O peso do governo em seu bolso
Para um mero redator de notícias, entender o quanto custa o governo, implica em entrar no labirinto, sem novelo de lã. Para não se perder, adotou-se um fio condutor: dividir o orçamento estatal pelo número de pessoas ocupadas, as que geram renda e sustentam a máquina estatal (à força, claro).
Partiu-se do valor do orçamento da União, do do Estado do Rio Grande do Sul (exceto o que recebe da União e o que repassa aos municípios), do de Porto Alegre (exceto o que recebe para o SUS e outras transferências vindas da União).
Para saber o número de pessoas ocupadas no Brasil, no RS e em Porto Alegre, recorreu-se ao IBGE.
União - O orçamento da União, em 2005, é de R$ 1 trilhão, 642 bilhões, 362 milhões, 320 mil e 73. A população ocupada no Brasil é de 79 milhões, 250 mil e 627 pessoas, a partir dos dez anos de idade.
Assim, a União custa, para cada brasileiro que trabalha, a fortuna de R$ 20 mil e 723, com 65 centavos em 2005. Mensalmente, a média é de R$ 1.726,97/ocupado.
Estado - O governo do Estado/RS custa, em 2005, R$ 17 bilhões, 277 milhões, 716 mil e 891. Subtraindo-se o que a União envia e o que o Estado repassa aos Municípios, restam R$ 11 bilhões, 183 milhões, 757 mil e 616. No RS, a população ocupada é de cinco milhões, 579 mil e 178. O Estado custa R$ 2.004,55 por pessoa/ano, ou R$ 167,04 ao mês.
Porto Alegre - A leal e valorosa tem um orçamento para 2005 de R$ 1 bilhão, 897 milhões, 264 mil e 267 com 11 centavos, já subtraído o SUS (são R$ 288 milhões). Subtraia-se outras transferências da União (R$ 75 milhões, 308 mil, 205 com 37 centavos). Resta R$ 1 bilhão, 821 milhões, 956 mil e 61 e 74 centavos.
O número de ocupados em Porto Alegre é de 801.910 pessoas. Cada uma entra com a cota anual de R$ 2.272,02 ou R$ 189,33 ao mês.
Total - Ao somar União, RS e município, vemos que cada pessoa ocupada de Porto Alegre entregaria aos governos, à força via tributos, o valor mensal de R$ 2.083,34.
Juro alto - Como o povo não tem esse dinheiro, e o governo reduziu, desde o Plano Real, a falsificação de moeda (imprimir dinheiro) para honrar suas contas, endivida-se, com taxa de juro de 19,5%/ano. A dívida está em 51% do PIB. O juro alto impede os investimentos e o rumo da prosperidade.
Versus o PIB - O orçamento do governo estadual vai a 11,58% do PIB de R$ 149,2 bilhões. O do município, a 14,5% do PIB de R$ 13 bilhões, 79 milhões e 160 mil.
A indecência está no orçamento da União. O PIB brasileiro está em torno de R$ 1 trilhão, 439 bilhões, 607 milhões e 260 mil. Assim, a União consome todo o PIB e mais 15 %. E ninguém vai preso.
Versus os rendimentos - Ao contrastar o custo dos governos com o rendimento médio da população ocupada, percebe-se a improbidade administrativa reiterada.
O rendimento médio mensal, nas seis regiões metropolitanas é de R$ 968,30 (carteira assinada). De R$ 629,40 (sem carteira) e é de R$ 761,20 para quem trabalha por conta própria. Em Porto Alegre, o governo custa R$ 2.083,34/mês para cada pessoa ocupada.