública e concessionários ou permissionários de serviços públicos. A idéia é boa, mas questões partidárias são de foro federal, não? O vereador, neste ano, pode se candidatar à Câmara dos Deputados.

Viva os sovietes!!
Soviete (conselho, em russo) faz o delírio de muitos. Está em tramitação a criação do Conselho Municipal do Artesanato. A idéia, obviamente, vem de vereadores neotrabalhistas, os que mais buscam burocratizar a vida de outrem. E formar currais eleitorais.

Acredite se quiser
Vereadores debatem a proibição do nepotismo em órgãos municipais. E a idéia vem de um vereador do partido que mais pratica o nepotismo no país, os neotrabalhistas, que nomeiam parentes em outros órgãos. Há um substitutivo, transferindo, para 2009, a entrada em vigor da lei contra parente.