domingo, outubro 22, 2006

O petismo antipetista

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A edição de "A" revista semanal do país, data oficial de 25/10, nas bancas já no sábado, 21/10, é um exemplo típico de como se pode caracterizar esta corajosa revista semanal: ela é o petismo antipetista. A afirmação paradoxal tem explicação. O leitor arguto já sabe, desde já, que o paradoxo deve estar na acepção em que é tomado o termo ‘petismo’.

Ao longo de duas décadas de petismo oposiocinista, ela aceitou e publicou as denúncias dos petistas contra o status quo. Veja o fiasco revelado mais de uma década depois, de ter confundido mil dólares com um milhão de dólares, resultando na cassação de Ibsen Pinheiro, que presidiu a sessão da Câmara dos Deputados que autorizou o processo de impeachment contra Collor de Mello. Aceitou as denúncias contra os governos de Figueiredo, Sarney, Collor, Itamar, FHC. Entre os principais operadores petistas que a alimentavam, Dirceu e o escudeiro Diniz. Por isso, ela sempre foi elogiada pelos petistas.

Com o governo petista de Lula, ela já largou bem alinhada, elogiando a vitória do príncipe dos metalúrgicos, rei da ralé faminta (edição 1775, 30/10/2002), com Lula sorrindo, segurando a bandeira do país e o título "Triunfo Histórico". Sua redação foi ingênua, crendo que um grupo político enorme, como um partido nacional, seria isento de corrupção. Acredite, se quiser.

Já ao alegar a origem de o povo, de Lula, esqueceu-se de JK, que também era do povo pobre. Com a diferença de que estudou e se formou em medicina. Como Lula não estudou, e não estuda, fica a impressão de, para ser povo, tem de ser iletrado. Em um país em que a própria classe média aluga mais filmes do que compra e lê livros ...

Mais alinhado, impossível. Chegou a se agradar da escolha do presidente do BC e do ministro da Fazendo-futuro-rompe-sigilo de caseiro. (E você acredita que o impugnável não sabia?) Edição de 18/12/2002, número 1782.

O petismo do anti-petismo, paradoxalmente, é a característica maior da revista.

O que é o petismo?

É uma visão de mundo, de sociedade e de estado, na qual a democracia é um embuste, é apenas um degrau para chegar ao poder antidemocrático (aquele que tolhe a liberdade e a igualdade, através de tributações, isenções, subsídios, etc), em que o Estado decide sobre o resultado da vida de todos, o fruto de seu trabalho, sua renda; sobre a propriedade privada, relações de trabalho, no rumo da riqueza e da prosperidade, enfim. Ao perceber tudo isso, aquela ilha de não petismo, Diogo Mainardi, escreveu que o petistmo não nasceu com o PT, mas tem 70 anos. Sim, o petismo é o governo nacional-socialista, interventor, ditatorial, controlador, liberticida, desde Getúlio Vargas, este gaúcho que foi e continua sendo uma desgraça para o país, pois com a CLT tornou todos escravos e dependentes do Estado; instituiu a destruição de uns, em nome de outros. De o pobre pelo rico; de o rico pelo pobre.

A edição que já circula nas bancas neste final de semana 21-22/10/2006, a poucos dias do segundo turno, no qual, tudo indica, consagrar-se-á a vitória do crime e da mentira, do atraso e do embuste, tem como reportagem de capa as atividades de lobbist do filho do presidente.

Ali, nas entrelinhas, vê-se que a revista não é defensora do capitalismo, embora peça um Estado menos perdulário. No "menos", o detalhe revelador.

Não adianta reclamar dos impostos excessivos, da mistura do público e do privado, pelo partido do presidente, seus familiares e amigos, ao denunciar, e bem, isso. Falta o mais relevante.

No texto, a revista publica, entre tantas reveladoras linhas: "a Brasil Telecom patrocinava Lulinha e Kalil e, ao mesmo tempo, a dupla abria as portas da sala do presidente da República à Brasil Telecom. Parece inocente. Não é. Como esses encontros ocorreram a portas fechadas e como os interesses das teles eram (e são) bilionários, qualquer simpatia do governo por um ou outro contendor é decisiva." (página 65, edição de 25/10/2006).

Onde está, no relato, aparentemente defensor da probidade capitalista, o germe petista do antipetismo da revista?

Está naquilo que não foi dito. O fato de o governo não dever se intrometer nas relações de mercado, de ele não ter outro papel, que não o de zelar pela liberdade e pela obediência aos contratos. A moral da história do petismo/estatal-intervencionismo não é obtida da excelente reportagem. Não se enxerga que o poder de governantes/Estado sobre o mercado sempre irá gerar corrupção, cada vez que produzir dificuldades de atuação.

A ausência da moral da história, entre tantas morais que a revista infere de suas excelentes reportagens, só pode ser porque a revista é petista, no seu antipetismo. Ela não extrai a lição de que reuniões clandestinas à agenda oficial, mediande interesses de mercado, sempre ocorrerão, enquanto o governo administrar (quanta prepotência) o mercado.

Tal grave fato, o poder intrínseco de o Estado de gerar corrupção, passa ao largo da reportagem, como em outras edições da revista, que relatou o horror da quebra de sigilo do caseiro (05/04/2006, edição 1950), mas que nada diz contra o fato de o governo invadir as contas bancárias dos "cidadãos" (escravos dos eleitos e concursados) todos os dias 31/12, quando os bancos informam, ao governo, quanto cada um tem depositado, uma lei/decreto que viola o princípio de a privacidade (artigo V da CF, 1988). Contra isso, ela não se pronuncia. Tal omissão, como as lições que o episódio lulinha ensina, sequer passam, parece, ao largo das ponderações de tão talentosa equipe de jornalistas, fazendo o leitor não coletivista crer que ela defende o indivíduo e a economia de livre mercado, quando, o que se vê, é o silêncio à moral da história. Ou seja, se o PT é a UDN de macação, na espirituosa frase de um outro repudiável estatista, já falecido - felizmente-, o semanário é a UDN de papel e caneta, do moralismo raso do jornalista cabeça de estatista, que não enxerga além do quid pro quo político, esquecendo do essencial: defender a liberdade, a propriedade privada, os contratos livremente estabelecidos.

Sua redação considera escandoloso que o filho do presidente faça lobby para uma empresa de telecomunicações, mas não pensa o mesmo de o fato tétrico de o governo impedir que uma empresa opere em todo o país (como hoje é vedado às empresas de telefonia), tal vedação, marca típica do intervencionismo, ou seja, do trabalhismo, da social-democracia, do nacional-socialismo, nunca, do verdadeiro capitalismo. Tal intervenção matriz inevitável de corrupção e de encontros ilícitos.

O petismo dela está em ela continuar acreditando na absurda intervenção estatal na economia, embora pareça o contrário, e mais do que isso, no surgimento de um líder honesto, do povo, ético, que vá conduzir o país, sem lobby. Melhor defender, logo, o laissez faire, caminho mais curto para chegar lá.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Mitos esquerdistas

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O dia de ontem, com repercussão nos jornais de hoje, foi a declaração de Alckmin de que, reeleito Lula, o governo "acaba antes de começar". A ele respondeu Tarso Genro, um dos petistas com maior bancada na imprensa diária porto-alegrense, que Alckmin se comporta com "estilo Pinochet", referência a um dos mais temidos anti-comunistas do subcontinente.

Mas o que os colunistas de política, em geral intelectuais que odeiam o livre mercado, não apontaram, porque é contra suas convicções, claro, é que ambas declarações são de homens de esquerda. Conservadores ou capitalistas (liberais) não estão representandos em nenhuma das duas frases. O episódio mostra, também, que o candidato preferido do coletivismo, ele próprio das libações, já foi dito, tem um glorioso "go-between", como dizem os ingleses (mensageiro).

Por que as afirmações são ambas de esquerdistas, mesmo que uma delas seja representação dos fatos? [A de Alckmin].

Porque atacar um governo, dizendo que ele acaba antes de começar é típico de políticos à esquerda, sestros, que não se convencem com a sua derrota. Afinal, a social-democracia tucana e o trabalhismo petista não são a direita versus a esquerda. A tentativa de manter este mito ficou clara em trazer o inútil tema das privatizações de volta.

Basta lembrar que, quando FHC derrotou Lula pela primeira vez, o PT anunciou a criação de um "governo paralelo", com seus notáveis, reproduzindo a estrutura do governo, para acompanhar seus atos e fatos, apontando suas falhas e o erro do povo em eleger o príncipe dos sociólogos. Os jornalistas a la gauche esqueceram desta vã promessa, que rendeu dois ou três dias de manchetes, bem ao gosto desta intelectuália subserviente ao coletivismo assassino (se não sabem, é porque não querem). O PT reagiu como derrotado, dizendo que iria governar em paralelo. E os colunistas, em vez de fazerem troça do ridículo, investiram nele. Mas, talvez, nem se lembrem disso. "Não me lembro", é a resposta típica de quem quer ocultar o fiasco de si mesmo.

De volta ao passado
O PSDB privatizou? Sim. Mas isso não faz dele, necessariamente, um partido de direita (afinal, no Brasil, a direita - os militares - criaram o maior governo estatista da história do país; logo eles que deram o contra-golpe na esquerda, em 1964).

Tanto não faz, que Palocci [aquele que violou o sigilo do caseiro, amigo de décadas de Lula; relelegeu-se parece, acreditam?], reclamou, ao assusmir, que FHC dobrara de R$ 40 bilhões para R$ 80 bilhões a despesa com o funcionalismo federal. Ora, "bolas e carambolas", como diria Roberto Campos (lembram dele?), partido que "incha" o Estado é tudo, menos direita, menos liberal, menos capitalista. Partido como o PSDB, que elevou em 50% a carga tributária - trilha seguida pelo sucessor - não é partido de direita, não!

Partido como o PSDB, que inventou o-tira-dos-diligentes-dá-para-os-negligentes, acreditando, ainda por cima, que é o governo que vai desenvolver o país - é tudo, menos de direita, como quer sugerir o go-between, que, em geral, fala e fala, não diz quase nada.

Assim, para quem tem o mínimo de discernimento, assiste-se à disputa entre a direita e a esquerda, da mesma. Tudo bem de acordo com o figurino leninista de tomar o poder, partidarizar o Estado, enganar o povo, fazendo-o crer que há um debate.

Se o há, é o do concorrente que iria ser abatido com um golpe baixo, com dinheiro sujo, que resulta, sim, na impugnação do situacionista.

O que Alckmin disse pode ser tudo, menos "estilo pinochet", como o fala-vazia-genro-mandou-recado quis que parecesse ser.

Isso mostra que, como Lula no debate da Band TV, a esquerda radical [chique], nesta campanha, ressucita os anos de 1970, pois, afinal, de 1917 nunca saíram.

terça-feira, outubro 17, 2006

Servidor não vota

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Escreveu o "cientista político" Paulo Moura, na carta de notícias enviada por e-mail diariamente por Diego Casagrande, de Porto Alegre/RS:

"Segundo pesquisa do Instituto Methodus, divulgada pela Revista Voto que sai em seguida às bancas e acertou no primeiro turno, Yeda está com 59,1%, e Olívio com 32,6%. Não se devem comparar pesquisas de Institutos diferentes, mas o fato é que nas pesquisas do Ibope e o Correio do Povo os números eram melhores para Yeda.

Por que Yeda caiu? Porque cometeu erros na transição do primeiro para o segundo turno. Quais erros?

Em primeiro lugar, Yeda optou por uma tática defensiva, contra o terrorismo do PT gaúcho. Yeda preferiu tentar convencer os eleitores pela palavra empenhada apenas, de que não vai privatizar estatais nem tomar medidas que afrontem os interesse das corporações de funcionários públicos. A meu ver isso é insuficiente para evitar sua queda nas pesquisas. Ele deveria lembrar os eleitores de que o PT gaúcho se envolveu com o valerioduto ao receber R$ 1,2 milhão da SMP&B de Marcos Valério. Além disso, o próprio Olívio se envolveu com Marcos Valério, já que seu advogado em processos por irregularidades eleitorais recebeu R$ 700 mil do PT, originados no valerioduto, para defender o candidato do PT gaúcho e outros petistas."

A reflexão dele encaminha para outra, muito mais "radical", para a constituição e preservação de o que se entende, concebe, pratica como república.

Qual é o colégio eleitoral que elege os tais, ditos, representantes (que só representam seus interesses, mil raios!)? - mas vá lá que seja assim, por enquanto.

O colégio eleitoral deve ser qualificado, como gostam de dizer os administradores hoje em dia.
Tal qualificação deve prescrever, desde já, restrições ao ingresso na decisão do futuro do país.

Primeiro de tudo.
Analfabeto não vota. Que vá estudar, aprender a ler e a escrever, para depois ter o poder de decidir. Caso contrário, a lei será a do inferior. E, assim, sociedade nenhuma prospera. Se a classe-média universitária já é ignorante o suficiente sobre lei, história, economia, imagine os analfabetos.

Segundo. Menor de 21 anos não vota. Vamos parar com a demagogia de gente que ainda não faz a barba, não sabe limpar a genitália (mesmo que sabia) decidir. Se não podem fumar, beber, nem acasalar, nem dignamente trabalhar, também não podem votar. Falta-lhes vivência para votar. Vivência que, muitas vezes um analfabeto tem mais. Mesmo assim, tem que saber ler, escrever, mesmo, e ter mais de 21 anos.

Agora, a mais radical. Servidor público, eleito ou concursado, ativo, inativo, dependente e pensionistas. Não podem votar. Não podem votar, pois são a mais fácil presa ao nacional-socialismo trabalhista, este populismo demagógico, que só cria castas de destruidores da riqueza pública. E, se algum não for, azar o seu, ao optar por viver nesta categoria genérica, servidor público. Afinal, não é servidor público? É. Então quem decide sobre eles não pode contar com o voto deles. Quer votar, vá para a iniciativa privada, que é quem sustenta esta farra.

E tem gente que se acha conservador. Conservador sou eu.

Humildemente, o redator

Covardia geral nos meios

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A última edição da revista semanal de grande circulação nacional (cuja data oficial é 18/10/2006, mas já estava nas bancas no final de semana) está supimpa, pensará o (e)leitor, indignado com o mar de lama a que chegou, no poder, o grupo da ética na política. A revista, que pode ser adquirida nas bancas, mostra que a operação de limpeza do crime eleitoral do dossiê Cuiabá (para derrotar Serra agora e inviabilizá-lo em 2010) pode trazer conseqüências ainda piores para o candidato-presidente. Óbvio que, ainda no domingo, os áulicos circundantes ao "eu também faço, todo mundo faz", reagiram com nota oficial, negando, entre outras depravações, uma visita irregular, na carceragem da PF, a um dos implicados petistas na compra criminosa do criminoso dossiê Cuiabá.

A revista também tem outra bomba. A presidência da República teria usado, apurou o TCU, dinheiro do povo, para despesas do partido, forjando a rodagem de material oficial, que não ocorreu. Há notas frias, despesas milionárias, violação total da ética e da moral.

A restante imprensa diária, não tão investigativa quanto aquela semanal vidente publicação, sempre a reboque dela, tanto quanto a própria, ainda não tomou coragem para pedir, em claras letras, a impugnação do candidato situacionista, pois ele é diretamente responsável pelo que cometem os de seu comitê eleitoral. Saiba ou não disso. Não importa. O ato foi cometido por gente do comitê de reeleição, logo, o candidato se torna inviável, porque sua campanha feriu a lei e a ordem.

Lei? Ordem?

Só para quem trabalha, empreende e sustenta isso tudo. Para os eleitos, não há lei, exceto a que eles querem. E, pior, com a covarde complacência dos meios ('mídia', para quem não sabe a Vernácula e copia, imbecilmente, de outro idioma, o plural de 'medium', 'media', palavra latina).

Latim? No país dos ignorantes que assim se querem? HAHAHA.

Impugnação já. Ou vós estais com medo do MST, dos sindicatos e da CUT? Que, aliás, vós ajudais, com o vosso suor, a sustentar.

Para os sestros opinadores sobre os meios de comunicação (imprensa) no país, o jornalista é elitista, oponente do PT e de seu cardeal. Mas a recusa e a covardia em pedir a impugnação contrastam, estranhamente, com a coragem de conclamar ao impeachment, em collorida era, cujo protagonista é, hoje, elogiado pelo suposto defensor da ética. Só se, por ética, entendermos alguma novilíngua neotrabalhista nacional-socialista.

P.S.: Há pouco, a internet divulgou, o presidente do partido e coordenador da campanha à reeleição do presidente negou saber do esquema do dossiê. O causo com ele é o mesmo com o de seu etílico chefe. Saber ou não, não importa. Relevante é que é responspável pelos atos cometidos por seu comitê. Mas a lei não vale para o neonazismo trabalhista brasileiro.
P.S.2: O nazismo é uma doutrina socialista, trabalhista. Para quem não sabe, basta estudar um pouco de historia. Estudar? Mas, no causo dos jornalistas, se o fizerem, caíram por terra toda as suas débeis suposições sobre o mundo.

sexta-feira, outubro 13, 2006

O tabu das eleições

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Escrevo sobre meu estado natal, o Rio Grande do Sul. Há um grande drama, reproduzindo-se cotidianamente, neste aparentemente rico estado brasileiro, que já foi, há 30 anos, o celeiro do Brasil. Tal drama é um tabu em todas as eleições e, nesta, não poderia ser diferente. Por ser tabu é, óbvio, intocavél assunto pelos candidatos. Não foi no primeiro turno e não está sendo agora no segundo. Quando muito, falam da "crise financeira", mas não dizem como ela se dá.

Apontam, às vezes, aos 18,3% da receita que é dirigida à União, pelo acordo da dívida, à época de Antônio Britto (95-98), e pelo salvamento do Banrisul - que custa cerca de R$ 2 milhões ao dia aos gaúchos, com um lucro anual em torno dos R$ 350 milhões. Bem, este é outro tabu.

E o PT ataca Yeda Crusius (PSDB) dizendo que ela vai privatizar o Banrisul. Ela nega. Que pena. Os liberais não têm candidato no RS, apesar de um empresário, filiado ao PFL, ser o vice da social-democracia.

O tabu, enfim
Pode também ser chamado de "nó previdenciário". O mensário Folha do Porto, humildemente, muito antes de os diários, publicou a matriz da falência, confessa no orçamento anual do Estado. De cada 100 na folha de pagamento do governo do RS, 49 são inativos (aposentados ou pensionistas). E os da ativa contribuem com 11% (somando os 3,8% seus e os demais do governo) para isso. Ou seja, para cada dez ativos, deveria existir somente um inativo. O resultado disso é que um terço do orçamento do Estado - uns seis bilhões de reais/ano - é gasto para os encargos financeiros. Com uma população economicamente ativa de cerca de cinco milhões de pessoas, toca, para cada uma, cem reais ao mês somente para o serviço da dívida, oriunda de um sistema previdenciário inviável, pois socialista (chama-se repartição coletivia: todos querem o seu, dane-se de onde vem).

O quadro, visto com clareza, é ainda mais assustador. O déficit anual previdenciário, foi divulgado já nos diários, vai a R$ 4,2 bilhões. A cada quatro anos, então, são R$ 16,8 bilhões, ou seja, a cada quatro anos, o RS consome um ano inteiro com déficit previdenciário. A cada quatro anos, o governador só tem três para "administrar".

Não admira que haja tanta pobreza na terra dos farrapos. Não admira que haja tanta desigualdade, sendo os servidores públicos os melhores, na média, remunerados - sua remuneração, na maioria esmagadora, parte de os três mínimos. Na iniciativa privada, dois terços ganham até três mínimos.

Este o esgotamento do RS, o drama social, este o tabu do qual ninguém fala, afinal, são cerca de 500 mil servidores públicos do Estado (92 mil são professores, para 1,5 milhão de alunos, algo como um professor para cada 18 alunos; e as salas de aula estão com 30 a 40 alunos!), um potencial de 1,5 milhão de votos, chutando baixo, é o dos servidores e de suas famílias.

Nem o candidato do nacional socialismo trabalhista, nem a candidata da social-democracia (são quase o mesmo, ambos alimentam os vândalos do MST) têm coragem de tocar no tema da previdência inviável, geradora de monstruosa dívida. E o RS continua, há décadas, a exportar gente para colonizar o oeste brasileiro.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Malícia e ignorância

Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, quinta-feira, 12 de outubro de 2006.

O primeiro debate entre os candidatos à presidência da república dos bananas mostrou, mais uma vez, quais os mitos cretinos que embalam o nacionalismo trabalhista no bananão. Será fruto de sua ignorância, de sua malícia, ou de ambas, visto não se excluírem logicamente, o candidato da situação dizer que o partido do oponente "destruiu em 400 anos o que nós levamos quatro para construir"? Ou que o partido da hoje oposição "só sabe vender" o patrimônio "público"?

Tais mitos do bolchevismo tupiniquim, tutor do príncipe dos metalúrgicos, rei da ralé, e da classe alta improdutiva, são ouvidos há décadas, como se as tais "elites" de hoje estivessem no poder há 500 anos. Ora, se estivessem, o país não seria a pátria do coletivismo, do assalto e da destruição da propriedade privada, pelo Estado; afinal, aquelas elites quatrocentistas cobravam 20% de impostos. E o trabalhismo nacional-socialista está pela volta dos 60%, se considerados os tributos no consumo e na renda, tanto quanto os da carga sobre o exercício do trabalho.

O cretinismo maledicente do esquerdismo muito aprendeu, sem dúvida, com a alienação original de Karl Marx, o papa dos trabalhistas (do comunismo à social-democracia, passando pelos fascismo, nazismo e socialismo), um homem que dedicou toda a sua vida a estudar o que ele batizou de capitalismo; sendo ele aquele que menos entendeu o seu objeto de estudo.

Os cardeais do bolchevismo cretino a embalar os discursos rasteiros do príncipe da ralé caíram um por um, na esteira da corrupção desenfreada, ela uma característica típica e óbvia de qualquer governo trabalhista; seja a corrupção original da alta tributação para fazer "justiça social", ou a "reforma agrária", preliminar ao socialismo; seja a do desvio do dinheiro do povo para governar e se manter no poder, na tão por eles propalada farsa democrática burguesa.

Aliás, sobre isso, uma frase. O Brasil não é uma democracia liberal burguesa. É uma social-democracia, de clara inspiração nazista (nacional-socialista), vide a tal "função social da propriedade", usada e abusada por Adolf Hitler. Vide a obrigatoriedade do voto; vide o fato de os criminosos, ehr, governantes, quando tais, não serem passíveis de encarceramento, tão somente de multa e de perda do cargo.

Há, para a próxima eleição, duas escolhas. A da grande quadrilha trabalhista boquirrota e a da pequena quadrilha trabalhista boquimansa. Ambas empobrecem o povo com tributos insanos e abusados; transferem a renda para os criminosos e vagabundos do vandalismo campesino nazista e para a ralé, assim feita, em parte, pela ação dos mesmos "governantes".

A democracia, não liberal e não burguesa da república dos bananas, oferece, assim, tais escolhas, sendo o foco da reflexão sobre a pergunta: Quem é capaz de menos roubar, para governar?